quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Alckmin atrasa entrega de 'caixas-d'água gigantes' na Grande SP



Em meio ao agravamento da mais grave crise hídrica da Grande São Paulo, a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) entregou apenas um terço das "caixas-d'água gigantes" previstas para o ano passado.
Esse reservatório metálico, com capacidade que varia de 1,5 milhão a 20 milhões de litros de água, têm como objetivo ampliar a capacidade de abastecimento e evitar intermitências na distribuição nos bairros atendidos, em especial nas periferias.
Divulgado no início do ano passado, o Relatório de Sustentabilidade de 2013 da Sabesp, companhia estadual de água, previa que 21 desses equipamentos entrariam em operação, gradativamente, "ao longo de 2014".
O documento afirmava que os equipamentos de armazenamento, com capacidade somada de 177 milhões de litros, seriam instalados em 12 municípios da região metropolitana de São Paulo.
Editoria de Arte/Folhapress
Até o momento, contudo, segundo a empresa estatal, foram concluídas só sete dessas "caixas-d'água gigantes".
Elas foram instaladas em quatro cidades: capital (quatro), São Bernardo, Diadema e Itapecerica da Serra.
Segundo o professor titular de hidrologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Tucci, os reservatórios são essenciais em bairros altos ou distantes das represas.
Cheios, garantem a pressão necessária para que a água atinja esses domicílios.
"Se não fosse por isso [pelos reservatório], a água levaria muito tempo para chegar até aquela localidade."
Segundo ele, em um eventual rodízio de água, os reservatórios metálicos garantiriam que a população atendida tivesse o abastecimento dentro dos horários estipulados pelo governo paulista.
De acordo com a Sabesp, está em estudo para este ano um "rodízio pesado" de cinco dias de torneiras secas por semana. O governo ainda avalia se adotará a medida e qual será o modelo de restrição.
Até março, a empresa estatal prevê a conclusão de oito reservatórios metálicos, entre eles um em Osasco, que atenderia bairros como Jardim Conceição, Jardim Bussocaba City, Jardim Novo Osasco, entre outros.
Segundo a Prefeitura de Osasco, desde o ano passado, a população desses bairros têm reclamado sobre problemas de abastecimento.
"A falta de água tem sido constante", reclama Raquel Navi Silva, 49 anos, funcionária de uma escola municipal.
OUTRO LADO
Procurada pela Folha, a Sabesp afirmou que as informações do Relatório de Sustentabilidade 2013 foram produzidas com base em dados daquele ano. Segundo ela, no ano passado, houve ajustes de prazos e números.
A empresa de água e saneamento informou que a previsão atual, anunciada em novembro pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), é de concluir 29 reservatórios metálicos, com capacidade somada de 235 milhões de litros, até o final deste ano.
Ao todo, de acordo com a nova previsão da empresa, 15 cidades da Grande São Paulo serão contempladas.
O investimento total é de R$ 169 milhões e a previsão é de que ele amplie o armazenamento de água em 10% na região metropolitana de São Paulo. 
Editoria de Arte/Folhapress

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Produção de petróleo e gás natural bate recorde em dezembro

 

A produção total de petróleo e gás natural no Brasil no mês de dezembro alcançou aproximadamente 3,096 milhões de barris de óleo equivalente (BOE) por dia, sendo 2,497 milhões de barris diários de petróleo e 95,1 milhões de metros cúbicos de gás natural. Tanto a produção de petróleo quanto a de gás natural foram as maiores já registradas, superando o recorde anterior, de outubro de 2014, quando foram produzidos 2,393 milhões de barris diários de petróleo e 92,7 milhões de metros cúbicos de gás natural. 

Houve aumento de 18,4% na produção de petróleo se comparada com o mesmo mês em 2013 e aumento de 5,9% na comparação com o mês anterior. A produção de gás natural aumentou 16,6% frente ao mesmo mês em 2013 e 3,8% se comparada ao mês anterior. Mais informações no Boletim da Produção da ANP, disponível em http://www.anp.gov.br/?pg=73557. 

Pré-sal 

A produção do pré-sal, oriunda de 47 poços, foi de 667 mil barris por dia (bbl/d) de petróleo e 23,6 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás natural, totalizando 815,8 mil barris de óleo equivalente por dia, um aumento de 11,2% em relação ao mês anterior. Os poços do “pré-sal” são aqueles cuja produção é realizada no horizonte geológico denominado pré-sal, em campos localizados na área definida no inciso IV do caput do art. 2º da Lei nº 12.351, de 2010. 

Queima de gás 

O aproveitamento do gás natural no mês foi de 94,9%. A queima de gás natural em dezembro foi de 4,9 milhões de metros cúbicos por dia, um aumento de aproximadamente 10% em relação ao mês anterior e de 11,9% em relação a dezembro de 2013. 

Campos produtores 

Cerca de 91,8% da produção de petróleo e gás natural foi proveniente de campos operados pela Petrobras. Aproximadamente 93,4% da produção de petróleo e 75,7% da produção de gás natural do Brasil foram extraídos de campos marítimos. 

O campo de Roncador, na bacia de Campos, foi o de maior produção de petróleo, com uma média de 331,5 mil barris por dia, e o campo de Lula, na bacia de Santos, foi o maior produtor de gás natural, com uma produção média de 10,3 milhões de metros cúbicos por dia. 

