terça-feira, 10 de abril de 2012

Zumbi or not zumbi


Marcelo Rubens Paiva - O Estado de S.Paulo
Zumbi lembra "nzambi", que, na região do Congo, significa Deus.
Existem para todos os gostos. O abobado, fácil de matar. Os ágeis e fortões. Os que ganham vida durante a jornada, como no game Left 4 Dead. Os que se alimentam de cavalos, como no filme Survival of the Dead. E animais zumbis, como na série Resident Evil.
No passado, era apenas uma entidade de crenças afro caribenhas, conhecida como vodu, que intrigou o racionalismo do pensamento ocidental.
Em meados dos anos 30, a antropóloga de Harvard, Zorra Neale, começou a difundir o mito haitiano do ser que não tem vontade própria e é controlado por um "bokor".
Na mesma época, surgiram "bokors" de sanidade duvidosa, capazes de mobilizar hipnoticamente grandes massas, como Hitler e Mussolini.
Durante a contracultura, a geração LSD circulou por países da AL devorando cultos sincretistas e tudo quanto é tipo de raiz, flor, cacto, cipó, peiote, para abrir as portas da percepção, em busca da luz divina natural e do barato ritualista.
O sentido da vida não estava nos manuais dos eletrodomésticos da sociedade de consumo pós-guerra. Místicos diziam que, se a Igreja tinha provas semânticas da vida após a morte, os haitianos tinham provas materiais, que circulavam em estado de torpor pelas ruelas pobres e escuras das suas aldeias.
O etnobotânico também de Harvard, Wade Davis, maior autoridade em farmacologia de zumbis, escreveu que duas substâncias específicas injetadas na corrente sanguínea, o "coup de poudre", toxina encontrada na carne do baiacu, e drogas dissociativas, como a datura, transformam o mais crente num obediente seguidor. Uma espécie de Goebbels ingerível.
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Zumbi na sua pureza é um morto que foi reanimado e vaga como um sujeito irracional. Tem escaras, ossos aparentes, olhos vazados. Não fala, pois perdeu a língua no processo de decomposição interrompido. Não raciocina; o pouco oxigênio da tumba danificou a massa encefálica.
Mas simboliza diversos arquétipos. Pode ser escravizado e manipulado como um capitão do mato. Pode simbolizar o trabalhador hipnotizado pelas correntes de uma linha de produção industrial, como os empregados chineses da Foxconn, montadora da Apple, que precisam de redes nas janelas, para não cometerem suicídio.
Numa interpretação da psiquiatria, aspectos psicológicos da "zumbificação" sugerem o início de um estado esquizofrênico. E até a filosofia criou o conceito "zumbi filosófico", para definir o ser que não possui consciência plena, mas tem a biologia ou o comportamento de um homem.
Passeatas de zumbis, manifestações estilo flash mob ou Zombie Walk - pessoas fantasiadas que saem correndo por ruas, parques e shoppings - são contabilizadas pelo Guiness.
Hoje, o zumbi concorre com o vampiro, virou um ícone do cinema e da cultura de massas. Por quê?
Simboliza o medo da violência urbana, já que bêbados, drogados e degenerados saem das tocas em estado catatônico e ocupam as pacatas ruas das cidades, circulando livremente depois que o sol se põe.
As doenças sexualmente transmissíveis também alimentaram a sua popularidade, especialmente entre os teens. Monstros querem nosso sangue ainda puro e inocente. "Loosers" que se vestem como mendigos, não com roupas de grife, e que só sobrevivem se conseguirem a transfusão da saúde burguesa bem tratada pela previdência privada.
Numa leitura marxista, simboliza a falência do Estado de bem-estar social, que não é capaz de dar emprego, residência, saúde, gera injustiças sociais, tensões e medo, gera diferentes castas. Zumbi é o lumpesinato.
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Em 1968, o diretor de cinema George Romero sacou o potencial e a representação contemporânea desse personagem no filme A Volta dos Mortos Vivos.
Mal sabia que sua releitura do mito caribenho daria num dos maiores clássicos do cinema de horror e influenciaria a cultura pop, o cinema fantástico, a literatura e os games.
Filme de baixo orçamento, com poucas locações, gerou polêmica por ser acusado defender o satanismo e ir contra valores religiosos.
Exibidores só aceitavam nas suas salas Night of the Flesh Eaters, o nome original, se os produtores cortassem cenas mais sangrentas e oferecessem um final otimista.
Sim, porque, para completar o fascínio que filmes de zumbis exercem, todos têm o apocalipse como fio condutor, tema inevitável no auge da Guerra Fria e, agora, com o Aquecimento Global, Fim da Camada de Ozônio, Derretimento das Calotas, etc.
Na série Resident Evil, com Milla Jovovich- não mais magrinha e pálida de O Quinto Elemento de Luc Besson- os zumbis são sarados, vivem num mundo que terminou e, como em Matrix, está mais digital que analógico.
Até nossa Alice Braga os combateu com Will Smith em Eu Sou a Lenda. E quem não se lembra de Michael "Wacko" Jackson dançando com eles em Thriller?
Também tiraram uma onda dos zumbis, como em Todo Mundo Quase Morto (2004) e Zumbilândia (2009), genial filme que passou em branco aqui no Brasil, considerado a maior bilheteria mundial de filmes de zumbi, estrelado por, ironia, Jesse Eiseberg, o mesmo que protagonizou um ano depois Mark Zuckerberg no filme A Rede Social, fundador do Facebook, acusado de sugar a sua privacidade.
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Duvido que um cent desse megassucesso tenha sido enviado como royalties aos feiticeiros do Haiti ou xamãs do Congo.
E é bom que se saiba que, para acabar com um zumbi, caso você trombe com um (matar não é a palavra, pois ele já está morto), é preciso destruir o cérebro ou a coluna vertebral. Simples. Basta atirar na cabeça ou separá-la do corpo. Mas, cuidado. Tem cabeças decepadas que podem morder.

