segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Mais que a metade dos donos de moto no Brasil não possui CNH, g1

 Por Vinicius Montoia, g1

 

Dos 34,2 milhões de donos de motocicletas, somente 17,5 milhões são habilitados a pilotá-las. — Foto: Divulgação

Dos 34,2 milhões de donos de motocicletas, somente 17,5 milhões são habilitados a pilotá-las. — Foto: Divulgação

Um estudo da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) evidenciou que mais que a metade dos proprietários de motocicletas não possuem CNH de categoria A para rodar com seus veículos.

Ao todo, o Brasil possui 34,2 milhões de donos de motocicletas, motonetas e ciclomotores. Destes, 17,5 milhões não são habilitados a pilotá-las. Isso quer dizer que 53,8% simplesmente não poderiam estar rodando com suas motos.

De todos os que têm a categoria A registrada na carteira, a grande maioria (61%) não tem uma motocicleta para chamar de "sua". Em resumo: a maioria dos proprietários de motocicleta não possuem CNH. E a maior parte dos habilitados não são donos de uma moto.

A Senatran obteve os dados através do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).

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A grande massa sob duas rodas

De acordo com o estudo da Secretaria, os mais de 34 milhões de motos representam 28% de toda a frota nacional de veículos, que inclui ainda veículos leves e pesados.

"Quando se avalia o emplacamento anual desses veículos, estima-se que, em menos de quatro anos, os novos emplacamentos de motocicletas e seus semelhantes superarão a metade do total de emplacamentos feitos por ano", afirmou a pesquisa.

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g1 obteve acesso aos dados de emplacamentos de motos novas dos últimos cinco anos e a previsão do número de vendas de motos, argumento do estudo da Senatran, aponta para um crescimento ainda mais exponencial.

Nos primeiros seis meses de 2019, foram emplacadas 530 mil motocicletas. Meia década depois, considerando o mesmo intervalo, foram emplacadas 933 mil unidades, um salto de 76%.

Houve uma diminuição de vendas durante a pandemia, período no qual as fábricas tiveram que reduzir ou paralisar totalmente a produção. Mas o setor retornou dando ainda mais relevância para os veículos sob duas rodas.

Veja os emplacamentos para o 1º semestre nos últimos anos.

  • 2019: 530.034 unidades;
  • 2020: 350.141 unidades;
  • 2021: 517.154 unidades;
  • 2022: 636.565 unidades;
  • 2023: 780.070 unidades;
  • 2024: 933.158 unidades;

A produção segue o mesmo ritmo forte para atender a alta demanda. Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicleas e Similares (Abraciclo), só nos primeiros oito meses de 2024 foram produzidas 1 milhão de motocicletas, melhor índice para o setor desde de 2012.

De acordo com a conclusão da Senatran, a preferência por motocicletas, em detrimento de automóveis, pode ser explicada por fatores econômicos.

"Esses veículos são mais acessíveis em termos de custo inicial e manutenção, além de oferecerem uma economia significativa de combustível, e na questão urbana, onde o trânsito é frequentemente congestionado, conseguem proporcionar maior agilidade e mobilidade, permitindo que os motociclistas cheguem mais rapidamente aos seus destinos."

Os chineses vão demorar mais para se aposentarem, the News

 

Por anos, os trabalhadores na China se aposentavam relativamente cedo comparando com o resto do mundo. No entanto, isso está prestes a mudar pela primeira vez desde a década de 1950.

O que está acontecendo? Depois de quase 10 anos de estudo e sob críticas da população, o governo chinês confirmou que, a partir de 2025, vai aumentar a idade mínima para aposentadoria.

  • Os homens vão se aposentar aos 63 anos em vez de 60 e as mulheres aos 55 anos em vez de 50. Ao todo, a mudança vai ser implementada ao longo de 15 anos.

A relevância: Essa é a primeira grande medida que o país adota para combater o envelhecimento da população, a queda na taxa de natalidade e a consequente falta de mão de obra.

O número de pessoas em idade ativa — aptas a trabalhar — vem caindo na China desde 2012, e o mercado de trabalho chinês perde 3M de pessoas todos os anos. E pensar que um dia o país teve a política do filho único…

The big picture: Ao mesmo tempo em que mais idosos estão se aposentando, o número de jovens que estão trabalhando e contribuindo com a previdência está diminuindo.

Se nada fosse feito em relação a isso, o principal fundo de pensão da China que é usado para pagar as aposentadorias poderia ficar sem recursos até 2035.

🇨🇳 A situação no outro lado do mundo: A economia chinesa está desacelerando a cada mês. Em agosto, por exemplo, a atividade enfraqueceu em todos os setores — principalmente o imobiliário.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Tarcísio e Marçal correm atrás de Bukele, Alvaro Costa e Silva, FSP

 Ai-jesus da extrema direita global, Nayib Bukele esnobou Pablo Marçal. Deu um toco no boné do seu imitador brasileiro. Tratou o candidato a prefeito como idiota —para usar um termo do próprio Marçal ao definir eleitores que se encantam com tipos como ele.

Na semana passada o coach largou a campanha em São Paulo para fazer uma viagem internacional, garantindo que iria se encontrar com o presidente de El Salvador e dele extrair os "códigos de segurança" que fizeram a taxa de violência despencar no pequeno país da América Central. Passou dois dias lá e gravou um vídeo em frente ao megapresídio de Tecoluca. Só conseguiu reunir-se com o ministro da Justiça, sem a presença do presidente. Bukele lhe aplicou um perdido.

A ministra da Segurança Pública da Argentina, Patricia Bullrich, visita a prisão de Tecoluca, em El Salvador - Secretaria de Imprensa da Presidência/via Reuters

Marçal voltou ao Brasil a tempo de tirar uma casquinha no ato golpista de 7 de Setembro na avenida Paulista, mas com outras duas decepções na bagagem. Tinha a pretensão de conversar com Elon Musk depois da rápida visita a El Salvador. Também sonhava encontrar-se com o ex-presidente Trump.

Reeleito com mais de 83% dos votos válidos, o salvadorenho é o meteoro político que Marçal não alcança ser (recente Datafolha mostra que ele empacou na rejeição). No poder, Bukele conseguiu reduzir a violência estabelecendo um regime de exceção, promovendo encarceramentos em massa, expurgando juízes, restringindo o direito de defesa, empoderando as forças de segurança e financiando uma rede de apoiadores cuja estridência digital encobre as críticas. Sem falar no pulo do gato: fazer um pacto com a maior gangue do país para reduzir o número de homicídios em troca de facilitação nos negócios.

Marçal não é o único disposto a imitar Bukele, que se descreve como "um ditador cool". A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, disse que irá adotar o modelo dele no combate ao crime organizado. Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas, ao promover a politização dos quartéis da PM, avança no mesmo caminho. Não à toa, Tarcísio, maior cabo eleitoral de Ricardo Nunes, parece ser o mais incomodado —mais até do que Bolsonaro— com o coach que quer roubar a bandeira do impeachment de Alexandre de Moraes.

Nayib Bukele no funeral de oficiais da polícia e do Exército de El Salvador mortos em acidente de helicóptero - Alexander Pena/Xinhua