domingo, 8 de julho de 2018

Ciro une opostos, mina adversários e estabelece hegemonia no Ceará, FSP

Com trajetória desde 1890, família, com 4 irmãos na política, terá apoio de quase todos os partidos

João Pedro PitomboMarlene Bergamo
SOBRAL (CE)
A política fervilha no Beco do Cotovelo, travessa de 75 metros de extensão por cinco de largura na região central de Sobral (a 232 km de Fortaleza). Nos balcões dos cafés, a conversa gira em torno das eleições, tema que invariavelmente recai sobre a família que faz política na cidade há 128 anos, os Ferreira Gomes.
“Esse, quando saiu daqui, era um menino puro. Depois, virou amigo do poder”, afirma Luiz Melo Torquato, 77, apontando para um álbum de fotografias no qual aparece um jovem Ciro Gomes (PDT) em sua primeira campanha para deputado estadual, em 1982.
Desde então, Ciro foi deputado, prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e ministro por duas vezes. Em sua terceira tentativa de chegar ao Palácio do Planalto, ele chega unindo partidos de polos opostos, minando adversários e firmando hegemonia histórica em seu estado natal.
Amparado no governador Camilo Santana (PT), a quem ajudou a eleger em 2014, o grupo político de Ciro praticamente dizimou a oposição em seu estado. Dos 46 deputados estaduais do Ceará, 40 estão na base aliada, que inclui partidos do PCdoB ao DEM.
Café no centro de Sobral (CE) com fotos de Cid e Ciro Gomes (PDT)
Café no centro de Sobral (CE) com fotos de Cid e Ciro Gomes (PDT) - Marlene Bergamo/Folhapress
Neste ano, Camilo deve disputar a reeleição em uma megacoligação que pode chegar a 24 partidos e deve incluir políticos que há menos de um ano eram adversários ferrenhos dos Ferreira Gomes.
É o caso de Domingos Filho (PSD), ex-vice-governador de Cid Gomes de 2007 a 2010. Preterido para um voo mais alto, foi nomeado para uma cadeira no TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) e rompeu com os Ferreira Gomes.
Após ascender à presidência do tribunal e mobilizar um conjunto de partidos de oposição seu entorno, Domingos teve a resposta: a Assembleia Legislativa aprovou uma emenda constitucional que extinguiu o TCM, passando suas atribuições para o Tribunal de Contas do Estado.
A medida foi apontada como retaliação ao ex-aliado que, sem perspectivas eleitorais, acabou aderindo à base do governador e deve disputar vaga de deputado estadual.
O mesmo aconteceu com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB). Diante da impopularidade do governo Michel Temer, ele se aproximou de Camilo Santana e deve firmar uma aliança informal com o governador.
“Quem estava do outro lado cuspindo sangue, agora foi beijar o nó do chicote dos Ferreira Gomes”, afirma o deputado estadual Heitor Férrer (SD), um dos raros que restaram na oposição, em crítica à adesão ao governo.
Ciro Gomes credita a aproximação dos antigos adversários ao governador Camilo Santana e diz que não subirá no mesmo palanque que Eunício: “Te garanto que você não verá nós dois na mesma foto”, afirmou Ciro à Folha na última segunda-feira (2).
Adversários, contudo, dizem que a distância dos neoaliados não passa de jogo de cena de um candidato que, nacionalmente, já falou que vai trabalhar para “destruir o MDB”. Nos bastidores, a família trabalha por concertação na qual quase todos os partidos de estado darão suporte à candidatura de Ciro.
No grupo oposicionista, restou apenas um nome forte: o do senador Tasso Jereissatti (PSDB), que no passado foi o principal padrinho político de Ciro. Ele lançou a candidatura do general Guilherme Theophilo (PSDB) ao governo, mas conseguiu o apoio apenas do Pros.
A atual hegemonia de Ciro no Ceará se reflete em sua própria família. Pela primeira vez, ele e seus quatro irmãos estão diretamente envolvidos na política do estado. Disputarão as eleições deste ano Cid Gomes, pré-candidato ao Senado, e Lia Gomes, que fará sua estreia na política tentando uma vaga na Assembleia Legislativa.
Os outros dois irmãos não estarão nas urnas, mas ocupam cargos públicos: Ivo Gomes é prefeito de Sobral, berço político da família, e Lúcio Gomes é secretário estadual de Infraestrutura na gestão de Camilo Santana.
A atuação política dos Ferreira Gomes data de 1890, quando assumiram pela primeira vez a Prefeitura de Sobral. “Falar em política aqui é falar da nossa família”, diz Euclides Gomes, tio de Ciro que foi vereador por dois mandatos no município, hoje com 205 mil habitantes.
Mesmo com tamanho núcleo de poder familiar, Ciro nega práticas coronelistas. Pelo contrário, apresenta-se como um gestor que rompeu com as práticas que dominavam a política nos rincões do Ceará.
Em Sobral, quem conviveu com os irmãos Ferreira Gomes os classificam como inteligentes e politicamente hábeis. Mas também implacáveis com os adversários.
Exemplo disso aconteceu há cerca de um mês, na própria cidade, quando Ivo Gomes anunciou a desapropriação das sedes de duas rádios que lhe fazem oposição para construir uma área de lazer.
Ao justificar a medida em entrevista, foi sucinto na solução. “Você pode pegar os equipamentos, colocar dentro do porta-malas do carro e levar para qualquer prédio que quiser”, disse, a uma rádio.
Mesmo com atuação controversa, a família recebe elogios de boa parte da população de Sobral, sobretudo Cid Gomes, em cuja gestão como prefeito melhorou a qualidade da educação e trouxe obras para a cidade.
No Beco do Cotovelo, Cid e Ciro e Ivo sorriem em fotografias emolduradas na parede acima do balcão de um dos cafés. Dono do estabelecimento, Expedito Vasconcelos, 73, nem pestaneja ao cravar o voto nos filhos da terra. E ri de quem os chama de oligarcas.
“E quem não é? Cada estado tem o seu líder. Mas o nosso é um cabra inteligente e trabalhador”, diz.