Instagram levou apenas um ano e meio para valer US$ 1 bilhão


Facebook anunciou compra do Instagram por US$ 1 bilhão em na segunda-feira. Foto: Getty Images
Facebook anunciou compra do Instagram por US$ 1 bilhão em na segunda-feira
Foto: Getty Images
Levou apenas um ano e meio para que uma dupla de desenvolvedores visse seu aplicativo de compartilhamento de imagens sair do zero e valer US$ 1 bilhão. Foi o que aconteceu com Kevin Systrom e Mike Krieger, responsáveis pela fundação do Instagram, que foi comprado na segunda-feira pelo Facebook, a maior rede social do mundo com mais de 800 milhões de usuários.
Os números do Instagram impressionam: com pouco mais de uma dúzia de funcionários, no começo de março deste ano o aplicativo já contava com 27 milhões de usuários. Um número bastante elevado para um programa que, até então, só estava disponível para os aparelhos com iOS da Apple. Com a chegada ao Android, na semana passada, o Instagram teve mais de 1 milhão de downloads em menos de 24 horas. A venda para o Facebook, por um valor recorde, aconteceu menos de uma semana depois.
Se comparado com outras start-ups compradas por grandes empresas de tecnologia, o Instagram mostra um recorde de valorização. O Flickr foi comprado pelo Yahoo! em 2005 por US$ 30 milhões, enquanto o Google adquiriu o Picasa em 2004 por apenas US$ 5 milhões, segundo levantamento feito pelo Business Insider. A companhia que mais se aproximou do Instagram foi a Photobucket, comprada por US$ 300 milhões em 2007 pela News Corp.
Não foi por acaso que a companhia chegou a um valor tão elevado. Desde sua chegada, tanto o número de usuários quanto de fotos postadas no serviço vêm crescendo exponencialmente. Criado em outubro de 2010, o aplicativo alcançou o seu primeiro milhão de usuários em apenas três meses, e seis semanas depois já tinha seu segundo milhão de usuários garantidos.
Os 5 milhões de downloads chegaram em junho do ano passado, uma média de 625 mil novos usuários por mês. A marca de 200 milhões de fotos foi atingida em agosto de 2011, quando em somente 30 dias 50 milhões de imagens foram enviadas para o Instagram. Menos de um ano depois, em abril de 2012, esse número cresceu para 150 milhões de novas imagens por mês: 5 milhões de fotos postadas todos os dias.

Instagram é comprado pelo Facebook


Por Tatiana de Mello Dias
Zuckerberg anunciou a fusão em seu perfil; equipe do Instagram irá para o escritório do Facebook
SÃO PAULO – O Instagram foi comprado pelo Facebook. A fusão acaba de ser anunciada pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, em seu perfil oficial. Segundo ele, foi a primeira vez que o Facebook compra uma empresa com uma base tão grande de usuários. Hoje cerca de 30 milhões de pessoas usam o Instagram.
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Os 14 funcionários do Instagram irão trabalhar na sede do Facebook, em Palo Alto, na Califórnia.
“Por anos, estivemos focados em construir a melhor experiência em compartilhar fotos com seus amigos e família. Agora, poderemos trabalhar mais próximos da equipe do Instagram para também oferecer a melhor experiência para compartilhar fotos do celular com as pessoas, baseadas nos seus interesses”, escreveu Zuckerberg.
Kevin Systrom, CEO do Instagram, disse que “não poderia estar mais feliz”. Segundo a Business Insider, a empresa foi vendida por US$ 1 bilhão.
O presidente do Facebook diz que as experiências das duas redes se complementam. Por isso, a ideia é manter e aprimorar as ferramentas do Instagram, em vez de simplesmente integrá-la completamente ao Facebook. O Instagram será desenvolvido independentemente. O Facebook se encarrregará de popularizá-lo ainda mais.
Além disso, Zuckerberg diz que o Instagram continuará a ser conectado a outras redes sociais. Os usuários também não serão obrigados a compartilhar suas fotos do Instagram no Facebook. “Nós tentaremos aprender a experiência do Instagram para construir ferramentas parecidas nos nossos outros produtos. E ao mesmo tempo, tentaremos ajudar o Instagram a crescer usando o forte time de engenharia e a infraestrutura do Facebook”.
“É importante deixar claro que o Instagram não vai acabar. Nós continuaremos a adicionar nossas ferramentas ao produto e encontrar novas maneiras para criar uma experiência melhor de fotos no celular”, disse o CEO do Instagram.
Na semana passada, o Instagram foi avaliado em US$ 500 milhões. A ida para o Android multiplicou por dez o valor da empresa.
Nas primeiras 24 horas de Android, o Instagram registrou duas mil ativações por minuto.
(atualizado às 14h43)