Apesar das dificuldades de lidar com os resíduos no Brasil, novas tecnologias de tratamento apontam caminhos para o seu reaproveitamento. Muitas vezes elas são polêmicas, como a queima direta de resíduos para a geração de energia, conhecida como WTE (Waste to Energy).
'É preciso julgar essas tecnologias comparativamente. Muita gente fala contra a queima direta, mas hoje as tecnologias de filtragem da fumaça da queima são muito eficientes. A fumaça vai para a atmosfera em padrões melhores do que aqueles resultantes da queima de combustível fóssil', diz Paulo Tupinambá, presidente da Haztec, uma das maiores operadoras de centrais de tratamento de resíduos do País.
A empresa tem projetos de duas plantas de WTE no Brasil. 'A tecnologia mais usada no mundo é a chamada 'mass burning', em que se queima tudo junto', exlica Tupinembá.
'Queimar PET é o fim da picada. É uma sucata cara', opina o sociólogo Maurício Waldman.
Mas também há um sistema em que o lixo é dividido em orgânico molhado, orgânico seco, metálicos e não metálicos. Somente o orgânico seco - principalmente plástico, papelão e papel - vai para a queima.
A Haztec já gera energia a partir do biogás, uma outra tecnologia, no aterro desativado de São João, em São Paulo. 'O biogás emitido vai para um motor que queima o metano e gera energia', explica Tupinambá. O CO2 do biogás vai para a atmosfera.
O aproveitamento do biogás é aplicável a aterros de cidades com mais de 300 mil habitantes. 'Uma alternativa para os municípios são os aterros regionais, que recebam resíduos de várias cidades', diz Tupinambá.
A Haztec fornecerá para a Petrobrás todo o metano do aterro de Nova Gramacho, no Rio, por 20 anos. 'Estamos desenvolvendo um sistema pioneiro de separação do metano do CO2 para vender só o metano.'/ K.N.