sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Para tucano, os maiores inimigos da política são Judiciário e Procuradoria


O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), disse ontem numa palestra a prefeitos eleitos pelo partido no Estado que eles deveriam se preparar para enfrentar "os maiores inimigos da política": "o Ministério Público e o Poder Judiciário".
Barros Munhoz fez um discurso de cerca de 15 minutos na abertura do evento, que durou o dia inteiro e contou com a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Geraldo Alckmin. Eles não estavam presentes quando o presidente da Assembleia falou.
"Os prefeitos têm que se preparar. Vocês vão enfrentar os maiores inimigos da política de hoje: o Ministério Público e o Poder Judiciário. Eu não tenho medo de falar."
Munhoz responde a ações de improbidade administrativa na Justiça por conta de iniciativas que tomou quando prefeito de Itapira, cidade do interior do Estado. "Eles [a Promotoria e a Justiça] nivelam a política por baixo", concluiu.
Eduardo Knapp-21.mar.2011/Folhapress
Deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo
Deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo
Durante sua fala, fez ainda uma crítica sobre a atuação do partido, mencionando a derrota de José Serra (PSDB) para Fernando Haddad (PT) na eleição paulistana e a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Munhoz disse que essa eleição municipal foi a "eleição do novo" e que o PSDB vive um desgaste por estar há anos à frente do Estado.
"Ao final de 20 anos, até a gente enjoa da gente. O poder desgasta e a gente vai se desinteressando", afirmou.
Munhoz disse ainda que, como estava entre tucanos, ia "lavar a roupa suja. "A bancada do PT na Assembleia dá de 10 a 0 na gente. Fazem reunião toda semana com um tema específico. Tem um quadro de assessores melhor que o nosso", afirmou.
O presidente da Assembleia disse ainda que "muita gente reclama do governador Geraldo Alckmin". "Ninguém é perfeito, minha gente. O Alckmin não é, os secretários também não são. Mas há uma disposição fantástica. O Alckmin sente os problemas ele quer ajudar".
"A gente tem que se dar as mãos, mostrar os erros e fazermos o partido cada vez maior", disse.

O dia seguinte...


01/12/2012 - 06h00

Após dizer que TJ é inimigo dos políticos, deputado recua

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DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
O presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz (PSDB), enviou ontem um ofício ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, negando ter afirmado que o Judiciário é "inimigo" da política.
Anteontem, em palestra a prefeitos do PSDB, o deputado afirmou que eles enfrentariam"os maiores inimigos da política: o Ministério Público e o Judiciário". A frase foi reproduzida ontem pela Folha.
No documento enviado a Sartori, Munhoz diz que nunca criticou a Promotoria como instituição e que nada falou sobre juízes. Ele responde a processos, alguns em tramitação no TJ-SP.
Eduardo Knapp-21.mar.2011/Folhapress
Deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo
Deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo
Procurado, o deputado disse que sua frase havia sido distorcida, mas depois recuou. "No calor de uma fala... Não quero discutir o que eu falei ou o que eu não falei. [...] Eu posso até ter carregado demais. Estava numa reunião fechada. Não vou ficar teimando", afirmou. A fala repercutiu até entre os tucanos.
O líder do PSDB na Assembleia, Carlos Bezerra, que estava no evento e ouviu o discurso de Munhoz, divulgou nota na qual diz que a "bancada [do PSDB] repudia suas críticas ao Ministério Público e ao Judiciário, fundamentais para fiscalizar o poder público e garantir sua probidade".
Em entrevista, Bezerra disse que Munhoz tem "um estilo de política coronelista, arcaico e conservador, de pouca transparência".

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