quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Agora é cinza, Ruy Castro, FSP


No domingo, enquanto o fogo devorava 200 anos de história com o incêndio do Museu Nacional, eu me perguntava. O que estariam pensando os ministros do Planejamento, da Educação e da Cultura que serviram aos 17 presidentes da República que sucederam Juscelino quando este, em 1960, levou a capital do Brasil para a lunar Brasília e virou as costas ao patrimônio histórico e artístico brasileiro, em grande parte sediado no Rio? 
Eu gostaria de perguntar também a cada um desses presidentes (há seis vivos, inclusive —parece— o atual) por que, em algum momento de sua administração, eles nunca puseram os pés no museu. Que Collor, Lula, Dilma e Temer nunca tivessem aparecido, entende-se —são ignorantaços, devem achar que um museu desses só serve a fins turísticos. Mas a mesma restrição se pode fazer a um que sempre se apresentou como um intelectual, sociólogo, amigo de vários daqueles antropólogos e historiadores —Fernando Henrique Cardoso. 
Quando se sabe que o orçamento anual do museu em 2013 era de míseros R$ 515 mil e, desde então, só fez diminuir, é de se perguntar em que país estamos. Um valor de R$ 515 mil é visto como troco nas grandes investigações escusas levantadas pela Lava Jato —pois é isto que cabia ao museu e o governo ainda conseguiu diminuir. Naquele ano, o museu ganhou da Câmara carioca uma verba de R$ 20 milhões, que poderia ter resolvido seus problemas: cupim, poeira, infiltrações, ligações clandestinas e fios desencapados. Este dinheiro, no entanto, foi “contingenciado”, engavetado pelo governo federal, e nunca chegou ao museu. A presidente avara chamava-se Dilma Rousseff.
No dia do bicentenário do museu, em abril último, seus diretores armaram uma pequena festa. Nenhum dos ministros de Temer, nem o da Educação nem o da Cultura, compareceu.
Só deixaram para aparecer nas cinzas. 
Ruy Castro
Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues.

Preço de imóvel acumula queda real de 18% em menos de quatro anos, OESP

Douglas Gavras, O Estado de S.Paulo
05 Setembro 2018 | 04h00
Com a economia andando de lado e o consumidor evitando fazer dívidas, o preço dos imóveis residenciais tem variado abaixo da inflação há mais de três anos e meio, segundo a pesquisa FipeZap. Desde dezembro de 2014, a variação do preço de compra da casa própria, em 20 cidades, perde da inflação, considerando a variação em 12 meses.
A queda real dos preços dos residenciais entre o começo de 2015 e agosto deste ano é de 18,2%. Assim, um imóvel que era vendido por R$ 500 mil em janeiro de 2015 seria ofertado hoje por cerca de R$ 408,8 mil. Neste ano, até agosto, houve uma queda real de 3,14% nos preços dos imóveis prontos.
Doria desiste de corrigir valor venal de imóveis e anuncia alta de 3% no IPTU
Queda real dos preços dos residenciais entre o começo de 2015 e agosto deste ano é de 18,2%. Foto: Jefferson Pancieri/Prefeitura de São Paulo
A reversão de expectativas quanto ao crescimento do País este ano e as incertezas eleitorais em outubro devem postergar a retomada do mercado imobiliário em todo o País, na visão do economista Bruno Oliva, da Fipe. “O impacto das incertezas no mercado imobiliário é duradouro, porque o consumidor vai pensar muito bem antes de se aventurar em uma dívida que pode durar até 30 anos.”
O pesquisador do Núcleo de Real Estate da Poli-USP João da Rocha Lima Júnior lembra que o mercado imobiliário, após uma onda de otimismo antes da crise, amargou uma desaceleração forte nos últimos anos. “O setor teve de se adequar, segurar preços e rever lançamentos para reduzir as perdas.”
Na virada de 2014 para 2015, a deterioração da economia começou a se refletir na alta dos distratos – como é chamada a desistência da compra de imóveis novos. Um levantamento da Fitch, feito com nove empresas do setor, apontava que de cada 100 imóveis vendidos em 2015, 41 foram devolvidos.
Para o diretor de vendas da Lello, Igor Freire, os preços de imóveis variam abaixo da inflação porque vinham de uma sobrevalorização dos anos anteriores à crise. “Na média, hoje, o vendedor tem concordado em dar descontos de 7% a 10% para não perder a venda.”
Matheus Fabricio, diretor executivo da rede de imobiliárias Lopes conta que, nas últimas 150 vendas feitas pelo grupo em São Paulo, a média de descontos que o comprador conseguiu foi de 9%. “Nos imóveis de alto padrão, chegou a 15%.”
Com o desaquecimento do mercado, o proprietário foi obrigado a ceder e fazer uma avaliação realista do preço do imóvel, diz. Ele lembra de uma propriedade na zona sul de São Paulo que ficou mais de dois anos à venda, até que o dono aceitasse baixar o preço em 39%.
Na avaliação dos especialistas ouvidos pelo Estado, a tendência é que os preços dos imóveis não tenham uma variação significativa no começo de 2019, devendo voltar a registrar aumentos reais entre o fim do ano que vem e 2020.

