segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Ex-braço-direito de Pazuello na Saúde, general participou de ato golpista, FSP

 Ex-braço direito de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, o general Ridauto Fernandes foi um dos participantes do ato golpista na Esplanada dos Ministérios neste domingo (8).

Manifestantes golpistas entram no Palácio do Planalto durante atos no domingo (8) - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ele ocupou o cargo de diretor do Departamento em Logística da Saúde da pasta até o último dia do governo Jair Bolsonaro (PL), em 31 de dezembro de 2022.

General da reserva, Fernandes gravou um vídeo em frente ao Palácio do Planalto durante o protesto.

Ele relata ter sido alvo de gás lacrimogêneo disparado pela PM. "Quero dizer que eu estou arrepiado aqui. O pessoal acabou de travar a batalha do gás lacrimogêneo. Acreditem, a PM jogou gás lacrimogêneo na multidão aqui durante meia hora", afirmou.

Segundo o militar, mesmo assim, muitas pessoas aplaudiram a ação dos policiais. "A gente sabe que eles cumpriram ordem, eles estavam aqui para defender patrimônio. A maioria deles aqui é bem-intencionado. Tem que ser aplaudido, sim", declarou.

Fernandes foi criticado durante a crise da Covid-19 pela demora na compra e distribuição de vacinas e também durante a crise da falta de oxigênio em Manaus, em janeiro de 2021.

Procurado, o general disse que "o momento é muito sensível" e não quis se manifestar.


Presidente interina do CFM celebrou ato golpista, FSP

 Guilherme Seto

SÃO PAULO

Presidente interina do Conselho Federal de Medicina, a médica Rosylane Rocha celebrou nas redes sociais os atos golpistas que culminaram na invasão e vandalização do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal) de vandalismo que ocorreram em Brasília neste domingo (8).

Rosylane é segunda vice-presidente, mas está à frente do CFM porque seus dois superiores encontram-se fora do Brasil.

Nas redes sociais, ela publicou uma foto que mostra os extremistas invadindo o Congresso e escreveu "agora vai!". Ela também compartilhou uma imagem de pichação da escultura "A Justiça", feita em 1961 pelo artista plástico Alfredo Ceschiatti e que fica em frente ao Supremo.

A frase "perdeu, mané" faz alusão a uma resposta dada pelo ministro do tribunal Luís Roberto Barroso a um bolsonarista após sofrer hostilidades dos militantes durante viagem a Nova York.

Rosylane também publicou uma reprodução de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que diz que policiais abandonaram a barreira que faziam para comprar água de coco enquanto os golpistas invadiam o STF. A presidente interina do CFM escreveu "polícia é para prender bandido e não pessoas de bem" e "alguém tem que ter coragem! Viva a PM do DF".

Procurada pelo Painel, ela não deu resposta até a publicação do texto. Em nota pública, o CFM afirma que repudia as invasões.

O presidente do CFM, José Hiran Gallo, diz à coluna que repudia a nota foi sugerida por ele e aprovada por unanimidade, ou seja, com apoio da própria Rosylane.

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Ele diz ter conversado com ela sobre as publicações e que ela disse que não participou das invasões e que não compactua com a depredação de patrimônio público. Ele também afirma que a conhece há dez anos e tem certeza de que ela não apoia o vandalismo.

Saiba quem é Celina Leão, vice-governadora do DF que assume no lugar de Ibaneis, FSP

 Priscila Camazano

SÃO PAULO

A vice-governadora Celina Leão (PP-DF) assume nesta segunda-feira (9) o governo do Distrito Federal no lugar de Ibaneis Rocha (MDB), afastado do cargo pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), após os atos violentos de golpistas em Brasília.

A suspensão determinada por Moraes vale por 90 dias e ocorre horas depois que bolsonaristas radicalizados invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.

Natural de Goiânia (GO), Celina Leão tem 45 anos e é administradora. Antes de ser vice-governadora, ela atuou como deputada federal pelo PP-DF.

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF) - Rivaldo Gomes - 19.ago.22/Folhapress

A parlamentar licenciou-se do cargo para assumir a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer do Distrito Federal em maio de 2020. Em dezembro do mesmo ano, ela reassumiu como deputada.

Em janeiro de 2023, renunciou ao mandato para seguir como vice de Ibaneis.

Celina atuou também como deputada distrital em dois mandatos. De 2011 a 2014, pelo PMN, e, de 2015 a 2018, pelo PDT.

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Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celina Leão foi uma das organizadoras do Mulheres com Bolsonaro.

Em outubro de 2022, liderado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o movimento de mulheres bolsonaristas viajou ao Sul do país no final do segundo turno para participar de comícios e buscar votos para Bolsonaro. À época, Celina participou do evento e avaliou que o movimento "cresceu demais".

"E eu acho que isso demonstra a força das mulheres, que assumiram o protagonismo da campanha. A primeira-dama dá voz às mulheres nas comitivas. Quem fala são as deputadas", disse. "A primeira-dama tem a doçura necessária para este momento."

Aliada próxima do presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), a parlamentar foi uma das autoras do projeto de lei que flexibilizou a Lei das Estatais.

Durante sua atuação parlamentar, ela também apresentou, em articulação com a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), um projeto de resolução que autoriza a posse por videoconferência a mulheres eleitas que estejam em licença-maternidade.

OPERAÇÃO DRACON

Em 2016, Celina e outros três deputados foram afastados da Mesa Diretora da Câmara Legislativa por serem suspeitos de participar de um esquema de pagamento de propina em contratos da UTI. A ação foi batizada de Operação Dracon.

Celina era presidente da Casa à época. Após a operação, ela foi afastada do cargo.

As denúncias foram feitas por Liliane Roriz (PTB), ex-vice-presidente da Câmara. A deputada entregou ao Ministério Público gravações que teriam revelado participação dos investigados em um suposto esquema de corrupção, envolvendo o desvio de R$ 30 milhões de sobras orçamentárias, originalmente destinados a serviços na área da saúde.