sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Briga causa pânico e até fecha Linha 4


Bruno Ribeiro - O Estado de S. Paulo
Texto atualizado às 23h02.
Policiais do Choque, da PM, foram acionados - Daniel Teixeira/AE
Daniel Teixeira/AE
Policiais do Choque, da PM, foram acionados
SÃO PAULO - Uma briga dentro de um túnel da Estação Luz do metrô, no centro de São Paulo, provocou uma confusão generalizada em pleno horário de pico e fechou a linha por 36 minutos, das 18h40 às 19h16, na véspera do feriado. Sem saber o que estava acontecendo e em meio a boatos de tiroteio, passageiros tentaram correr nos corredores superlotados, o que resultou em pânico. Pessoas foram pisoteadas e ao menos dez precisaram de atendimento médico.
"As pessoas foram caindo pela escada, deixando bolsa, sapatos, celular. Todo mundo dizia: ‘É tiro, é tiro’ e se empurrava. Mas não tinha para onde correr porque estava tudo lotado", contou a conferente Suellen Lopes Silva, de 23 anos.
Na confusão, passageiros caíram nos trilhos e o Metrô teve de desligar a energia da Linha 1-Azul no sentido Tucuruvi. A paralisação durou 40 minutos. "Eu fiquei o tempo todo presa no trem, entre (as Estações) São Bento e Luz. Todo mundo ouviu barulho de tiros", disse advogada Renata Xavier, de 26 anos.
Segundo a Polícia Civil, no entanto, nenhum disparo foi feito dentro da estação. O investigador-chefe da Delegacia de Polícia do Metropolitano, Jair Araújo Teixeira, disse que o caos começou quando um homem esbarrou em uma mulher e deu início a uma briga, no túnel que liga a Linha 4-Amarela com a Linha 1-Azul e com ramais da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). "Pelo que apuramos preliminarmente, um homem tentou defender a mulher e deu um soco no rapaz que começou a briga. Uma quarta pessoa sacou uma arma. Aí, todo mundo tentou correr no túnel lotado", afirmou o policial.
Seguranças da companhia disseram que, conforme os suportes das grades de separação dos usuários caíam, empurrados pelas pessoas em pânico, havia a impressão de que estava havendo um tiroteio. Tratava-se apenas do eco causado pelo barulho.
Mas toda essa situação criou um efeito em cascata que espalhou o pânico: pessoas chegaram a ligar para a Polícia Militar para relatar um tiroteio. E canais de televisão espalharam a notícia da troca de tiros - quem estava na estação e falava ao celular com parentes recebia a notícia dos disparos. Na hora, especularam que a confusão pudesse ser resultado de uma tentativa de roubo às bilheterias ou de um homem que fugia da PM e teria entrado na estação para se esconder - nada acabou confirmado.
Mesmo uma hora após a confusão, as diversas entradas da estação estavam cheias de pessoas, a maioria mulheres, chorando por causa do susto.
Três mulheres feridas, duas com suspeita de fratura nas pernas e uma com fortes dores na costela, foram levadas até a Santa Casa de Misericórdia, em Santa Cecília, hospital mais próximo da Luz. Não foi possível confirmar o estado de saúde delas até as 23 horas.
A Polícia Civil vai requisitar imagens do túnel onde começou a confusão para tentar identificar os envolvidos na briga, que podem ser indiciados por lesão corporal.
Superlotação. A insegurança muitas vezes causada pela superlotação da Estação da Luz preocupa o Metrô desde o ano passado. O prédio, histórico, não pode sofrer muitas reformas porque é tombado, mas ficou acima da capacidade desde que a Linha 4-Amarela foi inaugurada.
De lá para cá, o governo do Estado já retirou um ramal da parada, a Linha 10-Turquesa da CPTM. Agora, o governo estuda a construção de mais saídas subterrâneas para dar vazão aos passageiros, entre outras medidas para desafogar o ramal, parcialmente inaugurado em 2010.

