domingo, 28 de julho de 2013

Quem quer ler em voz alta? - EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR


GAZETA DO POVO - PR - 28/07

Prova ABC, da organização Todos pela Educação, confirma que a criança brasileira não consegue compreender o que lê. Já são horas de enfrentar o motivo de não conseguirmos dar conta do que é essencial

Faça o teste: peça para alguém ler em voz alta. Ainda que seja diante de uma pequena audiência, as resistências em soltar o gogó costumam ser impertinentes, principalmente se o leitor for jovem. As desculpas são previsíveis – de “ler em voz alta é coisa do grupo escolar” a “minha voz não é boa”.

Talvez a explicação seja outra. Vivemos uma tremenda crise numa das práticas mais importantes da educação: a leitura pública, aquele que pede pausa breve nas vírgulas, pausa longa nos pontos, entonação para as exclamações e interrogações, capacidade de prender a atenção da plateia. É grave a ponto de tantos e tantos a considerarem infantil, tatibitate, assunto para os infantes às voltas com os primeiros livrinhos.

Em sã consciência, quem trabalha com educação – em todos os níveis, do ciclo infantil aos doutorados – sabe que não é verdade. Com perdão ao clichê, ler em voz alta é uma prova de fogo, pois testa a nossa compreensão do texto. É fato que as implicações da leitura pública “pegam mais” no ciclo fundamental e médio, mas não se pode esquecer que o último Índice de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado ano passado, apontou em até 30% o número de graduados com dificuldade de compreensão de texto.

O nó da questão pode estar em afirmar que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Posso ler muito mal em voz alta e compreender muito bem o que leio em silêncio. Mais: argumenta-se que a prova da leitura foi o tormento de tantos infantes, acuados pelas risadas da turma diante dos erros e pelas correções impertinentes do professor. Há também quem tenha vergonha da própria voz, se anasalada, se estridente, se fraca como o pio de um passarinho.

Não faltam no cinema cenas memoráveis a respeito. Uma delas no filme Minhas tardes com Margueritte, de Jean Becker. Já adulto, por ironia, o leitor traumatizado da trama se reconcilia com as letras graças a uma idosa que lê para ele – em voz alta. Em suma, não é por causa dos bêbados que se deve acabar com o vinho. Ninguém provou que os exercícios de leitura são ruins pela própria natureza. Pelo contrário, potencializam-se se acompanhados de alguma ciência pedagógica.

Às falas. Mais uma vez pesquisa comprova que o país tropeça em questões de leitura. Não se trata diretamente da leitura pública, mas da compreensão de texto. E convenhamos: uma depende da outra. Os dados dessa vez não são do exame internacional Pisa, no qual sempre saímos acanhados, amargando as últimas posições, mas da Prova ABC, da ONG Todos pela Educação, recém-publicada. Mais da metade das crianças da faixa dos 8 anos, avaliadas em 2012, saíram-se mal em Língua Portuguesa. Dessas, metade não conseguiu identificar nem o tema, nem o personagem principal da narrativa. Em Matemática, os resultados foram ainda mais assustadores: 67% dos avaliados tiveram nota abaixo da média. Exames e quetais não são verdades de fé, sabe-se, mas ajudam a pensar a educação. Nesse caso, tome susto.

Vale sempre lembrar o que diz a gestora educacional Cláudia Costin: parece faltar às licenciaturas e às faculdades de Pedagogia interesse e pesquisa nas práticas de ensino. O que abunda nas investigações sobre teoria educacional falta quando o assunto é o básico: ensinar. Daí a vantagem sobre nós de países mais pobres, como qualquer ranking – maldito ou não – pode comprovar.

Num “bate pronto” com professores, ao perguntar por que nossas crianças leem tão mal (logo, por que compreendem tão pouco o que leem), a resposta vem como um jogral bem ensaiado: porque as salas de aula estão muito cheias. Nenhum regente de turma ou auxiliar, em sã consciência, dizem, se aventura com frequência por sessões de leitura em voz alta, temendo algo parecido com a pororoca.

