segunda-feira, 9 de maio de 2011

As novas mídias e o jogo político


Coluna Econômica - 09/05/2011 
Na sexta-feira passada participei da sessão de encerramento do IV Congresso Latino Americano de Opinião Pública da Wapor, um encontro que reuniu especialistas em pesquisas de opinião do continente, tanto da área acadêmica quanto dos institutos de pesquisa.
As novas mídias entraram definitivamente na agenda do setor, por sua capacidade de interferir em eleições. Esse processo ficou claro nas eleições de Obama. De seu lado, foi auxiliado por uma multidão de blogueiros e voluntários. Na outra ponta, alvo de uma campanha de baixíssimo nível, valendo-se de redes sociais e blogs, apontando-o como terrorista, muçulmano etc.
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Alguns pensadores defendem a tese de que a blogosfera é por demais caótica para conseguir interferir no jogo político. Em geral se aferram a um retrato atual do setor, incapazes de entender o processo futuro.
A blogosfera é como uma imensa assembleia pública dos primórdios da democracia grega, uma imensa sala onde todos se manifestam.
Desde o advento da indústria da comunicação, o jogo da opinião pública ficou restrita à opinião que passava pelos grandes jornais centrais de cada país. Ficavam de fora desse jogo as cidades e cidadãos do interior, setores da economia, movimentos sociais, pequenas empresas etc.
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A blogosfera é um caos – que em determinado momento encontrará várias formas de organização. A diferença é que todas as manifestações, ruídos, militâncias se dão na mesma plataforma tecnológica. Essa é a diferença fundamental.
Sem Internet, a opinião pública é captada ou através de pesquisas de opinião estáticas, ou através do filtro do jornal.
Com a Internet, o jogo é outro. Todas as opiniões são bites na rede. Todas as informações estão disponíveis para modernas ferramentas de gestão do conhecimento, seja RSS (sistema que permite receber automaticamente notícias de um site ou blog), cokpits (formas aprimoradas de organizar informações).
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O primeiro bloqueio à informação – sua publicização – é removido. Cada vez mais será possível buscar informações dos locais mais distantes, dos setores mais esquecidos.
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Espalhadas pela rede, as informações assumem inicialmente um aspecto caótico. Gradativamente surgirão os hubs, os agregadores, que buscarão informações e darão tratamento jornalístico às notícias.
Haverá implicações em todas as áreas.
Por exemplo, na política econômica, atualmente o único setor ouvido é o dos economistas de mercado, com fácil acesso às editorias econômicas dos grandes jornais de São Paulo e Rio.
Gradativamente setores da indústria, de serviços, sindicatos, cidades do interior, disponibilizarão dados na rede, acessíveis a analistas, pesquisadores, veículos de informação, autoridades econômicas etc.
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As eleições do ano passado, além disso, mostraram a importância do contraponto permitido pela Internet, especialmente em períodos em que não há contraponto na grande mídia.
Mesmo em fase incipiente, o espaço proporcionado pela Internet já modificou a história da mídia.
IPCA avança para 0,77% em abril
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,77% no mês de abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, a taxa tinha ficado em 0,79% e em abril de 2010, em 0,57%. Entre janeiro e abril, a inflação oficial acumula alta de 3,23%. A taxa apresentada pelo grupo Alimentação chegou a 0,58%, abaixo dos 0,75% de março, enquanto o agrupamento dos não alimentícios passou de uma taxa de 0,80% em março para 0,83% em abril.
Gasolina e etanol ficarão mais baratos este mês, diz Mantega
Os combustíveis, considerados os principais vilões da inflação medida pelo IPCA em abril, já estão em queda, afirma o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Começou a safra, o preço do etanol ao produtor já caiu bastante e logo mais chegará à bomba de gasolina. Teremos uma queda da gasolina e do etanol a partir de maio”. Mantega ressaltou a queda recente dos preços das commodities, em especial o petróleo - “um dos itens que mais inflacionam o índice de commodities mundial”, afirmou o ministro.
Penetração da banda larga é maior do que de serviços de infraestrutura
A penetração da banda larga cresceu mais rápido do que a de outros serviços de infraestrutura, segundo estudo da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). Ao final do ano passado, o serviço alcançou a marca de 17,4 milhões de usuários, alcançando um aumento de penetração na ordem de 80 vezes, durante os últimos dez anos. O número de novos lares que receberam banda larga entre o ano 2000 e 2010 também supera os que passaram a ter acesso à coleta de lixo (14,2 milhões).
Produção de veículos no país registra queda de 4,9% em abril
A produção de veículos no país caiu 4,9% em abril deste ano em comparação com março. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram produzidas 280,1 mil unidades em abril, ante 294,4 mil no mês anterior. Na comparação com abril de 2010, quando foram produzidos 274.830 automóveis, houve crescimento de 1,9%. De acordo com o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, a queda foi puxada pelas medidas macroprudenciais adotadas pelo governo.
Grécia pode deixar zona do euro
Aumenta a possibilidade de saída da Grécia da zona do euro, e a possibilidade de retomada do uso do dracma como moeda própria. Segundo fontes do mercado consultadas por agências internacionais, o país aventou a possibilidade durante conversas com membros de Estado, da Comissão Européia e ministros das Finanças da zona do euro. Contudo, um porta-voz do Eurogrupo – instituição que congrega ministros das Finanças dos países membros da zona do euro— negou que o encontro seja realizado.
Nível de emprego acelera nos EUA em abril
A economia dos Estados Unidos registrou a criação de 244 mil postos de trabalho no mês de abril, o maior resultado apurado em 11 meses, segundo levantamento do Departamento de trabalho local. Este foi o terceiro mês consecutivo de criação de empregos no país. Boa parte desse crescimento foi puxado pelas companhias do setor privado, que geraram 268 mil vagas, a maior quantia desde fevereiro de 2006. Entretanto, o setor público suprimiu 24 mil vagas, dentro de seus planos de corte orçamentário.

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