O Estado de S.Paulo
Na Favela do Porto de Areia, caminhões de lixo dificilmente passam para recolher sujeira. Geralmente deixam um rastro pelas ruas, forradas de restos trazidos de toda a cidade. Próximo dali, fica o terreno de um lixão desativado que em 2000 foi classificado como o pior do Estado e desativado quatro anos depois. Apesar disso, chinelo é o calçado mais usado por moradores. A dona de casa Isabel Borges, de 46 anos, afirma que pisou no chão com o pé machucado e teve infecção grave. "Quase morri", há quatro anos vivendo às margens da Lagoa de Carapicuíba.
Segundo o médico infectologista Ricardo Diaz, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as consequências de se morar em locais contaminados são imprevisíveis. "O esgoto pode causar de infecções intestinais a hepatite A", afirma. Além disso, o chorume pode causar problemas de pele e respiratórios, entre outros.
A cidade diz que desenvolve projetos de saúde para tentar minimizar os problemas da população da favela. "A prefeitura de Carapicuíba realiza regularmente ação em saúde para atender famílias que vivem ali, com visitas feitas pela equipe médica (enfermeiros, médicos, dentista, assistentes sociais entre outros), para verificação das condições de saúde da população", afirmou, em nota.
Segundo o município, a maioria das famílias do local foi desapropriada para construção do Rodoanel. "Na época, não houve assistência adequada por parte de Dersa e Prefeitura."
Apesar do atraso na solução habitacional, o projeto da construção de um parque na área já começou. Trata-se de mais uma contrapartida que o governo estadual vai realizar por causa do despejo de lama na área. Depois de pronto, o espaço deve ser administrado pelas mineradoras donas do terreno, com o dinheiro de um centro de logística que será construído na área. / A.R.
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