FAMÍLIA DE PEDETISTA TEVE SEIS PREFEITOS DE SOBRAL (CE)

Vicente Cesar Ferreira Gomes
Intendente em 1890
José Ferreira Gomes
Intendente entre 1891 e 1892
Vicente Antenor Ferreira Gomes
Prefeito nomeado de 1935 a 1944
José Euclides Ferreira Gomes Júnior 
Prefeito de 1977 a 1982
Cid Gomes
Prefeito de 1997 a 2004
Ivo Gomes
Prefeito desde 2017

GOVERNO DO CEARÁ

Ciro Gomes
Governador de 1991 a 1994
Cid Gomes
Governador de 2007 a 2014

Uma nova vida em Portugal, com dinheiro do Brasil, OESP

Fernando Scheller, O Estado de S. Paulo
08 Julho 2018 | 05h00
ENVIADO ESPECIAL / LISBOA - É fim da tarde de uma sexta-feira nos arredores de Lisboa. De sua casa em um condomínio fechado no estilo Alphaville, o empresário paranaense Aroldo Schultz, de 49 anos, despacha com os funcionários da sede da empresa de turismo que fundou há 31 anos, em Curitiba. Apesar de Schultz, a mulher, suas duas filhas e os cãezinhos Dior e Chanel viverem em Portugal desde 2014, o sustento da família vem do Brasil. Eles fazem parte de um contingente cada vez maior de brasileiros que mantêm seus negócios girando no País enquanto buscam uma vida mais tranquila em Portugal.
Apesar de Schultz e a mulher Andréa, de 42 anos, terem aberto um serviço de turismo em vans em Portugal, por enquanto, todo o dinheiro é proveniente dos negócios no Brasil. “O negócio em Portugal só se paga”, define Andréa. Depois de muito vaivém entre Curitiba e Lisboa, Schultz conseguiu reduzir a “ponte aérea” e toca a empresa pelo Skype. O casal é também exemplo de um tipo de imigrante que Portugal está buscando com afinco: gente com dinheiro para investir, seja em imóveis ou na abertura de negócios, e que está em busca da qualidade de vida oferecida por Portugal.