É de suspeitar que há uma descrença entre educadores sobre as virtudes da leitura caprichada – tão elogiadas em teses, tão pouco cultivadas no cotidiano. Não se deixou de fazer teatro, jogos da primavera, passeios, gincanas por causa da excitação das crianças. A desculpa não vale. Realmente, ensinar a ler exige esforços redobrados e cuidados, sempre sujeitos a frustrações. Ninguém disse que era fácil, mas já disseram, e bem dito, que é essencial.

E aí, presidente?, por PETER HAKIM

Para o autor, os manifestantes acabaram com o longo período de Dilma Rousseff como líder popular, mas agora estão dando a ela a oportunidade de se tornar uma grande governante

27 de julho de 2013 | 16h 33

Peter Hakim
Embora os brasileiros gostem de multidões, foi uma surpresa praticamente geral quando mais de 1 milhão de manifestantes saíram às ruas em mais de cem cidades para protestar. Eles reclamaram dos abusos, do desperdício e da corrupção do governo, tudo isso escancarado aos olhos do público com os bilhões de dólares gastos nos preparativos da Copa do Mundo de 2014 enquanto os serviços públicos – da educação e saúde aos transportes e à polícia – continuam estagnados na mediocridade. Ninguém viu os preparativos dos protestos. Ninguém aparentemente se deu conta da profundidade da revolta e da frustração dos brasileiros – a presidente do País, qualquer outro líder político, a imprensa ou seus gurus, os acadêmicos ou os analistas. Nem os banqueiros, os empresários ou os investidores estrangeiros. Os próprios organizadores das primeiras manifestações, que protestavam contra um aumento de 6% das passagens de ônibus, ficaram espantados com o número enorme de adesões.
Promessas. Eles pediam ‘tudo’ – e ela disse sim. Mas quem pagará a conta? - Fernando Bizerra Jr./EFE
Fernando Bizerra Jr./EFE
Promessas. Eles pediam ‘tudo’ – e ela disse sim. Mas quem pagará a conta?
Os brasileiros têm muitas razões para se sentirem satisfeitos consigo mesmos. Desde 1985, eles desfrutam do período mais longo de governo democrático ininterrupto jamais vivido pela nação. Nos últimos dez anos, sua estatura e influência internacional atingiram níveis sem precedentes. A economia do País, embora recentemente em ritmo reduzido, veio registrando uma expansão mais acelerada que em qualquer outro momento numa geração. A pobreza e o desemprego nunca foram tão baixos. Pela primeira vez na história, a classe média ultrapassa o número da população pobre.
Mais desconcertante ainda é talvez o fato de que, antes do início dos protestos, as pesquisas de opinião sugeriam que os brasileiros estavam satisfeitos com seus líderes. A presidente Dilma Rousseff tinha os índices de aprovação mais altos do mundo, superando todos os outros 34 chefes de Estado do Hemisfério Ocidental em popularidade. Quando seu predecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, deixou o cargo, há dois anos e meio, o índice de aprovação dele chegava a estratosféricos 83%. É quase como se os próprios brasileiros não tivessem consciência ou tivessem esquecido seu descontentamento até que os manifestantes tomassem as ruas e revelassem a crescente revolta contra políticos corruptos, Legislativos ineficientes, funcionários incompetentes pagos com supersalários, desmazelo com os serviços públicos essenciais e persistente esbanjamento do dinheiro dos contribuintes.
Embora exprimissem preocupações semelhantes aos de manifestantes de outras partes do mundo, os protestos brasileiros se diferenciaram dos de outras nações da América Latina, Europa, Oriente Médio e Ásia. Em primeiro lugar, eles praticamente não encontraram oposição. Ninguém discordou muito das queixas expressas pelos manifestantes. Além de alguns defensores dos gastos milionários com os preparativos da Copa de 2014, quase todo mundo (inclusive a presidente Dilma Rousseff) apoiou os manifestantes. Em que outro lugar as enormes passeatas pelas ruas das cidades foram universalmente recebidas com aplausos, seus participantes não foram criticados e não encontraram oposição?
