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Lixo em praia na Malásia
Foto: epSos .de
"Isto representa cinco sacos de supermercado cheios de dejetos plásticos a cada 30 cm ao longo da costa desses 192 países que estudamos", afirmou à AFP Jenna Jambeck, professora de engenharia ambiental da Universidade da Geórgia e principal autora do estudo.
Inicialmente, os cientistas estudaram dejetos plásticos nos oceanos procedentes do solo, dos barcos e de outras fontes para criar um sistema informático.
"Rapidamente apareceu que a má gestão do tratamento dos dejetos é a principal causa desta contaminação" em crescimento, alertou Roland Geyer, professor de ciências ambientais da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.
"É a primeira vez que contabilizamos a quantidade de resíduos plásticos que chegam aos oceanos durante um ano; até hoje nada tinha sido feito", afirma Kara Lavender Law, professora da Sea Education Association, em Massachusetts.
Das oito milhões de toneladas só 245.000 flutuam nas águas.
A contaminação com esta causa foi mencionada pela primeira vez na literatura científica no início dos anos 1970 e depois não se voltou a fazer uma estimativa rigorosa do fenômeno, sustenta Lavender Law. Este tipo de dano ao meio ambiente é relativamente novo. Estes materiais apareceram nos grandes mercados de consumo nos anos 30 e 40 do século passado.Crescimento da economia
Mas os mecanismos para processá-los que se conhecem atualmente começaram a se desenvolver em Estados Unidos, Europa e alguns país desenvolvidos da Ásia no início e em meados dos anos 1970. Em outros países, "o sistema de gestão de resíduos é a última das infraestruturas que se implementa; o tratamento das águas residuais e da água potável são mais importantes", afirma Jambeck.
Com o crescimento da economia, o uso de materiais plásticos aumentou em todos os países. Em 2013, a produção mundial de resina de plástico, adotada para fabricar numerosos artigos descartáveis depois de usá-los uma só vez, como os sacos e as garrafas, alcançou 299 milhões de toneladas, 647% a mais que em 1975. Hoje, um americano produz em media dois quilos de resíduos por dia, dos quais 13% são plásticos.
O volume de dejetos existente em todos os oceanos revela só uma parte do problema, porque das oito milhões de toneladas só 245.000 flutuam nas águas. O estudo "nos dá uma média das quantidades de plástico que realmente estão nos oceanos, mas que não vemos. Nós medimos o que flutua", observa Law, salientando que "importantes quantidades" destes resíduos "estão no fundo do mar e nas praias de todo o mundo".
Para Jambeck, sem uma mudança real, o efeito acumulado desta contaminação vai encher os oceanos com 115 milhões de toneladas de plástico de hoje até 2025. "Estamos oprimidos por nossos dejetos", completa a especialista, explicando que "os modelos desenvolvidos nestas pesquisas deveriam ajudar a revisar as estratégias para melhorar a gestão mundial do tratamento de resíduos para reduzir seu fluxo até as bacias oceânicas".
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