Casal Schultz
Opção. O casal Schultz comprou uma casa em condomínio fechado Foto: Fernando Scheller/Estadão
Schultz e Andréa obtiveram o visto “golden”, autorização de residência para investidores. Após terem sido feitos reféns em um assalto no condomínio de luxo em que viviam em Curitiba, decidiram empacotar tudo e tentar a vida em terras lusitanas em 2014. Como não se qualificam para a cidadania portuguesa por descendência, tiveram de desembolsar mais de ¤ 500 mil pela casa onde vivem, no Belas Clube de Campo, condomínio que inclui residências, edifícios de apartamentos e um campo de golfe, entre outras comodidades.
No ano passado, a concessão desses vistos rendeu mais de ¤ 1,6 bilhão ao governo português, que se abriu a imigrantes porque tem uma grande população idosa – cerca de 20% dos residentes têm 65 anos ou mais. Descontando as autorizações de residência aos dependentes, a cifra bilionária foi arrecadada com 1.292 permissões concedidas em 2017. Cada novo investidor em Portugal trouxe ao país ¤ 1,28 milhão, em média.
Embora o custo seja alto, Andrea e Schultz dizem que a decisão de deixar o Brasil é definitiva e vale a pena. “A gente aqui tem uma vida mais livre. Da última vez que fui a Curitiba, fui assaltado em uma farmácia”, lembra ele. A permanência, porém, não é livre de “soluços”, como a burocracia portuguesa – que, segundo Andrea, consegue ser ainda mais difícil de navegar do que a brasileira. Ela faz um alerta aos que estão de olho no visto “golden”: além de investir no imóvel, a família precisa ter condições de arcar com os custos de renovação da autorização de residência por cinco anos, que giram em cerca de €20 mil por pessoa. 

Interesse. O Brasil é a segunda nação em obtenção de vistos “golden”, atrás apenas da China. Só no ano passado, 226 famílias brasileiras se transferiram do Brasil como investidores ou donos de imóveis – ao custo unitário de ¤ 1,28 milhão, isso significa a transferência direta de ¤ 289 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) a Portugal. Em dois anos, a concessão desse tipo de visto a brasileiros disparou 340%.
O visto “golden” está longe de refletir o atual ciclo migratório do Brasil para Portugal. Isso porque o investidor que tem cidadania europeia não entra nessa estatística. É o caso do empresário Manoel Barbosa, nascido em Londrina (PR), mas com passaporte suíço.
Dono da Rota Oeste, uma das maiores redes de concessionárias do Centro-Oeste, ele vive hoje com a mulher e os três filhos no bairro lisboeta de Belém. Enquanto a família permanece em Portugal, Barbosa, de 46 anos, divide-se entre os dois países para cuidar dos negócios. 

