sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Delegada deve ter mandato tampão na Alesp até volta de secretária, Metrópoles

 Delegada Raquel Gallinati (PL), de São Paulo

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A delegada Raquel Gallinati (PL) deve assumir um mandato tampão como deputada estadual no lugar de Carlos Cezar (PL), que deixará a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta quinta-feira (27/11) para ocupar uma cadeira no conselho do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). A nomeação de Cezar foi publicada em edição extra do Diário Oficial desta quarta-feira (26).

Metrópoles apurou que a posse de Raquel deverá ser na próxima sexta-feira (28). No entanto, a delegada deve ficar no mandato por menos de um mês. A expectativa de membros do PL é que a secretária de Política para as Mulheres, Valéria Bolsonaro (PL), que é deputada estadual licenciada, volte à Alesp durante o mês de dezembro.

Mesmo com um mandato tampão, Raquel teria projetos para protocolar em defesa da ampliação dos direitos de mulheres, vítimas e vulneráveis decorrentes da atuação dela em associações de classe de delegados.

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Valéria Bolsonaro envolvida em escândalo

Valéria Bolsonaro (PL) esteve envolvida recentemente em um escândalo no qual uma mulher, que se identificava como assessora dela, foi flagrada negociando emendas parlamentares. Ela é presidente de um projeto social que funciona no mesmo endereço onde Valéria inaugurou um escritório político em Rio Claro, no interior de São Paulo.

Os áudios das negociações foram revelados pelo Metrópoles e resultaram na expulsão da suposta assessora, Amanda Servidoni, do PL. Valéria negou que Amanda fizesse parte da equipe dela e disse, nas redes sociais, que enviou o caso ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) para investigação.

Valéria é casada com um primo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se tornou secretária do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em abril de 2024.

Vaga racha PL na Alesp

A vaga de Carlos Cezar também expôs mais uma vez a disputa entre os parlamentares bolsonaristas e os do “PL Raiz”. O grupo mais alinhado a Jair Bolsonaro é representado por Gil Diniz (PL-SP), que está no Texas em visita ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Já o grupo do “PL Raiz”, dos aliados de Valdemar Costa Neto, é representado por Alex Madureira (PL), que tem se reunido com setores público e privado para colher demandas para o orçamento do próximo ano. Ele é o atual relator da lei Orçamentária Anual (LOA), o último projeto importante de 2025.

Titan, a ‘holding ostentação’ de Vorcaro, vê investimentos desmancharem, OESP

 A Titan, holding que concentra os investimentos pessoais de Daniel Vorcaro, o fundador do Banco Master preso na Operação Compliance Zero, foi desenhada segundo seu já conhecido estilo ostentação. Localizado em dois andares de um dos ícones da Faria Lima, o “prédio da baleia”, o escritório tem 4 mil metros quadrados. Divididos em duas lajes, cerca de dez funcionários trabalham na holding, sendo que empresas no mesmo prédio costumam colocar de 150 a 200 pessoas por andar. Um elevador privativo liga a Titan ao heliponto.

Fanático por ginástica, Vorcaro também colocou lá uma academia, sauna e hidromassagem, segundo uma pessoa que visitou o ambiente e que falou em condição de anonimato. Há ainda uma adega com centenas de garrafas de vinhos e um bar, em estilo inglês, com muitas safras de Macallan, a fabricante de uísque escocesa famosa por suas coleções raras — e caras — e dona dos recordes de preços em leilões da bebida. O fumódromo também é repleto de charutos cubanos.

Para você

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É um patamar que destoa até mesmo dos escritórios recobertos de mármore da Faria Lima, onde a aparência importa na hora de conquistar clientes. Com a liquidação extrajudicial do Master, porém, a empresa tem visto seus investimentos desmancharem. Procurada, a Titan não se pronunciou.

Além de gestão dos investimentos pessoais de Vorcaro, a Titan é descrita em seu site na internet como reestruturadora de empresas. Entre os casos de sucesso apresentados no site está o grupo de varejo de moda Veste (antiga Restoque), dono das marcas Le Lis, Bo.bô e Dudalina. Após a recuperação judicial, “a WNT Capital, gestora de recursos na qual Vorcaro é um dos principais investidores” converteu dívidas da Veste em ações, tornando-se dona de 56% da empresa, segundo o site da Titan.

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Outro exemplo apresentado como sendo de sucesso é o da Oncoclínicas, rede especializada no tratamento do câncer. “Em maio de 2024, os investidores de Quíron Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia e Tessália Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, veículos de investimento ancorados pelo Banco Master, fecharam acordo de investimento com a Oncoclínicas e assumiram o compromisso de subscrever até R$ 1 bilhão em novas ações”, diz o site.

A Veste foi um dos ativos posteriormente vendidos ao BTG Pactual com o acirramento da crise do Master. Já a Oncoclínicas, com a liquidação do Master, veio a público informar que tinha R$ 433 milhões investidos em CDBs do banco. Desse total, R$ 217 milhões haviam sido provisionados e R$ 216 milhões representavam perda potencial imediata.

Na semana passada, a Oncoclínicas disse que exercerá a opção de compra das cotas dos fundos Tessália e Quíron, que valiam R$ 203 milhões na data do anúncio. Em novembro, os papéis da Oncoclínicas perderam quase 18% de seu valor.

Entre os 29 negócios da Titan listados no site, sete estão ligados ao próprio Master, como a corretora do banco e o Credcesta (que opera um cartão de crédito consignado voltado principalmente a servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS). Desses sete, apenas o banco digital Will Bank, cuja venda continua sendo negociada após a crise do Master e não foi liquidado pelo Banco Central (BC), está de pé. O Banco Voiter havia sido vendido a Augusto Lima, que era um dos sócios de Vorcaro no Master e também foi preso pela Compliance Zero.

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Ainda constam do portfólio da Titan empresas já vendidas, como o Fasano Itaim e a mineradora Itaminas, além da empresa de energia Light, cuja participação também foi vendida ao BTG com outros ativos que somaram R$ 1,5 bilhão.

Várias empresas que constam nesse portfólio têm ou tiveram o empresário Nelson Tanure como investidor. Além da Light, estão lá a Alliança Saúde (de medicina diagnóstica), a empresa de energia Emae e a provedora de internet Ligga (aparece também a Sercomtel, de telefonia, pela qual Tanure pagou R$ 2,4 bilhões em 2020 e deu origem à Ligga). Além da Oncoclínicas, que Tanure tentou adquirir para fundir com a Alliança.

Procurado, Tanure afirmou, por meio de nota, “não ter nenhum vínculo com o escritório mencionado, não podendo, portanto, comentar seu portfólio. Ao longo de mais de cinco décadas, Tanure mantém uma trajetória reconhecida no mercado, marcada por investimentos relevantes, orientados à recuperação de ativos estratégicos e ao fortalecimento de empresas brasileiras”.

Como mostrou o Estadão, um inquérito da Polícia Federal investiga a ligação entre Tanure e o Banco Master. O investidor negou anteriormente que seja controlador do banco, “sendo essa instituição financeira apenas uma, entre tantas outras, utilizadas profissionalmente para a materialização de operações financeiras corriqueiras no mercado de valores mobiliários”.