‘investir em Capital Humano é necessário para a competitividade’, diz diretor da Fiesp



O Diretor do Departamento de Ação Regional da Fiesp comentou os principais temas tratados no Fórum do Capital Humano. Veja a entrevista a seguir.
Dulce Moraes, Agência Indusnet Fiesp
O Brasil teve um crescimento econômico nos últimos anos, mas o país terá dificuldades no futuro se não investir em educação. Investir em talentos passou a ser fator de competitividade para o desenvolvimento. A opinião é de Sylvio de Barros, diretor-titular do Departamento de Ação Regional (Depar) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que promove nesta terça-feira (02/10) o Fórum Capital Humano – Ferramentas de Desenvolvimento e Competitividade.
Veja a entrevista com  o titular do Depar/Fiesp:
Sylvio Alves de Barros Filho, diretor-titular do Departamento de Ação Regional da Fiesp
Nesta terça-feira, a Fiesp, Ciesp, Sesi-SP e Senai-SP  promovem o Fórum do Capital Humano. Quais os principais objetivos do evento?
Sylvio de Barros – O evento foi idealizado para aproximar as indústrias, por meio de seus profissionais de Recursos Humanos (RH), às escolas mantidas pelas indústrias. Queremos que eles conheçam os  produtos e serviços do Sesi-SP e Senai-SP. Mas, mais do que isso, o objetivo é construirmos, juntos, um relacionamento dinâmico voltado ao desenvolvimento humano como fator de competitividade nas organizações.
O conceito Capital Humano no mundo empresarial não é novo. O senhor acredita que as empresas já assimilaram esse conceito ou essa nova visão de RH na gestão de suas estratégias e investimentos?
Sylvio de Barros - Eu diria que não é uma “nova visão”, mas uma necessidade para empresas hoje. É uma necessidade que os gestores de Recursos Humanos estejam presentes em todas as decisões das empresas.
Até que ponto investir em capital humano pode impactar na competitividade das indústrias e do país?
Sylvio de Barros - Hoje o Brasil encontra-se em uma situação privilegiada. Ocupa a 6ª posição na economia global, com um PIB perto dos US$ 2,5 trilhões, superando países como Inglaterra, Itália, Rússia, Canadá, Índia, Espanha e Coreia.
Mas, se analisarmos outro ranking internacional, o da Competitividade, veremos, surpresos, que estamos na 48ª posição. E no ranking da Educação estamos na 116ª posição.
Embora tenhamos alcançado o crescimento econômico,  enfrentaremos uma equação difícil no futuro se não investirmos em Educação. E diria mais: para suportarmos a nova condição econômica do País, recursos financeiros e tecnológicos não bastam. Investir em talentos passou a ser fator de competitividade para o nosso desenvolvimento. É preciso desenvolver mais competências.
Países como a China e Coreia, que obtiveram forte crescimento econômico e tecnológico nas últimas décadas, incluíram Educação e Formação Profissional como itens estratégicos de desenvolvimento de longo prazo.  No Brasil isso não ocorreu. O senhor considera que o empresariado pode contribuir com isso?
Sylvio de Barros - Não só pode como deve. Acredito que o empresário tem a obrigação de contribuir para capacitação profissional. A indústria já dá uma importante contribuição mantendo instituições de referência como Sesi e Senai.
Mas, é necessário que o empresário tenha conhecimento sobre essas escolas e se integre mais a esse processo, incentivando seus funcionários a se beneficiar dessa capacitação o que, no final, beneficiará não só o colaborador como também a empresa. Criar essa sinergia é exatamente o intuito do Fórum que estamos realizando hoje.
Qual a principal dificuldade das micro e pequenas empresas em investir na capacitação de seus funcionários?
Sylvio de Barros - Sabemos que as indústrias enfrentam alta taxa tributária e juros que impactam sua competitividade. Mas não há outro caminho. É preciso investir em competências e em talentos para manterem-se competitivas. E isso é válido para empresas de todos os portes.
Nesse Fórum convidamos escritórios de contabilidade que, na prática, executam o trabalho de Departamento Pessoal para as pequenas empresas. Os empresários devem exigir desses escritórios uma consultoria mais focada na gestão de Recursos Humanos. E para isso eles podem contar com todas as ferramentas e serviços do Sesi e Senai.
As pequenas indústrias, com poucos funcionários, que necessitam dos cursos tecnológicos do Senai, podem se unir a outras pequenas empresas do mesmo setor e solicitarem, juntas, um módulo específico dos Cursos do Senai para esse grupo.
Elas podem utilizar também o Sistema do Capital Humano, uma plataforma online, por meio do qual localizam as escolas e cursos de sua região ou cidade, entre outros dados importantes. Para utilizar esse serviço basta acessar o site da Fiesp no item Capital Humano. É gratuito e acessível para todas as indústrias.
Investir em Capital Humano implica em vários aspectos, como educação tecnológica, inclusão social e de Pessoas com Deficiências (PCDs) e até qualidade de vida e cultura.  Quais as informações e serviços sobre esses tópicos serão disponibilizados para as empresas durante o Fórum?
Sylvio de Barros - O Fórum está abordando temas pertinentes à visão moderna de Recursos Humanos (RH) e das relações de trabalho. Estamos mostrando o Sesi e o Senai como ferramentas para tornar as empresas mais competitivas e oferecendo atendimento exclusivo com os responsáveis dessas escolas.
Convidamos representantes do Ministério do Trabalho e do INSS para esclarecer as dúvidas das empresas sobre a aplicação da Lei de Cotas e a melhor forma de implementá-la.
Contamos também com a participação dos profissionais da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP) que trazem informações específicas à gestão de Recursos Humanos, como os entraves encontrados ao longo do processo e a nova visão do papel do Capital Humano nas empresas.

