sexta-feira, 26 de julho de 2013

Copas, Olimpíadas e falta de saneamento, por Arnaldo Jardim




18/07/2013
Volto ao assunto, neste Ano Internacional da Cooperação pela Água, porque a memória dos compromissos políticos e administrativos assumidos no País costuma se esvaecer, depois das comemorações. A data, estabelecida pela ONU, tem a finalidade de ampliar a conscientização sobre os desafios da gestão, acesso e distribuição deste recurso natural cuja qualidade está cada vez mais comprometida.
Com algumas “ilhas” de terra firme, cerca de dois terços de sua superfície do Planeta são dominados por vastos oceanos. Os polos e suas vizinhanças ainda estão cobertos pelas águas sólidas de gigantescas geleiras. A pequena quantidade de água restante divide-se entre a atmosfera, o subsolo, os rios e os lagos. Ao contrário do que se pensa, os terráqueos dispõem – há muito tempo – de 1,35 bilhão de quilômetros cúbicos de água, mais de 97% deles salgados, dos oceanos. O problema é a crescente contaminação dos restante 3%.
O Brasil é a grande ambição da Terra. Além de ser uma das suas maiores “ilhas”, detém cerca de 12% de todos os recursos hídricos mundiais e grande parte da maior bacia hidrográfica do Planeta, na Amazônia. E até sob as regiões semidesérticas do Nordeste aninha volumosos aquíferos reservados há milhares de anos. A abundância das águas brasileiras – nem sempre bem repartida –, o tamanho do território e as grandes diferenças regionais, além da cobiça internacional, têm configurado o desafio básico de estabelecer e promover políticas públicas consistentes na administração sustentável dos recursos hídricos nacionais numa corrida contra o que já se perdeu e a favor da conservação do que pode valer muito, ainda neste século.
Pode-se pintar o mapa do Brasil com as cores fortes dos desafios que o Estado enfrenta para democratizar a conservação e a utilização dos seus recursos hídricos. A Região Norte tem muita água, com baixa qualidade, o que traz prejuízos à biodiversidade e ao uso das populações. O foco principal no território semiárido, na Região Nordeste, é o da gestão. O Centro-Oeste é uma região estratégica para o País, detém grande quantidade de recursos hídricos e vastas áreas de agricultura. As regiões Sudeste e Sul, com grandes aglomerações urbanas, sofrem com problemas de enchentes, inundações, escassez de abastecimento público, tratamento e disposição de esgotos.
Mas a maior ameaça às nossas águas continua sendo a falta de saneamento. Apenas 50,6% da população urbana brasileira são atendidas pela rede de esgoto e só 34,6% do volume de esgotos coletado recebe tratamento. As 81 maiores cidades do País, com mais de 300 mil habitantes, despejam diariamente 5,9 bilhões de litros de esgoto sem tratamento algum, contaminando solos, rios, mananciais e praias com impactos diretos à saúde da população. Mais de 100 milhões de brasileiros não têm seus esgotos tratados.
O Brasil é o 9º colocado no ranking mundial “da vergonha” com 13 milhões de habitantes sem acesso a banheiro. Apenas 3% da população relacionam saneamento às saúde: 31% desconhece o assunto e 41% não pagariam para ter sua casa ligada à rede coletora de esgotos.
Com 84% dos brasileiros vivendo nas cidades, a nossa vulnerabilidade reside no ambiente urbano. Estudos da ANA (Agência Nacional das Águas) mostram os reais riscos de escassez, sendo que de um total de 29 aglomerados urbanos no país, 16 já precisam buscar novos e distantes mananciais para garantir o abastecimento até 2015, entre eles Campinas, Baixada Santista e a cidade de São Paulo.
