segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Trocando o tabaco pela maconha?, The News


TENDÊNCIA

(GIF: Tenor | Reprodução)

Com “ter uma vida mais saudável” no topo da lista das resoluções para o Ano Novo, os americanos já podem comemorar a melhora de um aspecto: 2022 foi o ano em que eles menos fumaram.

  • Apenas 11% relataram ter fumado alguma vez na semana anterior à pesquisa, menos do que os 16% de 2021. Esse é o índice mais baixo da série histórica, que começou em 1940.

Porém… Se o uso do tabaco vem caindo em todas as idades e classes sociais, o da maconha cresce e ultrapassou o do cigarro comum no ano passado. Em uma pesquisa, 16% dos americanos relataram fumar maconha.

“Por que, dênius?”

Não há dados que comprovem que os americanos estejam, de fato, substituindo o tabaco pela maconha. No entanto, há quem diga que o resultado das pesquisas seja consequência da legalização na maioria dos estados.

Isso porque, se a maconha é legalizada em muitos lugares, ela tende a ser mais aceita culturalmente, deixando as pessoas mais confortáveis em admitir o seu uso publicamente.

Zoom Out: Com 59% dos americanos defendendo o uso medicinal e recreativo da erva, a indústria — formal — movimentou US$ 11 milhões em 2021 e deve crescer a uma média de 15% por ano até 2030.

Abin de Lula estava acéfala durante preparação de ataques bolsonaristas em Brasília, Marcelo Godoy - OESP

 A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estava acéfala na semana em que os bolsonaristas prepararam a chamada “tomada do poder”, a ação para a tomada dos prédios dos três Poderes a fim de provocar um golpe de Estado para a derrubada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme mostram as mensagens divulgadas pelos organizadores do movimento. A agência estava sem diretor-geral e sem os novos diretores de áreas importantes, como contrainteligência.

É que a área de inteligência no governo federal foi a última a contar com um grupo nomeado para a transição. Deles faziam parte o delegado da Polícia Federal Andrei Augusto Passos Rodrigues e o agente da corporação e pesquisador Vladimir de Paula Brito, um especialista em banco de dados e inteligência estatal. Além dele, três agentes da agência compunham o grupo: Saulo Moura da Cunha, que foi adido no Japão, além de Bruno Marques e Rinaldo Sandro Teixeira. Teixeira era coordenador da agência em Minas Gerais e seria próximo do delegado Rodrigues.

Imagem mostra Palácio do PLanalto na noite de domingo. Foto: Mauro Pimentel/AFP
Imagem mostra Palácio do PLanalto na noite de domingo. Foto: Mauro Pimentel/AFP 

Marques foi coordenador-geral da Abin durante os governos de Michel Temer (MDB) e no de Bolsonaro, até 2020. Quando deixou o cargo para disputar uma aditância, Marques teve a indicação barrada por razões políticas. É que dentro da política de “despetização” promovida por Bolsonaro, o nome de Marques foi barrado porque encontraram uma doação dele para um candidato do PT, em 2018. Na época, outros dois agentes foram barrados porque foram filiados ao PT e ao PCO antes de entrarem na Abin. Os três disputavam os cargos de adido policial em Nova Déli, Pequim e Berlim

No fim, a agência foi mantida sob o guarda-chuva do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para o qual foi nomeado o general de divisão da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, o G. Dias, que coordenou a segurança do petista na campanha eleitoral. G. Dias então apontou Saulo como o futuro diretor da Abin, mas seu nome ainda não foi sabatinado – assim, ele foi nomeado como diretor administrativo. As outras diretorias permaneceram como estavam. Quase ninguém foi trocado na semana em que tudo foi planejado.

É que, segundo apurou a reportagem, o novo governo não tinha uma equipe. À exceção de Saulo, as outras diretorias não foram nomeadas e para que não ficassem vagas, os diretores que ocupavam as funções não puderam ser exonerados. Durante a semana, a situação na agência foi descrita como de caos. O novo governo teria ainda retirado 84 cargos da agência e os funcionários do órgão souberam da nomeação de Saulo pelo Diário Oficial, em vez de um anúncio ministerial.

Ações de terroristas próximas ao parlatório. Foto: Wilton Junior/Estadão
Ações de terroristas próximas ao parlatório. Foto: Wilton Junior/Estadão 

O GSI foi ampliado. No relato dos agentes, a situação na Abin só não seria pior do que a da Polícia Rodoviária Federal (PRF), onde a perda de cargos chegou a 101. Para os agentes, essa situação criada desde a transição teve importância e pode ter influenciado o que aconteceu no domingo em Brasília, pois com a agência acéfala, os bolsonaristas teriam pegado o governo no contrapé, sem ter equipes formadas para poder dimensionar o tamanho do ´perigo representado pelos extremistas que se aproximavam de Brasília.

O QUE A FOLHA PENSA - Punhado de idiotas.

 O punhado de imbecis criminosos que vandalizou prédios da cúpula dos três Poderes em Brasília não conta com o apoio da imensa maioria da sociedade brasileira, que endossa os valores democráticos e respeita o resultado das urnas.

Sua causa, um golpismo tacanho, não dispõe de respaldo político entre as forças legitimamente eleitas e representadas no Parlamento. Vociferam em nome de si mesmos e, quando muito, de um ex-presidente que se escafedeu em silêncio para o exterior.

Os celerados talvez acreditem que atacar monumentos de concreto, esvaziados num domingo, signifique alguma conquista sinistra. Na realidade, apenas manifestam covardia, estupidez e espírito de manada. As instituições do Estado de Direito, que se fortalecem há quatro décadas, estão a salvo da boçalidade de poucos vândalos.

A capital federal já foi palco de protestos violentos, do badernaço de 1986 às jornadas de 2013. Nunca antes, porém, manifestantes chegaram com tal ferocidade aos interiores de palácios, e por motivo tão vil. Afrontam a democracia, perturbam a paz e depredam patrimônio público por nada além de terem suas taras rejeitadas pela maioria dos concidadãos.

A marcha dos idiotas será em um futuro próximo apenas um parágrafo vexatório da história do país. Não pode, no entanto, ser minimizada agora. O que fizeram os arruaceiros de Brasília, por patéticos que se mostrem, foi gravíssimo.

Os líderes da malta devem ser identificados, investigados e punidos nos limites máximos da lei. Eventuais financiadores e apoiadores instalados em cargos públicos, idem, com agravantes.

A desídia das forças de segurança, em particular do governo do Distrito Federal, é indesculpável e merece apuração rigorosa. O governador Ibaneis Rocha (MDB), um bolsonarista dissimulado, exonerou o secretário responsável, Anderson Torres, ex-ministro e sabujo de Jair Bolsonaro (PL). É pouco.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança brasiliense, o que a esta altura não pode ser considerado um despropósito. Restam grupelhos acampados em frente a quartéis; deve-se supor que parte dos energúmenos tenha acesso a armas e nenhum escrúpulo.

O trabalho de desmobilização dos bandos precisa ser conduzido com inteligência e sem hesitação. O governo, que dispõe dos meios para tanto, deveria abster-se de proselitismo político na tarefa.

Cumpre demonstrar à população que a normalidade democrática está e será preservada, a despeito de rosnados de minorias raivosas que imitam os derrotados do Capitólio americano. O país tem problemas mais importantes a enfrentar.

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