Além disso, embora a lista de reclamações fosse longa, os manifestantes brasileiros não apresentaram prescrições concretas e fizeram poucas exigências específicas. Ao contrário do que aconteceu nos protestos no Egito e na Turquia, em Portugal e na Espanha, não pediram a renúncia ou destituição de sua presidente ou de outros integrantes do governo. Não elaboraram um programa de ação sobre questões específicas – contrariamente aos ativistas do Chile, que exigiam a reforma da educação, ou do México, que pediam mudanças na política contra a criminalidade e a droga, ou das marchas nos Estados Unidos em favor de uma ampla redistribuição da renda. Os brasileiros não insistiram na aprovação de novas leis importantes, como a legalização do casamento gay ou a reforma da imigração, como os manifestantes nos EUA; nem pressionaram pela revogação de leis e de acordos internacionais existentes, como fizeram os gregos e os espanhóis “indignados” que reivindicaram a anulação das medidas de austeridade. Manifestações do tamanho e da duração das do Brasil costumam ter maior intensidade e paixão. Os brasileiros, claro, estão revoltados com as falhas e fracassos do governo, e profundamente empenhados em mudar a maneira como o governo usa sua autoridade. Mas é impossível lutar intensa e apaixonadamente por um leque tão amplo de temas. Paixão significa escolher e investir totalmente nas próprias escolhas – sejam elas políticas ou pessoais. Os brasileiros ainda não fizeram suas escolhas. O jornal The New York Times noticiou que, quando o repórter perguntou a uma jovem manifestante o que ela pretendia, ela respondeu: “Nós queremos tudo, e queremos agora”.
Os brasileiros comuns fizeram sua parte. Mostraram seu descontentamento e pediram amplas mudanças, quase todas razoáveis e justificadas. Agora, cabe à liderança do País, tanto na área pública quanto na privada, elaborar as alternativas, propor prioridades e deixar clara a necessidade de chegar a determinados compromissos. Até o momento, os resultados têm sido desencorajadores.
O principal ônus da responsabilidade cabe à presidente Dilma Rousseff. Ela demorou excessivamente para responder aos protestos e, quando por fim o fez, aparentemente achou que seria suficiente concordar com a lista de reivindicações dos manifestantes, e adotá-la. Ela prometeu reformas políticas para aplacar as queixas de que os políticos não arcam com suas responsabilidades e não há transparência no governo. Respondeu aos apelos por melhores escolas e hospitais com a promessa de mais recursos para ambos. As preocupações com os perigos das ruas e o trânsito insuportável receberam a garantia de maiores investimentos na segurança pública, em novas estradas e na melhoria dos serviços de ônibus e trens. Ao que tudo indica, os brasileiros não consideraram sua resposta aceitável ou convincente – e os índices de aprovação da presidente despencaram cerca de 30 pontos.