A plataforma P-52, localizada no campo de Roncador, produziu, através de 16 poços a ela interligados, cerca de mil barris de óleo equivalente por dia e foi a plataforma com maior produção. Os campos cujos contratos são de acumulações marginais produziram um total de 92,8 barris diários de petróleo e 6,2 mil metros cúbicos de gás natural. Dentre esses campos, Bom Lugar, operado pela Alvopetro, foi o maior produtor de petróleo e gás natural, com 30,8 barris de óleo equivalente por dia. 
  
A produção procedente das bacias maduras terrestres (campos/TLDs das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) foi de 168,6 mil barris de óleo equivalente por dia, sendo 138,0 mil barris de petróleo por dia e 4,9 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Desse total, 4,2 mil barris de óleo equivalente por dia foram produzidos por concessões não operadas pela Petrobras, sendo 398 barris de óleo equivalente por dia no estado de Alagoas, 2,043 mil barris de óleo equivalente por dia na Bahia, 4 barris de óleo equivalente por dia no Espírito Santo, 1,57 mil barris de óleo equivalente por dia no Rio Grande do Norte e 235 barris de óleo equivalente por dia em Sergipe. 

Outras informações 
 

Em dezembro de 2014, 309 concessões, operadas por 23 empresas, foram responsáveis pela produção nacional. Destas, 85 são concessões marítimas e 224 terrestres. Do total das concessões produtoras, nenhuma se encontra em atividade exploratória e produzindo através de Teste de Longa Duração (TLD), e sete são relativas a contratos de áreas contendo acumulações marginais.

O grau API médio do petróleo produzido no mês foi de aproximadamente 24,7, sendo que 8% da produção é considerada óleo leve (>=31°API), 62%, óleo médio (>=22 API e <31 09="" 30="" a="" acordo="" anp="" api="" classifica="" com="" da="" de="" e="" font="" leo="" n="" o="" pesado="" portaria="">

A produção de petróleo e gás natural no Brasil foi oriunda de 9.089 poços, sendo 841 marítimos e 8.248 terrestres. O campo com o maior número de poços produtores foi Canto do Amaro, na bacia Potiguar, com 1.110 poços. Marlim, na bacia de Campos, foi o campo marítimo com maior número de poços produtores, 59 no total.


domingo, 1 de fevereiro de 2015

Em São Paulo, desperdício encontra o desespero na Rua Augusta, do site ZH

Moradores recolhem em baldes e garrafas água que escorre pelo meio-fio da calçada, vinda de um poço natural encontrado em escavações de obra

31/01/2015 | 16h05
Em São Paulo, desperdício encontra o desespero na Rua Augusta Diego vara/Agencia RBS
O zelador cearense José Senna afirma nem no Nordeste enfrentou seca semelhanteFoto: Diego vara / Agencia RBS
Na Rua Augusta, uma das mais famosas de São Paulo, falta água. Mas também sobra. O líquido, ausente das torneiras por horas, escorre abundante pela sarjeta dia e noite, proveniente de um poço natural encontrado em escavações para uma obra. Como não é canalizado ou tratado, acaba despejado no meio-fio. A crise hídrica, porém, vem estimulando um número crescente de moradores e trabalhadores a recolher a água em baldes e garrafas para utilizá-la em atividades como limpeza.

Zelador de um prédio da região, o cearense José Senna, 50 anos, disse que só foi conhecer falta de água na maior cidade do país. Em seu Estado natal, no Nordeste famoso pela aridez, ele sempre teve as torneiras abastecidas. Certa vez, teve a ideia de juntar um balde e recolher o líquido da rua para lavar a calçada quase todos os dias e, aos sábados, o saguão de entrada do edifício.

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– Fui o primeiro. Deu uma pena de ver essa água tão clarinha sendo desperdiçada. Mas hoje já tem uma porção de gente usando a água do meio-fio – conta Senna.

Sócia-proprietária de um pub nas proximidades, Fátima Yates lamenta não poder usar a água em seu negócio. Ela já foi obrigada a fechar as portas mais cedo porque não havia como higienizar os banheiros:

– Compramos mais três reservatórios de 300 litros, além de um de 3 mil litros que já tínhamos, mas se a crise se agravar, não serão suficientes.



A escassez fez explodir o mercado de água potável em São Paulo. Um dos reflexos é a circulação ininterrupta de caminhões-pipa, que se transformaram em salvação para condomínios, hotéis e residências com grande reservatórios.

Motorista de um dos veículos, Marcial Souza Santos, 49 anos, passa o dia de um lado a outro da cidade, mas não dispõe do líquido em casa, pois não há caixa d’água. Com a correria diária, chega do trabalho sempre depois das 22h, e as torneiras já estão secas:

– O jeito é tomar banho no trabalho. Gostaria de levar uns galões do serviço, mas não tenho como carregar no ônibus – disse na tarde de sexta-feira, quando entregou 10 mil litros ao condomínio Parque Mandaqui, na zona norte paulista.

Com a crise, Santos já fez até oito viagens em um dia – o normal eram três ou quatro.
A empresa onde ele trabalha, a Fonte Mirante, também investiu: aumentou de oito para 12 o número de veículos.