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Artemisia firma parcerias para acelerar, gratuitamente, negócios de impacto social focados em Saúde Pública e Habitação. Release

Resultado da parceria com o Instituto Sabin, o Artemisia Lab - Desafios da Saúde Pública está com as inscrições abertas até 10 de setembro. O Lab Habitação: Inovação e Moradia, por sua vez, é resultado da parceria com a Gerdau e conta com o apoio do Instituto Vedacit, Eternit e Grupo Tigre - por meio do Instituto Carlos Roberto Hansen, braço social da empresa. As inscrições estão abertas até 24 de setembro. Para ambos processos de aceleração de curto prazo, as inscrições são gratuitas.
São Paulo, 5 de setembro de 2018 – Porta de entrada para serviços médicos destinados a 70% dos brasileiros, o Sistema Único de Saúde tem se mostrado ineficiente diante do imenso contingente de pacientes. Entre os usuários é alto o grau de insatisfação com as longas filas; a demora para o atendimento e agendamento de exames; problemas no acesso a medicamentos; falta de acompanhamento adequado a grupos de risco e portadores de doenças crônicas; falta de apoio à qualificação de profissionais que atuam na área; ineficiência no uso de dados e na integração de sistemas; dificuldades na prevenção e promoção da saúde básica.Quando a análise recai para o setor da habitação, vê-se que há um déficit de moradia de 7,7 milhões que impacta a vida de 33 milhões de brasileiros; 40% dos domicílios são considerados inadequados, ou seja, sem coleta de lixo, rede de esgoto e água, ventilação e iluminação adequados. Em resposta a esses problemas que afligem principalmente a população de menor renda, empreendedores têm apresentado soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida desses cidadãos.
Com o sonho de contribuir para que 100% dos brasileiros possam viver com dignidade e poder de escolha, a Artemisia firmou parceiras para apoiar empreendedores de impacto social que estão atuando na redução dos problemas. Entre as iniciativas mais recentes, destaque para dois processos de seleção de empreendedores: Artemisia Lab – Desafios da Saúde Pública Lab Habitação: Inovação e Moradia.
Segundo Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia, a organização enxerga a necessidade latente de apoiar negócios de impacto com soluções inovadoras voltadas à resolução de alguns dos grandes desafios públicos dos setores de saúde e habitação. “Com esse olhar sobre os problemas e as oportunidades, vamos dar suporte as startups que apresentem potencial de impactar positivamente milhões de brasileiros e brasileiras”, avalia a executiva. E acrescenta: “um dos objetivos dos programas é apoiar uma nova geração de empreendedores que olhem para desafios complexos e tragam soluções inovadoras para velhos problemas.”
Artemisia Lab – Desafios da Saúde Pública
Sobre o perfil de soluções e empreendedores, a busca recai por produtos e serviços focados no setor de saúde, com soluções que possam complementar, qualificar ou ampliar o acesso aos serviços público do setor. Estão qualificados, especialmente, empreendedores dispostos a analisar diferentes modelos de negócio (B2C, B2B ou B2G) – mesmo que ainda não tenham relação com a esfera pública–; e empreendedores dispostos a ampliar a visão de impacto para uma futura atuação em parceria com o setor público.
Entre as soluções que conversam com os desafios do setor de saúde para a baixa renda, a Artemisia destaca: comunicação entre pacientes e serviços de saúde (triagem, agendamento de consultas e exames, lembretes, acesso à informação, respostas a dúvidas); acesso a medicamentos (apoio à gestão de demanda, estocagem, distribuição de medicamentos); acompanhamento de grupos de risco (focadas em pacientes de doenças crônicas, idosos e grupos vulneráveis como gestantes e crianças); qualificação de profissionais de saúde (cursos/treinamentos presenciais ou à distância que qualifiquem profissionais do setor de saúde ou gestores públicos da área);uso de dados e integração dos sistemas (que integrem diferentes sistemas utilizados no setor público e/ou melhorem a análise de dados gerados);utilização de recursos públicos(soluções de apoio à gestão e/ou eficiência e transparência na aplicação de recursos na área da saúde);prevenção e promoção da saúde (soluções focadas nos agentes comunitários de saúde para atendimentos básicos e/ou que apoiem medidas de prevenção de epidemias por alertas, campanhas de vacinação); e inovação e tecnologia na área da saúde (tecnologias que tragam melhorias e agilidade aos serviços de saúde, como exames de imagem, prescrição médica digital).