Os brasileiros instintivamente pareceram concluir que ela não estava mostrando a capacidade de liderança necessária – ao contrário, sua mensagem era populista, mesmo arrogante. Ao eleitorado que queria “tudo”, ela prometeu que teria. A presidente anunciou mais atenção e novos gastos para quase todas as reivindicações – sem informar quais os gastos a serem reduzidos, os compromissos a serem assumidos e quem pagaria a conta. Deixou de responder a questões fundamentais, como de que modo o desperdício do governo poderia ser reduzido e os impostos cortados, ao mesmo tempo que teriam de ser feitos novos e enormes investimentos. Ela nunca mostrou ter plena consciência da dificuldade na implementação das mudanças que estavam sendo reivindicadas. Apesar de semanas de enormes manifestações criticando o funcionamento do governo brasileiro, ela não desmentiu nem propôs a renúncia de um único representante da administração. Mas Dilma não é a única culpada pelas falhas. Governadores estaduais, senadores e prefeitos não apresentaram propostas melhores, nem os líderes da oposição, acadêmicos ou a comunidade empresarial.
Até os manifestantes irem às ruas, parecia que a presidente tinha a certeza de reeleger-se para um segundo mandato no ano que vem. Embora continue liderando em várias pesquisas, as eleições de 2014 tornaram-se uma competição das mais acirradas para ela. Se o apoio do eleitorado cair ainda mais, Lula, seu predecessor, a figura política mais popular do Brasil, talvez seja pressionado pela liderança do partido a desafiar sua protegida. Já não está fora de questão a possibilidade de surgir um adversário político não pertencente à área do governo. Marina Silva, que recebeu 20% dos votos como candidata do Partido Verde, em 2010, desta vez poderá mostrar-se ainda mais competitiva.
Por enquanto, porém, a eleição pressupõe Dilma na disputa. Como presidente, todas as atenções se concentram nela, que manda nos holofotes e tem o maior megafone. Precisará mostrar que está traçando um novo curso para o Brasil e tem a capacidade de responder efetivamente às novas reivindicações que os brasileiros fazem a seu governo, não importando quão amorfas sejam. Se ela fizer boas escolhas e demonstrar capacidade de liderança, ninguém poderá derrotá-la. Decisões erradas ou falta de decisão poderão acabar com sua carreira política. Por exemplo, talvez esteja na hora de considerar a nomeação de um novo gabinete, assinalando um compromisso com a mudança e estabelecendo sua independência de Lula.
Os protestos devem ser vistos como uma evolução animadora para o Brasil e tornar as pessoas mais otimistas com o futuro do País. Os manifestantes escolheram as questões certas – todas fundamentais para o Brasil e sua possibilidade de avançar rumo a uma economia desenvolvida e uma sociedade mais justa e segura. As passeatas e manifestações também aumentaram a importância política dos problemas apontados, fazendo com que seja impossível continuar a ignorá-los. O mais importante é talvez o fato de que os cidadãos brasileiros assumiram um novo papel – o de fiscais do governo. Como contribuintes, eles têm o direito e a responsabilidade de supervisionar o uso que o governo faz do dinheiro dos impostos.
Evidentemente, muitas vezes a mudança acaba provocando conflitos partidários e ideológicos, e isso poderá ocorrer no Brasil. Será difícil planejar e implementar as reformas necessárias – políticas, econômicas e sociais. Talvez o Brasil não tenha instituições suficientemente fortes que funcionem na prática. Entretanto, o País – hoje mais forte e capaz que em qualquer outro momento de sua história – encontra-se em melhor posição que nunca para manter seus sucessos.
Os brasileiros deram uma extraordinária oportunidade à primeira mulher a governar o País: presidir um momento histórico de mudanças políticas e econômicas de grande envergadura. Os manifestantes legitimaram um programa de transformação nacional e mostraram que ele exige profundo apoio. Eles acabaram com o longo período de Dilma Rousseff como presidente popular – mas estão dando a ela a oportunidade de se tornar uma grande presidente. Oxalá... / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

