domingo, 8 de julho de 2018

Desembargador do TRF-4 manda soltar Lula da prisão ainda neste domingo, FSP

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região deferiu uma liminar para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja solto ainda neste domingo (7).
O desembargador Rogério Favreto acatou habeas corpus apresentado na sexta (6) pelos deputados Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira, do PT, pedindo que ele fosse libertado imediatamente pois não haveria fundamento jurídico para a prisão dele.
O plantão do TRF-4 confirma a informação.
Segundo o plantonista Luís Felipe Santo, os parlamentares estão agora na sede da Polícia Federal tentando fazer com que a ordem seja cumprida.
Favreto, único desembargador do TRF-4 que votou pela abertura de processo disciplinar contra o juiz Sergio Moro, sob a alegação de "índole política", foi filiado ao PT por quase 20 anos.
Crítico da Lava Jato, o magistrado ocupou cargos no governo Lula e em outras administrações petistas antes de ingressar no tribunal.



Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista exclusiva à Folha, - Marlene Bergamo/Folhapress
Preso desde o dia 7 de abril, Lula foi condenado por Moro, em julho de 2017, a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).
Em janeiro deste ano, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) aumentou a pena para 12 anos e um mês de detenção.
Na ação apresentada pelo Ministério Público Federal, Lula é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras.
O valor, apontou a acusação, referia-se à cessão pela OAS de apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial. Moro, porém, absolveu o ex-presidente na acusação sobre o acervo.
A defesa do ex-presidente nega irregularidades e afirma que ele nunca foi dono do apartamento.
Lula é o primeiro presidente da história do Brasil a ser preso após condenação penal. Em 1980, então líder sindical, ele foi preso por motivos políticos, sob acusação de “incitação à desordem”, no período final da ditadura militar.
Mônica Bergamo
Está na Folha desde abril de 1999. Na coluna, aborda diversas áreas, entre elas, política e coluna social.


Moro diz que não cumprirá decisão pois desembargador é incompetente



O juiz Sergio Moro publicou um despacho neste domingo (7) afirmando que o desembargador Rogério Favreto "com todo o respeito, é autoridade absolutamente incompetente para sobrepor-se à decisão do colegiado da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e ainda do plenário do Supremo Tribunal Federal", que autorizaram a prisão de Lula.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região deferiu uma liminar para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja solto ainda neste domingo (8). Favreto acatou habeas corpus apresentado na sexta (6) pelos deputados Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira, do PT, pedindo que ele fosse libertado imediatamente, pois não haveria fundamento jurídico para a prisão dele.
Moro argumentou que não será possível cumprir a decisão sem antes consultar o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do caso e, segundo ele, juiz "natural" do processo.
"Se o julgador ou a autoridade policial cumprir a decisão da autoridade absolutamente incompetente, estará, concomitantemente, descumprindo a ordem e prisão exarada pelo competente colegiado da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4a Região".
Diante do "impasse jurídico", diz ele, "este julgador foi orientado pelo eminente presidente "do TRF-4 a "consultar o relator natural da apelação criminal", ou seja, o desembargador João Pedro Gebran Neto, "solicitando como proceder".

Criada para produzir até 2.000 vagões por ano, fábrica faz primeira entrega, FSP

Inaugurada em março, mas em operação desde janeiro, a Randon iniciou a entrega do primeiro lote de vagões ferroviários produzidos em sua fábrica em Araraquara (a 273 km de São Paulo), região que tem atraído empresas do setor nos últimos anos.
O primeiro lote de vagões foi destinado à MRS, concessionária que administra 1.643 quilômetros de trilhos em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e transporta principalmente cimento, bauxita, produtos agrícolas, siderúrgicos, carvão e minério de ferro.
Foram investidos R$ 100 milhões na unidade, que foi lançada em outubro de 2014.
O total de vagões adquiridos pela empresa não foi informado. São modelos plataforma, projetados para transportar materiais siderúrgicos e contêineres, com destino aos portos. Além dos vagões, a unidade de Araraquara produz semirreboques para o transporte de cana-de-açúcar.
“A fábrica tem vantagem por operar em dois segmentos, então está menos suscetível a paradas por problemas [na economia] em um ou outro mercado. Claro que tem a ver com a competitividade do Brasil”, disse Sandro Trentin, diretor de tecnologia e inovação da Randon e diretor da unidade de Araraquara.
A empresa ingressou no segmento ferroviário em 2004 e, atualmente, vê no setor de 15% a 20% de sua receita. Inicialmente, a produção tem como destino o mercado nacional, que viu crescer a produção ferroviária em 170% desde o início das concessões do setor, há 21 anos, segundo dados da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários). Nos próximos cinco anos, devem ser investidos mais de R$ 25 bilhões no setor.

Vagão semirreboque para trens produzido em Araraquara (M. Scalco/Divulgação)

A Randon se instalou numa região que está se tornando um polo do setor.
Além da rede ferroviária que corta os municípios do entorno de Araraquara –que tem um grande pátio ferroviário–, a cidade também abriga uma unidade da Hyundai Rotem Brasil, inaugurada há dois anos e que também teve investimentos de R$ 100 milhões em sua fábrica.