A taxa de mortalidade de crianças de 1 a 6 anos que moram em locais sem coleta de esgoto é 32% maior do que entre as que dispõem deste serviço, conforme estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizado para a OSCIP Trata Brasil. A coleta e tratamento de esgotos são os serviços que atendem menos cidadãos, os que têm menor ritmo de ampliação e a pior qualidade quando comparados com outros serviços como, por exemplo, a coleta de lixo e o abastecimento de água.
O setor de saneamento básico se caracteriza pela necessidade de um elevado investimento em obras e constantes melhoramentos e os resultados, na forma de receitas e lucros, são de longa maturação. Mas De acordo com estudos do IBGE, cada R$ 1 milhão investido em obras de esgoto sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos, além de empregos permanentes quando o sistema entra na fase de operação. Isso significa que ao investir bilhões de reais necessários à universalização dos serviços, milhares de empregos poderiam ser criados e mantidos todos os anos.
Com a universalização do acesso a rede de esgoto, a estimativa é que a massa de salários, que hoje gira em torno de R$ 1,1 trilhão, se eleve em 3,8%, provocando um aumento na renda de R$ 41,5 bilhões por ano.
A universalização do acesso à rede de esgoto pode ainda proporcionar uma valorização média de até 18% no valor dos imóveis, alcançando cerca de R$ 74 bilhões, valor 49% maior que o do custo das obras de saneamento, avaliado em R$ 49,8 bilhões (considerando apenas novas ligações). Em longo prazo, o acesso à rede de esgoto implicaria um aumento na arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) na mesma proporção do valor médio dos imóveis, um ganho estimado de R$ 385 milhões ao ano.
A lei federal Nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007 estabeleceu as diretrizes nacionais para o saneamento básico e definiu uma Política Federal de Saneamento Básico. Logo em seu artigo 2º destaca entre seus princípios fundamentais: o abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente.
Faltam projetos e recursos para que esta atividade econômica se desenvolva com a velocidade e a qualidade desejada e necessária. A lei de regulação estabelecia a obrigatoriedade de elaboração de Planos Diretores de Saneamento Básico pelos municípios e operadores brasileiros até final de 2010. Mas a meta até hoje não foi cumprida.
O tamanho do problema e a enorme ameaça que a falta de saneamento causa ao desenvolvimento brasileiro me faz sim, voltar ao assunto, na qualidade de presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional do Congresso, para alertar o governo central e os estados, principalmente, sobre as urgentes tarefas de assessorar as prefeituras e desburocratizar os procedimentos que permitam aos municípios desenvolver seus planos de saneamento e as obras necessárias em tempo curto. 
Inteligência, gerência e tecnologia na área o País tem de sobra, tanto em executivos estaduais quanto nas empresas públicas e privadas que prestam serviços de saneamento. Basta haver um esforço comum de república federativa e determinação do governo – como houve para a Copa das Confederações e está havendo ainda para a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas. Ou o Brasil não merece sair rapidamente do ranking mundial da vergonha?

