segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A 'bomba-relógio' do suco de laranja






1. Brigas internas. Várias associações disputam o título de "representante" dos produtores. Enquanto as organizações não resolvem suas diferenças, o setor não tem condições de escolher um direcionamento para resolver suas deficiências de competitividade.
2. Consumo em queda. A União Europeia é hoje a principal compradora do suco de laranja brasileiro; no entanto, os principais mercados europeus estão bebendo menos suco. Na Alemanha, entre 2003 e 2011, o consumo do produto caiu 25%, segundo pesquisa da consultoria Markestrat.
3. Mercado interno. O setor se conformou em depender das exportações - hoje, só 2% do suco concentrado feito no País fica em território brasileiro. O brasileiro bebe, por ano, 4 litros de suco de laranja - um quarto do índice de países desenvolvidos.
4. Concorrência de outras bebidas. No Brasil e nos Estados Unidos, o suco de laranja perdeu mercado para novidades como águas saborizadas e energéticos. E não houve nenhum trabalho de marketing como estratégia de contra-ataque a opções industrializadas (e muitas vezes artificiais) que roubaram o espaço da velha laranjada.
5. Dependência das benesses do governo. Toda a vez que uma crise se instala, a solução preferencial do setor é "passar o chapéu" no governo. Nas últimas duas safras, houve ajuda oficial para a formação de estoques de suco - que estão em nível de alta histórica. Neste ano, já foram liberados R$ 120 milhões para complementação do preço pago aos agricultores.

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