sexta-feira, 25 de março de 2011

Antena de telefonia agora cabe na palma da mão


Gigantescas estações radiobase, no topo de prédios, poderão ser trocadas por equipamentos do tamanho de caixas de fósforo

13 de março de 2011 | 0h 00
Ethevaldo Siqueira - O Estado de S.Paulo
A tecnologia dispõe hoje das ferramentas essenciais para viabilizar a revolução das comunicações móveis de banda larga. Uma delas é a tecnologia que permite aos celulares, tablets e outros dispositivos se comunicarem a curta distância, isto é, de apenas alguns centímetros.
É a tecnologia denominada "comunicações de campo próximo" (Near Field Communications, ou NFC). Com ela, o smartphone se transforma em um instrumento de pagamento eletrônico, com a simples aproximação de um terminal especializado. O débito é feito automaticamente na conta do usuário.
Diversos outros avanços recentes comprovam que a tecnologia já dispõe de ferramentas essenciais para a revolução das comunicações móveis. O mais importante é que os benefícios dessa mobilidade cada vez mais ampla poderão alcançar as regiões mais remotas do Brasil e dos países em desenvolvimento. "Ao longo desta nova década, até os habitantes das áreas rurais poderão ter acesso à banda larga, graças à redução drástica do custo dos investimentos em infraestrutura e da operação dos novos sistemas", diz Wnat Jianzhou, presidente da China Mobile.
Quem pensaria, há apenas 10 anos, na possibilidade de substituir as torres e antenas das imensas estações radiobase (ERBs) por dispositivos pouco maiores do que uma caixa de fósforos? Seria pura ficção. Mas já estamos hoje diante dessa realidade.
Miniaturização. A expansão e a universalização da banda larga nos próximos 10 anos poderá ser acelerada, em boa medida, pela substituição das velhas estações radiobase por equipamentos muito menores e mais baratos. Diversas empresas conseguem hoje miniaturizar a enorme infraestrutura das ERBs, com suas torres e antenas. A Ericsson sueca e a joint venture germano-finlandesa Nokia Siemens Networks, por exemplo, apresentaram no Congresso Mundial de Mobilidade de Barcelona deste ano equipamentos mini ERBs do tamanho de uma pasta de executivo.
O maior avanço nessa linha da miniaturização de ERBs, no entanto, foi conseguido pelos Laboratórios Bell, da Alcatel-Lucent (joint venture franco-americana), com a criação do LightRadio, conjunto formado por um cubo de pouco mais de 5 centímetros de aresta e peso inferior a 300 gramas, além de um outro módulo ainda menor. Essas duas pequenas peças, que cabem na palma da mão, podem substituir uma ERB inteira.
O presidente da Alcatel-Lucent, Ben Verwaayen, ressalta três aspectos positivos desse cubo. Em primeiro lugar, ele permitirá a eliminação de torres e antenas que poluem visualmente a paisagem das cidades.
Em segundo, possibilitará tanto a redução drástica dos investimentos quanto a do consumo de energia. Vale lembrar que as estações radiobase atualmente existentes no mundo equivalem a uma frota de 15 milhões de automóveis. Assim, o melhor resultado dessa evolução tecnológica será a redução apreciável das emissões de carbono. "Em terceiro lugar", diz Verwaayen, "o LightRadio deverá ampliar a cobertura de banda larga não apenas nas cidades, como também nas áreas rurais, por preços muito menores que os atuais". 


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