Arnaldo Jardim - Deputado federal PPS/SP.
E-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.br
Site oficial: www.arnaldojardim.com.br


Jornalista não planeja futuro nem reflete sobre profissão, diz estudo



Foto: Marcos Santos / USP Imagens
O perfil do jornalista mudou. A nova geração é hegemonicamente feminina, com menos de 35 anos, não sindicalizada, de formação política débil, massacrada pelo tipo de empregabilidade a que está submetida e pela densificação do trabalho. As evidências desta realidade estão reunidas no livro As mudanças no mundo do trabalho do jornalista (Editora Atlas, 2013), organizado por Roseli Figaro, professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e coordenadora do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) da ECA. O livro conta com textos de Rafael Grohmann e Cláudia Nonato, doutorandos do CPCT, além de préfácio de José Marques de Melo, jornalista e um dos fundadores da ECA. Em 1972, Melo e o também professor da ECA, Jair Borin, traçaram o “perfil do jornalista profissional em São Paulo” da época, relatório reproduzido no pósfácio desta edição.
A pesquisa foi construída a partir de 2010 com quatro tipos de amostras. Os componentes do Grupo A foram captados por redes sociais, principalmente via email. Uma segunda amostra abordou os profissionais do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo (Grupo B). Jornalistas contratados de uma grande empresa editorial de São Paulo compuseram o Grupo C. A quarta amostra utilizou como critério jornalistasfreelancers (Grupo D).
Do cruzamento desses dados, o grupo percebeu, sob o ponto de vista quantitativo, que os jornalistas sócios do sindicato são majoritariamente homens e de gerações mais velhas, com mais de 35 anos. Nos outros grupos de amostragem, destacaram-se mulheres jovens não sindicalizadas. Houve, portanto, uma mudança do perfil dos jornalista por gênero e também a constatação de que os jovens se sindicalizam menos.
Roseli conta que, durante a análise qualitativa, surgiram questões dos jornalistas relacionadas ao engajamento e descrédito na organização enquanto categoria. “Acredito que isso se dê pela atual situação de empregabilidade e pela precarização desses laços, que tornam a questão da sindicalização e da organização muito frágeis”, afirma.
Uma das perguntas do questionário queria saber se o profissional encontrava tempo para planejar sua vida – se tem conseguido planejar para curto, médio ou longo prazo, ou não tem conseguido planejar. Os resultados apontaram que os mais jovens e os profissionais freelancers são os que menos têm conseguido planejar. “Isso quer dizer trabalhar hoje, para consumir hoje e não saber como será seu trabalho no ano que vem”, explica a professora. Ela aponta que essas pessoas, com instabilidade e dificuldade em se relacionar com o mundo do trabalho, não vislumbram soluções coletivas – como sindicalizar-se ou organizar-se para pleitear melhores condições de trabalho –, mas sempre saídas individuais como, por exemplo, arranjar mais um emprego. “A solução de classe jornalística parece que se esvai”,acrescenta Rafael Grohmann.
Clique para ampliar | Foto: Divulgação
O doutorando considera que os jornalistas mais jovens têm uma perspectiva “ajustada às prescrições do sistema econômico capitalista” no sentido, por exemplo, da valorização do empreendedorismo. Ele avalia que pouquíssimos entrevistados iam contra o pensamento contra hegemônico.
Roseli relata falas daquele profissional que não se encontra nas grandes mídias e que procura trabalho em mídias alternativas para se realizar enquanto jornalista. “Ele não se via respondendo aos paradigmas da profissão, como a aspiração do jornalista como mediador social, seu comprometimento com as causas da verdade, da democracia, da cidadania nas grandes mídias”, aponta Roseli. Ela ressalta que esse tipo de profissional só conseguia suprir seus anseios quando ele mesmo se patrocinava, trabalhava de graça ou batalhava para publicar material próprio e independente em sites e revistas alternativas. Quando esse profissional conseguia colocar pautas alternativas na grande imprensa, Grohmann relembra que o termo utilizado era “contrabandear informação”.
Grohmann questiona também até que ponto os jornalistas estão discutindo política na sua formação. Ele relembra dois relatos. Um, de uma menina que dizia fugir da aula de política na faculdade. Outro, de uma pessoa que afirmava não saber a diferença entre PMDB e PSDB e que também não demonstrava interesse em aprender, pois não se interessava pelo assunto e preferia que Paulo Maluf escrevesse uma matéria sobre política do que ela.
Um entrevistado afirmou não saber a diferença entre PMDB e PSDB e que não queria aprender, pois não se interessava pelo assunto e preferia que Paulo Maluf escrevesse uma matéria sobre política do que ele.
Foto: Divulgação
No livro, enquanto Cláudia Nonato focaliza o segmento dos jornalistas sindicalizados em São Paulo, Grohmann trabalha o jornalista como receptor, buscando compreender quais os produtos culturais preferidos pela categoria.
Ele percebeu que, embora o jornalista acesse mídias alternativas, o que ele mais segue ainda é a mídia tradicional e grandes veículos de comunicação. E a busca, geralmente, está mais ligada ao seu trabalho do que à obtenção de informação em si. “Ele assiste à televisão para criticar o trabalho dos outros ou então para melhorar seu próprio desempenho. O jornalista nunca desliga, mesmo quando está no sofá de casa”, aponta Grohmann. O pesquisador retoma a questão do ajustamento às prescrições do sistema econômico capitalista, afirmando que o jornalista chega, em sua crítica, no máximo a “que off ruim, essa manchete não está boa, essa passagem não ficou legal”, e não consegue atingir críticas ideológicas mais profundas.
O doutorando critica também a existência esporádica, dentro das faculdades de jornalismo, do debate do jornalista enquanto profissional, justamente em um momento em que a categoria presencia uma séria de demissões. “O jornalista poucas vezes se pensa enquanto trabalhador, ele é o super-herói, o salvador da pátria”, explica. “Mais do que os dados quantitativos, acho que o maior crédito do nosso livro é provocar essa discussão. A classe dos jornalistas está trabalhando muito e não está olhando direito para essas questões tão fundamentais”, afirma Grohmann.

Serviço

As mudanças no mundo do trabalho do jornalista (E-book)
Roseli Figaro (Org.), Cláudia Nonato e Rafael Grohmann
Lançamento: 15 de agosto, na Livraria Martins Fontes (Av. Paulista, 509, São Paulo)
Preço sugerido: R$ 47,00. Promoção de lançamento: desconto de 30% para professores e de 20% para o público em geral.
O livro está disponível para aquisição no site da Editora Atlas.
Mais informações: comunicacaoetrabalho@gmail.com