Manoel Barbosa
Manoel Barbosa, 46 anos, empresário de Londrina, dono de terras e de concessionárias de veículos no Mato Grosso, mudou para Lisboa com a mulher e os três filhos Foto: Fernando Scheller/Estadão
“São Paulo me expulsou do Brasil”, diz o empresário, em referência à cidade onde morava antes de se transferir a Portugal, em 2016. “Não estava satisfeito com a qualidade de vida, com o trânsito e a insegurança.” Em 30 dias, a família se organizou para ficar entre 18 e 24 meses na Europa. Após esse período de “experiência”, numa casa alugada em Cascais, balneário de luxo, Barbosa decidiu fincar raízes. Comprou uma casa em Belém e agora vê a permanência em Portugal como definitiva.
Por enquanto, o sustento da família vem do Brasil. Barbosa já fez uma tentativa de abrir uma empresa em Portugal, mas o projeto não foi adiante. Ele vai, porém, ampliar o leque de investimentos imobiliários. No dia em que conversou com o Estado, o londrinense reservou dois apartamentos – um de quatro quartos e outro de dois – no projeto Unique Belém, localizado ao lado do palácio do governo português.
Os dois apartamentos, que o empresário ainda não decidiu se usará como moradia – caso a família se transfira para o edifício, eles serão transformados em um –, custarão cerca de ¤ 1,5 milhão. O Unique Belém tem uma corretora dedicada a atender os brasileiros de passagem por Lisboa. Os apartamentos partem de ¤ 500 mil (R$ 2,3 milhões), segundo a diretora de vendas da incorporadora Casa em Portugal, Lisette de Almeida, justamente a cifra mínima para obtenção do visto golden.
Câmbio. As empresas que fazem a corte aos endinheirados brasileiros, no entanto, começam a se preocupar com a desvalorização do real nesse momento de tensão pré-eleições. Enquanto empresários de maior porte, como Barbosa, continuam a fazer investimentos apesar do euro a R$ 4,60, bolsos menos fundos já começam a adiar a decisão de morar em Portugal. O casal Schultz, que chegou em 2014, acredita que se deu bem ao vir para Portugal antes do início da atual “onda” de imigração. “Se a gente não tivesse comprado a casa lá atrás, não sei se conseguiríamos comprar hoje”, diz Andréa. 

Patriarca da física teórica no Brasil faz 90 anos pesquisando até aos sábados, FSP

