Araraquara é uma cidade com 200 anos, com 230 mil habitantes e situada a 250 quilómetros de São Paulo.
Pela segunda vez tem como presidente da câmara Edinho Silva, que marca presença no IV Fórum Mundial de Desenvolvimento Económico Local (FMDEL), que está a decorrer em Cabo Verde.
Em declarações à agência Lusa, o autarca falou com orgulho de uma das maiores experiências do município, que foi transformar catadores de lixo numa cooperativa de recicladores.
"Hoje têm uma relação institucional com o município, trabalham na reciclagem de materiais, garantem uma renda para a família e são contratados pelo município para prestar serviços", enumerou Edinho Silva, que foi um dos oradores no fórum, realizado na cidade da Praia.
Esta é uma das experiências que apresentou no evento, tal como o orçamento participativo do município, que foi elaborado por consultas populares deliberativas e que foi debatido numa conferência sobre o tema realizada em julho.
"A conferência estabeleceu um plano para o desenvolvimento económico-social e solidária e é esse plano que estamos a trazer para Cabo Verde para que possamos dialogar com outras experiências", adiantou à Lusa.
Edinho Silva fala ainda com vaidade de Araraquara, como uma cidade com uma economia diversificada, mas "muito forte" no setor agroindustrial, sobretudo na produção de suco de laranja, etanol e açúcar.
Disse também que tem um "parque metalúrgico importante", o principal centro comercial e de serviços da região.
Com a vitória em 2016, esta é a segunda vez que Edinho Silva preside à câmara, depois de uma experiência entre 2001 e 2008, tendo sido depois deputado e ministro da Comunicação Social no Governo de Dilma Rousseff.
No regresso ao posto que bem conhece, disse que retomou vários projetos, entre eles a aposta na economia social e solidária, considerando que deve haver "políticas públicas estruturantes" e não apenas "medidas paliativas" diante do desemprego ou da crise.
Apesar da "crise estrutural" que o mundo vive desde 2008, Edinho Silva disse acreditar que o desenvolvimento pode chegar às pessoas, mas, para isso, salientou ser necessário "pensar outras formas de organização do desenvolvimento económico".
Relativamente ao Fórum, considerou que é uma boa oportunidade de intensificar a relação Sul-Sul e trocar experiências com países e comunidades que têm formação social e económica semelhante.
O Fórum Mundial de Desenvolvimento Económico Local, que pela primeira vez se realiza num país africano, decorre, na cidade da Praia, até sexta-feira, com cerca de três mil participantes, mais de 80 países e mais de 190 conferencistas.
*Foto por Yuri Sabino, domínio público, Ligação
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