Cidades inteligentes precisam dar mais importância às pessoas

Governos têm dificuldade de conectar serviços públicos aos cidadãos (Foto: Igo Bione / JC Imagem)
“Recife é mais amada que habitável”, disse . Iniciativas locais já foram implementadas, mas é preciso ter cuidado para não segregar, dizem especialistas
O termo “” vem mobilizando o pensamento sobre tecnologia e políticas públicas. Indo além da simples engenharia, essas ações teriam como proposta integrar cidadãos e governos através de sistemas como forma de melhorar a vida em comum. Uma palestra na  Recife nessa quinta (19) levantou questões que mostraram que o assunto é bem mais complexo do que parece.
Segundo o consultor de cenários e gestão estratégica do , Cláudio Marinho, existe hoje uma dificuldade para os governos oferecerem serviços inteligentes aos cidadãos. “Existe hoje um entrave no poder público em conectar serviços urbanos aos cidadãos empoderados pela tecnologia”, disse. Por causa dessa discrepância, diversos assuntos como mobilidade, sustentabilidade, segurança e governança não são atendidos de uma maneira eficaz.
Sobre o assunto, Marinho soltou a frase mais inspirada da noite de ontem: “Recife é mais amada que habitável”. A cidade começa agora a divulgar ações voltadas para cidades inteligentes. Uma delas é o sistema de aluguel de bicicletas feita em parceria com o Porto Digital. Há também uma mesma iniciativa do Governo do Estado. A população pode acessar um site ou um aplicativo e usar as bikes para locomoções curtas. Há também um concurso acontecendo que incentiva desenvolvedores a usar os dados abertos da prefeitura para criar soluções e aplicativos.
Mas, para Marinho ainda há erros na atual gestão, como o incentivo à verticalização, que não é típico de uma cidade inteligente. O mesmo vale para o incentivo ao uso do carro. “Não sou contra o adensamento urbano, que é ótimo para a cidade por diminuir custos e promover a criatividade. Mas, o empilhamento habitacional do modo como está sendo feito é insustentável”, disse. “Estamos emburrecendo no modo de fazer cidade. É um retrocesso em algo que já fomos tão bons, como arquitetura e urbanismo”.
Delta City, de Robocop: não é essa cidade inteligente que queremos (Divulgação)
Delta City, de Robocop: não é essa cidade inteligente que queremos (Divulgação)
Cuidado com a DeltaCity
Quem lembra do cenário nada idílico de Robocop? O futuro pensado no clássico filme de Paul Verhoeven mostrava uma sociedade futurista dominada por uma única corporação e com todos os serviços integrados e conectados. O mesmo vale para outras obras, como o mundo de Homem-Aranha 2099, em que a opressão é total. “Precisamos ter cuidado com essas ‘smart cities’ em que tudo é coordenado e controlado de cima para baixo”, explicou Marinho. O professor de filosofia e ativista dos Direitos Urbanos  lembrou que as tecnologias não podem segregar as pessoas.
“A tecnologia não pode se sobrepor às interações das pessoas. As cidades são misturadoras de gente e o que acontece no Recife hoje é um isolamento, seja através do uso do carro ou do incentivo aos grandes centros de compras. Isso gera uma padronização, o que é péssimo para a criatividade”, disse. Cisneiros lembrou que muitas vezes a tecnologia investe em um paradigma ultrapassado. Um exemplo prático foi a demora para a máquina de escrever ser aposentada de uma vez. Criaram-se as elétricas, as com corretor integrado.
O mesmo estaria acontecendo com os carros. “O Google gasta milhões para desenvolver um carro autônomo, controlado por computador, inteligente, que não bate, etc. Mas ainda é um carro. Ou seja, contribui para segregar, complicar o trânsito e é contraproducente já que leva poucas pessoas comparado ao transporte coletivo”, explicou Leonardo.
Aluguel-de-bike-no-Recife
 de aluguel estão promovendo uma reapropriação da cidade pelas pessoas (Foto: Fábio Jardelino / NE10)
A revolução é retrô
Recife e cidades como São Paulo e Rio de Janeiro viveram nos últimos anos um incentivo ao uso da bicicleta como modal de transporte. É prático, barato e mais rápido que pegar um carro ou esperar um ônibus. Ainda tem como vantagem o fato de ser um exercício físico, dizem seus entusisastas. Mas essas magrelas promoveram mais do que uma mobilidade, mas uma revolução.
“Muitas vezes uma revolução vem de algo que aparentemente é menos tecnológico, como as bicicletas”, disse Leonardo. “Recife deu um passo importante e já vemos crescer o interesse por esse sistema com a ampliação de ciclofaixas”. No encontro ainda estave presente , presidente da Serttel, empresa pernambucana que criou os sistemas de aluguel de bikes no Recife e no Rio de Janeiro.
“As bicicletas estão promovendo uma reapropriação da cidade pelas pessoas. Com velocidade reduzida e uma maior exposição passamos a refletir mais, a pensar mais, a olhar a cidade. Isso já está gerando uma mudança, com as pessoas descobrindo mais o seu próprio bairro, incentivando os pequenos comércios e ocupando mais os espaços públicos”.
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