O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), disse ontem numa palestra a prefeitos eleitos pelo partido no Estado que eles deveriam se preparar para enfrentar "os maiores inimigos da política": "o Ministério Público e o Poder Judiciário".
Barros Munhoz fez um discurso de cerca de 15 minutos na abertura do evento, que durou o dia inteiro e contou com a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Geraldo Alckmin. Eles não estavam presentes quando o presidente da Assembleia falou.
"Os prefeitos têm que se preparar. Vocês vão enfrentar os maiores inimigos da política de hoje: o Ministério Público e o Poder Judiciário. Eu não tenho medo de falar."
Munhoz responde a ações de improbidade administrativa na Justiça por conta de iniciativas que tomou quando prefeito de Itapira, cidade do interior do Estado. "Eles [a Promotoria e a Justiça] nivelam a política por baixo", concluiu.
Eduardo Knapp-21.mar.2011/Folhapress | ||
Deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo |
Durante sua fala, fez ainda uma crítica sobre a atuação do partido, mencionando a derrota de José Serra (PSDB) para Fernando Haddad (PT) na eleição paulistana e a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Munhoz disse que essa eleição municipal foi a "eleição do novo" e que o PSDB vive um desgaste por estar há anos à frente do Estado.
"Ao final de 20 anos, até a gente enjoa da gente. O poder desgasta e a gente vai se desinteressando", afirmou.
Munhoz disse ainda que, como estava entre tucanos, ia "lavar a roupa suja. "A bancada do PT na Assembleia dá de 10 a 0 na gente. Fazem reunião toda semana com um tema específico. Tem um quadro de assessores melhor que o nosso", afirmou.
O presidente da Assembleia disse ainda que "muita gente reclama do governador Geraldo Alckmin". "Ninguém é perfeito, minha gente. O Alckmin não é, os secretários também não são. Mas há uma disposição fantástica. O Alckmin sente os problemas ele quer ajudar".
"A gente tem que se dar as mãos, mostrar os erros e fazermos o partido cada vez maior", disse.
01/12/2012 - 06h00
Após dizer que TJ é inimigo dos políticos, deputado recua
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DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz (PSDB), enviou ontem um ofício ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, negando ter afirmado que o Judiciário é "inimigo" da política.
Anteontem, em palestra a prefeitos do PSDB, o deputado afirmou que eles enfrentariam"os maiores inimigos da política: o Ministério Público e o Judiciário". A frase foi reproduzida ontem pela Folha.
No documento enviado a Sartori, Munhoz diz que nunca criticou a Promotoria como instituição e que nada falou sobre juízes. Ele responde a processos, alguns em tramitação no TJ-SP.
Eduardo Knapp-21.mar.2011/Folhapress | ||
Deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo |
Procurado, o deputado disse que sua frase havia sido distorcida, mas depois recuou. "No calor de uma fala... Não quero discutir o que eu falei ou o que eu não falei. [...] Eu posso até ter carregado demais. Estava numa reunião fechada. Não vou ficar teimando", afirmou. A fala repercutiu até entre os tucanos.
O líder do PSDB na Assembleia, Carlos Bezerra, que estava no evento e ouviu o discurso de Munhoz, divulgou nota na qual diz que a "bancada [do PSDB] repudia suas críticas ao Ministério Público e ao Judiciário, fundamentais para fiscalizar o poder público e garantir sua probidade".
Em entrevista, Bezerra disse que Munhoz tem "um estilo de política coronelista, arcaico e conservador, de pouca transparência".
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