Reinaldo José Lopes
SÃO PAULO
Nascido no interior da Polônia em 1928, Abraham Hirsz Zimerman veio para o Brasil por volta dos cinco anos de idade e foi morar com a família no porão de uma casa, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. 
“A verdade é que eu nem me importei muito com isso. Foi uma época bastante feliz, pelo que me lembro, talvez porque logo me enturmei com a molecada que brincava nas ruas do bairro”, diz Zimerman, hoje professor emérito do IFT (Instituto de Física Teórica) da Unesp.
O físico, que completa 90 anos de idade nesta semana e está aposentado desde 1995, sai bem cedo todas as manhãs de Higienópolis, onde mora, pegando ônibus e/ou metrô e caminhando um pouco, com a ajuda da bengala, para chegar ao IFT, na Barra Funda.
Fica no instituto até as 14h todos os dias, inclusive aos sábados, trabalhando com seus orientandos (atualmente, um aluno de mestrado e outro de doutorado) e rabiscando equações na lousa ou na papelada que se avoluma em sua sala (ele diz que “se acha” com facilidade em meio à bagunça). Também costuma ser um participante empolgado dos seminários e demais eventos que acontecem no instituto.
“Meu pai se aposentou aos 65, e isso foi a desgraça da vida dele”, conta Zimerman. “Viveu mais 15 anos, que foram os piores. Depois que o vi falecer em condições horríveis, decidi que nunca ia me aposentar.”
A especialidade do pesquisador é a chamada física matemática, ou seja, a aplicação de métodos matemáticos para desenvolver novas teorias sobre como o Universo funciona. Boa parte de sua carreira foi dedicada à análise do mundo das partículas subatômicas.
No Brasil, foi um dos pioneiros, durante os anos 1980, do estudo da chamada supersimetria. Essa teoria prevê a existência de simetrias (daí o nome) entre dois tipos de partículas, os bósons (como o fóton, a partícula da luz) e os férmions (como os elétrons). As partículas de uma categoria teriam “superparceiras” na outra, segundo as previsões da teoria, até hoje não verificada experimentalmente. Caso a ideia um dia se revele correta, ainda haveria dezenas de novas partículas fundamentais a serem descobertas por aí.  
O tema parece tremendamente distante do cotidiano, mas Zimerman lembra que muitas ideias como essa, antes restritas ao âmbito teórico, acabaram se revelando sementes fundamentais para novas tecnologias e indústrias inteiras.
“A nanotecnologia, que hoje é muito importante, foi proposta originalmente por um físico teórico”, diz ele, referindo-se ao americano Richard Feynman (1918-1988), ganhador do Nobel e responsável por apontar as possibilidades da manipulação individual de átomos numa palestra intitulada “Há muito espaço lá embaixo”, em 1959.
Para o cientista, o interesse pela matemática precedeu o mergulho na física. Alguns anos depois da chegada ao Brasil, Zimerman ajudava o pai, que se tornara mascate depois de perder tudo na crise financeira de 1929, a vender mercadorias de porta em porta durante o dia, e estudava à noite. 
“Das 23h à meia-noite, quem dava aula era o professor Oswaldo São Jorge, que publicou vários livros didáticos de matemática. Mesmo nesse horário ele conseguia segurar a turma —era impressionante o homem”, recorda.
Inspirado por São Jorge, ele passou a se destacar nos estudos e deixou de acompanhar o pai, preferindo ganhar uns trocados dando aulas particulares de matemática para os colegas. Foi um desses colegas que lhe falou da possibilidade de tentar o curso da física no vestibular da USP — na época, realizado em exames orais. “Até então eu nem tinha ideia de que essa profissão existisse.”
Na adolescência, o interesse por problemas e enigmas lhe rendeu até um pequeno prêmio — pelo rádio.
Junto com os amigos, Zimerman acompanhava as aventuras do detetive Dick Peter (apesar do nome, personagem 100% nacional), e os ouvintes eram incentivados a mandar para a rádio seus palpites sobre quem seria o assassino da trama. 
O estudante acertou e foi premiado com romances de aventura que faziam sucesso entre jovens brasileiros na época: “Tarzan” e obras do italiano Emilio Salgari (1862-1911), ambientadas em locais como o Velho Oeste ou o Extremo Oriente.
Zimerman está no IFT desde 1954, quando ele ainda era uma instituição independente, sem ligação com universidades. Ajudou a criar o programa de pós-graduação do instituto, em 1971, e quase teve de vê-lo fechar as portas em 1985, por causa da falta das verbas federais que o mantinham. 
A incorporação do IFT à Unesp salvou o órgão e permitiu que hoje ele abrigue grupos de pesquisa de alto nível. Para ser contratado como professor da universidade estadual, Zimerman precisou obter o título de doutor, coisa que nunca se preocupara em fazer, apesar das numerosas publicações em periódicos científicos. Resultado: acabou se “autorientando” —e defendeu o doutorado diante de uma banca formada por pesquisadores que ele próprio examinara em defesas anteriores.   
O físico prefere não destacar quais seriam seus principais trabalhos. De brincadeira, diz que o seu caso seria semelhante ao do matemático britânico James Joseph Sylvester (1814-1897). “Depois que ele se aposentou, certo dia vieram mostrar a ele uma pesquisa e ele comentou: ‘Puxa, que interessante, de quem é?’. Aí a pessoa respondeu: ‘É do senhor, de 30 anos atrás’. Por isso prefiro não comentar esse tipo de coisa”, ri ele.
Pergunto se sua origem judaica o ajudou, de alguma forma, a se destacar na física — com efeito, mais de 50 ganhadores do Nobel nessa área são judeus. “Tomo como exemplo o meu pai, que era de uma família humilde, mas que estudou trechos da Bíblia em hebraico e aramaico dos três aos dez anos de idade, como manda a tradição judaica”, responde ele. “Essa coisa de mexer intensamente com a cabeça desde cedo acaba tendo um impacto.”
Viúvo duas vezes, Zimerman tem quatro filhos, três enteadas e 11 netos (oito biológicos e três filhos de suas enteadas). 

ABRAHAM HIRSZ ZIMERMAN

Nasceu 
em 1928 na Polônia e veio para o Brasil nos anos 1930
Graduou-se
em física na USP (1952) e fez doutorado (orientado por si mesmo) na Unesp em 1987
Áreas de atuação 
são a física teórica e matemática, trabalhando com áreas como teorias de rede, teorias de campos e supersimetria.