Achei esta excepcional matéria no site Instituto Humanitas Unisinos. A fonte foi uma reportagem publicada por ‘políticas socioambientais, 23-03-2015. O texto começa assim:
JBS, Maggi, Brasil Foods e Bradesco estão entre as maiores apoiadoras da eleição de ruralistas que defendem a Proposta de Emenda Constitucional, ou PEC, 215/2000. Empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato também estão na lista.
Óbvio, não? E eu acrescento: os deputados do chamado “baixo clero” também são contra a criação e manutenção das UCs. Um deles, Jair Bolsonaro, foi flagrado pescando em uma UC. Como bravata pelo malfeito, tornado público pela imprensa, prometeu juntar seus pares e acabar com as UCs que hoje ainda resistem.
Como expliquei em matérias anteriores, desde a mudança do Código Florestal um fosso abriu-se entre ambientalistas e o Congresso Nacional. Houve radicalização dos dois lados, ambos perderam com os excessos. O agronegócio, tão importante para a balança comercial, precisa de água com um náufrago da bóia. O gado, ou qualquer vegetal, não vive sem ela. Você já reparou que a NASA, ao estudar planetas para onde o homem poderia viajar, investiga em primeiro lugar se o astro tem água? Os cientistas sabem que a ausência dela significa ausência de vida. E sem as florestas que protegem as nascentes e produzem umidade (chuvas), ou sem os Oceanos que abrigam 96% de toda a água da Terra, não haveria este post, muito menos você, caro leitor, a Terra seria um imenso deserto de vida inanimada vagando pelo cosmo.
PEC 215/200: perigo! perigo! perigo!
Se esta proposta for aprovada perde o cidadão, seja ele ambientalista, ruralista, ou de qualquer outro segmento da sociedade. O que o Brasil tem de melhor, aquilo que o diferencia de outros países, é sua extraordinária biodiversidade, um bem natural que Deus nos deu, cujo valor e liquidez são, respectivamente, altíssimo e imediato. Por ser um “bem natural”, reconhecido até mesmo pelo mais alienado político, está assegurado na Constituição Federal, portanto, pertence a todos brasileiros.
Apesar disso existe a PEC cujo texto, caso aprovado, ” transfere do governo federal para o Congresso o poder de demarcar Terras Indígenas, titular áreas quilombolas e criar Unidades de Conservação (UCs). Pior, muito pior, ” dos quase 50 deputados listados na Comissão Especial que analisará a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, pelo menos 20 tiveram suas campanhas eleitorais financiadas por grandes empresas do agronegócio, mineração, energia, madeireiras e bancos
A bancada ruralista engloba cerca de 1/4 do Congresso Nacional. Anote os nomes deles (de acordo com osite Wikipedia). Nas próximas eleições você dá o troco. Este bordão, “nas próximas eleições você dá o troco”, é de minha autoria. Foi criado quando dirigi a Rádio Eldorado de São Paulo (1982- 2003). Já naquela época estávamos de saco cheio por tantas contradições, roubalheiras, e trombadas entre nossos políticos. Um dia, depois de mais uma baixaria pesada (não me recordo qual), pensei na reação que poderíamos ter para deixar claro aos ouvintes a inconformidade da Eldorado. Surgiu a ideia de premia-los.
Decidi que toda vez que “autoridades” fossem flagradas atuando no ‘teatro do absurdo’, daríamos grande destaque no ar. Terminávamos com a frase: “anote o nome dele, nas próximas eleições você dá o troco.” Foram tantas as baixarias, como o são atualmente, que inauguramos o “Primeiro Prêmio Cara de Pau- o Óscar da baixaria” (para meu orgulho o Prêmio da Eldorado foi motivo de tese universitária).
Como funcionava o ‘Óscar da Baixaria’
Todo final de mês nomeávamos os autores ‘mais destacados’ pela indecência, inutilidade da proposta, ou o roubo puro e simples. Então convocávamos os ouvintes para votarem naquele que merecia o prêmio do mês. Ao final do ano tínhamos 12 candidatos ao galardão. Então, em dezembro, em nova eleição direta revelávamos o “Cara de Pau do Ano”. O vencedor daquele primeiro prêmio, em 1999, foi Paulo Salim Maluf, um dos mais nefastos exemplos do que temos de pior em termos políticos.
Segundo Prêmio Cara de Pau
Está na hora de criarmos o ‘Segundo Prêmio Cara de Pau.’ Motivos não faltam, vide a reação de Bolsonaro, e tantos outros que estão no Congresso Nacional apenas para defender interesses escusos, menores, mesmo que eles ‘ferrem’ o Brasil, a começar de Dilma- A Destrambelhada.
Informação importante
Todos os grandes bancos do país doam para partidos antagônicos, como PT, PSDB, PMDB, e outros. Itaú, Bradesco, Safra, etc. Faz tempo que eu, e a parte da população interessada no tema, conhecemos esta estratégia. Ela não é só dos bancos mas, sobretudo, das empreiteiras, e é pública e notória. Em todas as eleições a imprensa publica matérias a respeito. Meu espanto foi descobrir que Bradesco também a utiliza no caso do meio ambiente. Para mim esta foi a grande novidade que a matéria revelou. Porque, como jornalista ambiental, sei que este banco tem diversas ações em prol do meio ambiente. E boas, úteis. Por exemplo, o Bradesco é a maior fonte de receitas de uma das mais notórias e eficientes ONGs do país, a S.O.S Mata Atlântica; e também patrocinou o livro publicado por este escriba, O Brasil visto do Mar Sem Fim. Antes do lançamento procurei diversas empresas que tinham compromisso com o meio ambiente. Assim, bati na porta de Bradesco que comprou uma cota. Recentemente fiz de novo. Uma das empresas que procurei para patrocinar a série que atualmente faço para a TV Cultura, foi o Bradesco. Não deu certo. Meu único patrocinador até o momento é a Fundação Grupo O Boticário.
Empresas doadoras
Quanto a elas, faço questão de deixar clara minha opinião, nada contra. Não pretendo adjetiva-las, apenas informar os que visitam este site. A Lei Eleitoral permite que empresas doem dinheiro para financiar qualquer candidatura. Portanto, enquanto existir esta Lei, não posso e não devo condenar seja lá quem for. Gostaria de ter tempo e talento para publicar o nome de TODAS as empresas que agem desta forma. São muitas além das mencionadas neste post. Mas minha equipe é mínima: eu, minha assistente, Regina, além de Caio e Marcela, cuidamos do site. O editor Alexandre, e o cinegrafista, João, me ajudam nos programas. Não sobra tempo para outra coisa. Mesmo que tivesse, política não é minha praia. Duvido que, sozinho, conseguisse. Fica meu compromisso de ficar alerta ao tema. Ao esbarrar na net sobre elas, acrescento a esta postagem.
E começo já. Na terceira semana de Março surgiu mais um escândalo que deixa a operação Lava Jato no chinelo. Trata-se da Operação Zelotes que investiga o pagamento de propina para apagar débitos com a Receita Federal, no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Este escândalo pode ter gerado umprejuízo de 19 bilhões de reais aos cofres públicos. Para ‘variar’, bancos e grandes empresas, algumas citadas neste post, estão entre os investigados.
Empresas precisam ter consumidores…
O título acima é uma platitude, escolhi com o propósito de reforçar, chamar a atenção do menos atento. O que posso fazer, como consumidor, é escolher as empresas, e prestadores de serviços, que eu quiser. Nós, consumidores, temos esta prerrogativa. Eu já escolhi as minhas. E você, escolheu as suas?
(charge de abertura: inesc.org.br)
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