Os empreendedores selecionados serão potencializados com base na metodologia exclusiva de aceleração da Artemisia, tendo acesso à curadoria de ferramentas e conteúdos; conexão com outros empreendedores do setor; e mentorias com especialistas em negócio, impacto social e Saúde. Ao final do programa, os participantes terão maior clareza sobre os próximos passos do seu negócio para que avancem no desenvolvimento de aspectos fundamentais e estejam mais preparados para crescer e gerar impacto social no setor atuante. Os empreendedores que concluírem o programa também passam a fazer parte da Rede Artemisia e terão acesso permanente à equipe e eventos da Artemisia no setor de saúde.
Lab Habitação: Inovação e Moradia
Artemisia e Gerdau – com o apoio do Instituto Vedacit, Eternit e Grupo Tigre (por meio do Instituto Carlos Roberto Hansen, braço social da empresa) – anunciam as inscrições para o programa de aceleração de curto prazo que irá potencializar negócios de impacto social com soluções inovadoras no setor de habitação. Serão selecionados até 15 startups para uma jornada de seis semanas, que conta com uma programação composta por workshops presenciais e webinares (encontros online) com foco no refinamento do modelo de negócio e do impacto social das soluções. As inscrições são gratuitas e estão abertas até 24 de setembro; os empreendedores podem fazer a inscrição pelo site www.artemisia.org.br/labhabitacao.
Para o Lab Habitação: Inovação e Moradia, as organizações estão em busca de empreendedores de todo o Brasil, que tenham negócios de impacto social inovadores e que estejam alinhados aos temas: acesso à moradia de qualidade; acesso a microcrédito habitacional; reformas habitacionais; empregabilidade na construção civil; gestão de condomínios de habitação popular; água e saneamento; energia; infraestrutura e melhoria de espaço público; e inovação na construção civil. O Lab Habitação: Inovação e Moradia foi planejadO para potencializar soluções que já tenham protótipo desenvolvido, em fase de validação da proposta de valor e do modelo de negócios, e que tenham potencial e intencionalidade para gerar impacto social positivo. 
Entre os critérios de seleção, o impacto social (empreendedores com produtos ou serviços para resolução de questões relacionadas aos desafios da moradia com foco na melhoria da qualidade de vida da população de baixa renda); perfil empreendedor (pessoas que sonham grande e tenham intenção genuína de mudar o Brasil, com histórico de realizações e capacidade para atrair talentos e desenvolver equipe consistente; potencial de escala (modelos de negócio lucrativos que ofereçam soluções com potencial de atender uma grande parcela  de pessoas das classes C, D e E); estágio de maturidade (startups com protótipo ou produto/serviço desenvolvido, que estão em fase de validação da proposta de valor e do modelo de negócios); e potencial de inovação (capacidade de entregar soluções inovadoras com potencial de promover qualidade de vida para população de baixa renda brasileira por meio de soluções em habitação). É essencial a disponibilidade de pelo menos um representante do negócio para participar de todos os dias de workshops presenciais.
A busca recai para startups alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: Erradicação da Pobreza (ODS 1); Água Potável e Saneamento (ODS 6); Energia Acessível e Limpa (ODS 7); Indústria, Inovação e Infraestrutura (ODS 9); e Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11). Os empreendedores selecionados serão potencializados com base na metodologia exclusiva de aceleração de curto prazo da Artemisia, tendo acesso à curadoria de ferramentas e conteúdos; conexão com outros empreendedores do setor; e mentorias com especialistas em negócio, impacto social e habitação. Entre os mentores, estarão algumas das altas lideranças das empresas correalizadoras do programa. O objetivo é que os participantes saiam do programa com maior clareza sobre os próximos passos do seu negócio para que avancem no desenvolvimento de aspectos fundamentais e estejam mais preparados para crescer e gerar impacto social no setor atuante. Os empreendedores que concluírem o programa também passam a fazer parte da Rede Artemisia. Os negócios que se destacarem ao longo do processo – até três startups – poderão receber capital semente e mentorias extras.
ARTEMISIA
A Artemisia é uma organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil. A organização apoia negócios voltados à população de baixa renda, que criam soluções para problemas socioambientais e provocam impacto social positivo por meio de sua atividade principal. Sua missão é identificar e potencializar empreendedores(as) e negócios de impacto social que sejam referência na construção de um Brasil mais ético e justo. A organização já acelerou mais de 100 negócios de impacto social no Brasil e capacitou outros 300 em seus diferentes programas. Fundada em 2004 pela Potencia Ventures, possui atuação nacional e escritório em São Paulo. www.artemisia.org.br
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