Renée Pereira - O Estado de S.Paulo
Com apenas 7% da área dedicada à lavoura, o Brasil é o produtor com maior potencial de suprir a demanda mundial por alimentos nas próximas décadas. Para isso, entretanto, alguns desafios precisam ser superados. Além da questão tributária e cambial, as deficiências na infraestrutura são apontadas como um dos fatores que neutralizam as vantagens naturais do País.
Quase 60% da produção agrícola é transportada, das fazendas até os portos, por caminhões que enfrentam milhares de quilômetros (km) de estradas esburacadas e, muitas vezes, sem asfalto. Hoje apenas 10% da rede rodoviária do País é asfaltada. A ferrovia tem apenas 28 mil de extensão e não chega até grandes polos produtores, como é o caso do Mato Grosso. Nos portos, o sistema é caro e deficiente. A carga fica horas - e até dias - aguardando armazenada nos caminhões para serem embarcadas nos navios. A falta de armazéns é outra carência do País. Calcula-se que o déficit de armazenagem de grãos seja de 43 milhões de toneladas.
"Temos de melhorar os custos Brasil para investir mais e exportar mais", avalia o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva. Segundo ele, não faltam problemas para reduzir a competitividade do agronegócio. "Temos 100 números de dificuldades, como burocracia, contestações ideológicas, insegurança jurídica, questões ambientais, etc."
A grande preocupação é que as novas fronteiras agrícolas ainda não têm infraestrutura adequada para escoar a produção, a exemplo do Piauí e do Oeste da Bahia. O governo conta com três ferrovias - a Norte Sul, Transnordestina e Oeste Leste - para resolver os problemas de falta de transporte.
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