* PETER HAKIM É PRESIDENTE EMÉRITO DO DIÁLOGO INTERAMERICANO

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Carta à Presidente Dilma Rousseff



25/07/2013
Prezada Presidente
Li no jornal O Estado de S. Paulo do dia 21 de julho: O presidente do Banco Central Alexandre Tombini afirmou que o processo de retomada do crescimento do País foi prejudicado por um abalo de confiança que trava os investimentos. Foi uma entrevista franca em que ele se compromete batalhar contra a inflação e manter o câmbio sob estrita vigilância com os instrumentos que a Constituição e suas leis complementares lhe permitem. Admite, correto a meu ver, que a falta confiança da sociedade que a senhora e seus ministros negam em suas declarações, existe mesmo. Tombini não discute as outras ações que o governo precisa tomar para dominar a inflação – como o ajuste fiscal, investimentos públicos – mas diz que o governo tem que fazer e explicar a todos, com clareza, o que fez, porque fez e com qual objetivo. Coisas que têm passado longe do discurso empolado e até diversionista do ministro da Fazenda.
Em minha opinião, o governo do PT ignorou todas as oportunidades de dar bom segmento à ordem e ao progresso do País que recebeu sem inflação, com muitos brasileiros já podendo comer frango, com aprovação popular e reformas estruturais iniciadas. Reconheço o mérito de poder resgatar milhões de brasileiros para a ceia dos cidadãos e da solidariedade; distribuir renda porem, não teve a inteligência e a determinação de desenvolver um plano estratégico para o Brasil condicionado pelo poder delineado e alimentado pelos acordos e práticas condenados à exaustão no passado.
O Brasil enfrentou a “marolinha” de 2008 com relativo sucesso e o “tsunami” da crise europeia, aliado à recuperação dos Estados Unidos e ao menor crescimento futuro da China sobraram em suas mãos cuja sua equipe econômica, em minha opinião, subestimou problemas com medidas insuficientes e pontuais, como as desonerações de impostos.
Estamos aqui – a senhora e todos que não estabeleceram nenhuma diretriz mais duradoura – no túnel onde ganhava uma lanterna do governo quem se sentia mais incomodado com a escuridão. Em situações mais graves, o governo tem justificado a falta de iluminação à sabotagem, a má vontade e aos inimigos da travessia – os conservadores, como disse outro dia o ex-presidente Lula. Ele os conhece bem, teve que fazer muitos acordos que o velho PT não faria. Não o critico. Lula é disciplinador, disciplinado e precisava governar, ao tempo em que fazia o que mais gostava: negociar, mesmo que não vendesse ou nada comprasse.
É claro que estou no mesmo barco, como parlamentar. Mas não é fácil, do lado de quem, no legislativo, por causa das imensas pressões do seu governo sobre o Congresso, acaba se limitando à análise de medidas provisórias, sob pena de ver se despejada sistematicamente às costas dos políticos (Câmara e Senado) a responsabilidade pelas mazelas que sufocam o País.
Mas agora se descobre que a historia é outra: não havia luz no início e não há luz no fim do túnel. É preciso controlar a inflação e depois mirar nos investimentos.
Tombini tem razão em se preocupar. As altas do dólar, desde o fim de maio, estão aquecendo a caldeira da inflação que poderá ser radiante, em setembro próximo. Os ganhos marginais da inclusão econômica da população; da expansão de crédito (o Banco do Brasil está subindo suas taxas de juros para pequenas e médias empresas, perto das taxas dos bancos privados); e da explosão da demanda estão esgotados. A inadimplência das famílias brasileiras cresceu 72% entre 2007 e 2013. E no meio desta semana soube-se do desequilíbrio das contas e das taxas de emprego e desemprego que poderão em poucos meses, segundo os analistas mais neutros, assustar a Nação.
A senhora sabe disso. Tem medo de dizer isso aos brasileiros? Ou de perder as próximas eleições e compromete o velho projeto hegemônico de poder do seu partido?
O PIB do País vai crescer, mas devagar, como a arrecadação, os salários, os benefícios fiscais Os juros no mundo vão aumentar e a mútua dependência econômica estabelecida entre Estados Unidos e China, da qual continua se beneficiando o mercado internacional, não preservará subdesenvolvidos, emergentes, periféricos, ou seja, lá os classificados que sobrarem do novo arranjo mundial. Disso a senhora está cansa de saber, embora ninguém lhe ajude a formular qualquer estratégica.
O Brasil só é importante por ser estratégico, do ponto de vista dos recursos naturais e da geopolítica. Eu sei que a senhora sabe. Tem muito mais informação do que eu. Não vai encontrar uma saída patriótica para esta difícil situação conversando com seus marqueteiros, com o ex-presidente Lula e com alguns partidários que lhe querem ver pelas costas. Precisa assumir que é presidente de todos os brasileiros, muito além de presidir as reuniões dos seus 39 ministros. Repito uma questão de artigo anterior: Vossa Excelência vai se apequenar e ceder a questões eleitoreiras ou irá, como estadista, assumir realmente a Presidência e conduzir o Pais?
Cordialmente

Arnaldo Jardim - Deputado federal PPS/SP.