quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Construções sustentáveis já movimentam R$ 13 bilhões no Brasil, segundo estudo da EY

O PIB de edificações acumulou alta de 17,2%, passando de R$ 139 bilhões para R$ 163 bilhões em apenas dois anos
O valor das construções com projetos registrados para receber a certificação de obra sustentável, os chamados prédios “verdes”, alcançou, em 2012, 8,3% do total do PIB de edificações – subdivisão do PIB da construção civil que exclui obras de infraestrutura. Em 2010, os prédios “verdes” não ultrapassavam 3% do PIB setorial. O valor total dos imóveis que reivindicam o selo sustentável atingiu R$ 13,6 bilhões no ano passado, em comparação com um PIB de edificações de R$ 163 bilhões no mesmo período, segundo estudo realizado pela EY (antiga Ernst & Young) a pedido da GCB Brasil (Green Building Council). A pesquisa levou em conta projetos registrados para o selo LEED (leadership in energy and enviromental design), concedido pela organização americana Green Building Council.
O levantamento compreende dados sobre a movimentação econômica da construção verde no Brasil, evidenciando um aumento substancial da participação de empreendimentos sustentáveis na composição do PIB de Edificações ao longo dos últimos três anos. Essa contribuição aumentou de 3% em 2010 para 9% em 2012. Para Luiz Iamamoto, gerente sênior da EY, a busca pela certificação LEED está presente em cada vez mais segmentos (como escolas, hospitais, estádios e edificações comerciais, entre outros), e até fundos imobiliários têm incluído a certificação LEED como exigência para receber investimentos, o que vem impulsionando o mercado de construções verdes.
“Percebemos que a certificação LEED desperta interesse dos investidores, principalmente em empreendimentos comerciais de alto padrão. Quando os projetos certificados começaram a ser comprados, as construtoras viam esse tipo de investimento como custo adicional. Hoje já entendem que o investimento feito a curto prazo pode até ser mais alto, mas ele é recuperado na velocidade de venda das unidades, além de reduzir em até 10% os gastos em um condomínio, em razão de projetos de eficiência energética e reuso de água.” conclui Luiz Iamamoto.
Apesar do desempenho errático da economia nos últimos seis anos, todos os segmentos da construção apresentaram taxas elevadas de crescimento entre 2007 e 2010. O segmento de edificações foi um dos destaques, com o PIB passando de R$ 139 bilhões, em 2010, para R$ 163 bilhões, no ano passado.

A certificação LEED tem mostrado que agrega valor às construções ampliando a atratividade para a mercado imobiliário corporativo – principalmente por reduzir riscos operacionais e de investimento. Hoje, o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial de construções sustentáveis, e logo deverá alcançar a terceira posição, desbancando os Emirados Árabes e ficando atrás somente de EUA e China.
Sobre a EY
EY é líder global em serviços de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Consultoria, comprometida em fazer sua parte para construir um mundo de negócios melhor. Os insights e os serviços de qualidade prestados ajudam a criar confiança nos mercados de capital e nas economias do mundo. A empresa desenvolve líderes excepcionais que inspiram suas equipes a entregar excelência a todos seus stakeholders. Dessa forma, a companhia desempenha um papel fundamental na construção de um mundo de negócios melhor para seus profissionais, clientes e comunidades.
A EY refere-se a uma ou mais empresas-membro da Ernst & Young Global Limited (EYG), organização privada constituída no Reino Unido, limitada por garantia e que não presta serviços a clientes.

Desperdício de alimentos, da revista EcoD

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revista sobre desperdício de alimentos

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A vazão de importantes rios do país (como o Tocantins) e o abastecimento de lençóis freáticos, responsáveis pelo fornecimento de água potável para a população, poderão ser comprometidos se a temperatura subir até 6 ºC nas próximas décadas e o volume de chuvas diminuir, conforme cenário do primeiro relatório de avaliação elaborado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), divulgado na segunda-feira, 9 de setembro, em São Paulo.
O documento, que considera que os níveis de emissões de gases causadores de efeito estufa permaneçam altos, alerta que a agricultura e o setor de energia do Brasil poderão ser fortemente impactados, sob risco de queda brusca do Produto Interno Bruto (PIB) e constantes crises que envolvem o abastecimento energético e de segurança alimentar.
Dividido em três volumes, o documento feito por 350 cientistas de diversas instituições conta com dados coletados com a ajuda do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre, primeiro sistema nacional de simulação do clima global, que incluiu características detalhadas do Brasil e do continente sul-americano neste tipo de modelagem.
Estima-se que até 2050 o clima influencie na perda de 10% de tudo o que for plantado no país
Os cientistas afirmam que o relatório não representa "o fim do mundo”. No entanto, advertem que, se a situação atual de emissões de gases permanecer e nada for feito pelo governo para prevenir eventos naturais extremos, a situação pode se agravar.
Perda de produtividade
Estudos utilizados pelo painel brasileiro para elaborar o relatório de avaliação apontam que as mudanças climáticas reduzirão a produtividade de quase todas as culturas agrícolas existentes no país atualmente. A previsão de perdas econômicas causadas por geadas e secas na agricultura gira em torno de R$ 7 bilhões anuais até 2020.
Previsões científicas apontam que, se nada mudar no cenário de emissões, nos próximos sete anos o plantio de soja perderia 20% de sua produtividade e 24% até 2050. Até este mesmo ano, a área plantada de arroz no Brasil pode retroceder 7,5%, a de milho 16% e o cultivo de algodão pode decrescer 4,7%. A safra de laranja também poderá ser prejudicada por doenças prejudiciais ao fruto.
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Rio Tocantins, que passa por Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará poderá ter uma redução de até 30% em seu escoamento e afetar a geração energética
Foto: deltafrut
O pesquisador da Embrapa e coordenador do volume que trata sobre Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação às mudanças climáticas, Eduardo Assad, afirmou ao portal G1 que o café-arabica, importante variedade cultivada no país, também poderá sofrer com o calor. Plantado principalmente na região Sudeste (Minas Gerais lidera a produção), este grão não conseguirá se desenvolver em temperaturas acima de 34 ºC, oferecendo risco à expansão da cultura.
Variedades mais resistentes
Estima-se que até 2050 o clima influencie na perda de 10% de tudo o que for plantado no país. “A alternativa será trabalhar com variedades de café que tenham mais tolerância ao calor”, explica Assad. Apesar dos riscos à agricultura, ele comenta que o setor é o que tem planos de adaptação e mitigação mais avançados até o momento.
Em contrapartida, o calor pode beneficiar a cana-de-açúcar, planta muito resistente ao calor e à seca. A principal mudança no cultivo de cana ocorreria em São Paulo, onde haveria "transferência" da produção da região oeste para o leste do estado.
Os cenários mais pessimistas do estudo apontam que:
  • agricultura pode perder até R$ 7 bilhões por ano com o clima;
  • queda na produtividade do café, soja, arroz e outras culturas;
  • redução de chuvas no Norte e Nordeste; aumento no Sul e Sudeste, com risco de inundações;
  • risco para o abastecimento das águas subterrâneas;
  • em todo o litoral, volume de pesca pode cair 6% em 40 anos.
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