MP pede R$ 11,5 bi da Sabesp por poluição de rios


E - Agência Estado
O problema da poluição dos rios de São Paulo foi parar na Justiça. O Ministério Público pede indenização bilionária da Sabesp, do governo estadual, da Prefeitura de São Paulo e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por causa do lançamento de esgoto sem tratamento nos rios e represas da região metropolitana de São Paulo. Segundo a Promotoria de Meio Ambiente, os R$ 11,5 bilhões pedidos são necessários para indenizar danos ambientais e ao patrimônio público causados pelo despejo do esgoto in natura.
A ação foi ajuizada na terça-feira da semana passada. Três dias depois, a juíza responsável pelo caso negou a liminar - ela só vai decidir depois de ouvir as partes envolvidas. A Sabesp informou que "tentativas de desconstruir o maior projeto de saneamento ambiental do País" são "um desserviço" e que vai prestar todas as informações ao Poder Judiciário.
O MP também pede na ação civil pública que a Justiça obrigue a Sabesp a universalizar a coleta e o tratamento do esgoto da região metropolitana até 2018, sob pena de multa diária. De acordo com a Promotoria, isso é necessário para cessar a "poluição hídrica na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e também nas Represas Billings e do Guarapiranga, com prejuízos ao meio ambiente". A meta da Sabesp é que a universalização só se concretize em 2020, para quando está previsto o término da quarta e última fase do Projeto Tietê.
Atualmente, segundo dados de relatório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)datado de 2011,86%do esgoto da Grande São Paulo é coletado pelas empresas de saneamento e, desse total, 49% é tratado.A Sabesp é a maior delas - atende 28 dos 34 municípios do Alto Tietê, segundo a Cetesb. Por ser a região mais populosa do Estado, é também a que despeja a maior quantidade de esgoto nos cursos d?água paulistas.
No texto da ação, o promotor responsável pelo caso, José Eduardo Ismael Lutti, afirma que ela só foi proposta porque a Sabesp teria se recusado a assinar um acordo para garantir o cumprimento desse prazo após três anos de negociações. Nesse período, segundo o promotor, 44 minutas de acordo teriam sido discutidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.