quarta-feira, 1 de junho de 2011

Edital para Usina em São Bernardo sai logo


sábado, 21 de maio de 2011 19:00 [2 Comentário(s)]
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Natália Fernandjes
Unisa de incineração de lixo residencial será construída na região do Alvarenga / Foto: Reprodução
Depois de conseguir aprovação do Termo de Referência para licenciamento de usina de incineração de resíduos pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), São Bernardo deverá divulgar edital de licitação nos próximos dias. A expectativa é que até o fim do ano seja finalizado o processo de contratação da empresa responsável pelo EIA/RIMA (Estudo e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental) para implantação da usina, que deve começar a ser construída em 2012.
A instalação da usina depende ainda de licença da Cetesb e do CEMA (Conselho Estadual do Meio Ambiente), segundo Elcires Pimentel, consultor do projeto da usina de incineração de lixo de São Bernardo. “Estamos confiantes, mas sabemos que é um processo longo e acompanhado de mitigação ambiental”, comenta. Como parte do projeto da usina, para 2012 também está previsto o início da coleta seletiva no município, assim como a instalação de ecopontos (locais para depósito de produtos recicláveis).
Se concretizada, a usina de incineração de lixo doméstico de São Bernardo será a primeira do Brasil. A previsão é que o incinerador seja instalado na região do Alvarenga, área que abrigava o antigo lixão. A previsão é de investimento de R$ 220 milhões por meio de PPP (Parceria Público-Privada). O município encaminha mensalmente 21 mil toneladas de lixo por mês para o aterro sanitário Lara, em Mauá.
Na gaveta
Por enquanto, é o único projeto de usina de incineração de lixo ventilado ano passado não engavetado. Isso porque em Santo André, depois de técnicos do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental) visitarem cidades da Alemanha que trabalham com a usina verde para conhecer a tecnologia e o processo adotado, nada foi feito. No Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, o tema também chegou a ser discutido no final do ano, mas sem avanço. 
Especialista não é favorável
Resíduos domiciliares produzidos no Brasil têm grande capacidade de reaproveitamento e reciclagem, o que, segundo Carlos Henrique de Oliveira, professor de Gestão Ambiental da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), deveria ser foco de investimento público, ao invés da construção de usinas de incineração.
“A técnica de incineração de lixo pode ser interessante em outros cenários, como na Europa, mas no Brasil temos matriz energética eficiente até agora, além de grande capacidade de geração de energia, por água e vento”, explica o professor de Gestão Ambiental. O mais importante, segundo o mestre, é fazer coleta seletiva e dar encaminhamento correto para os resíduos, assim como prevê o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, lei 12.305/2010.
Priorizar a reciclagem é mais indicado do ponto de vista econômico, financeiro e social, destaca Oliveira. “Alguns materiais podem ser reciclados até cinco vezes sem perder sua característica. Quando mandamos este material para incineração, eliminamos esses possíveis ciclos de vida e desperdiçamos todo o investimento empregado em sua produção”, comenta. (NF)
Entenda o que é incineração
• A incineração do lixo é a queima de materiais em temperaturas acima de 900 °C. O processo reduz o volume do material em mais de 70% e é recomendado para eliminação de lixos perigosos, como resíduos hospitalares e tóxicos.
• Algumas usinas são capazes de gerar eletricidade e outras são utilizadas no aquecimento de água em países onde há invernos rigorosos, como Suiça e Japão.
• Dentre as desvantagens da incineração do lixo estão o custo elevado, a  necessidade de mão de obra qualificada, a variabilidade da composição dos resíduos e a manutenção intensa.
1 kg de lixo gera energia para
Secador de cabelos - 24 minutos
Máquina de lavar - 20 minutos
Geladeira - 2 horas e 52 minutos
TV - 5 horas e 45 minutos
Forno elétrico - 22 minutos
Ferro elétrico - 43 minutos
Computador - 5 horas
Fonte:Actuale Consultoria e Assessoria

terça-feira, 31 de maio de 2011

SP terá 1º incinerador de lixo doméstico

Pioneira no País, usina vai produzir energia e recuperar área ameaçada por risco de explosão e deslizamento em São Bernardo do Campo

05 de agosto de 2010 | 0h 00
Eduardo Reina - O Estado de S.Paulo
A cidade de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, terá a primeira usina de incineração de lixo doméstico do Brasil. A estrutura vai ocupar a área do antigo Lixão do Alvarenga, na beira da Represa Billings, e vai gerar 30 megawatts por hora de energia elétrica. Ao lado, será criado um parque e haverá remoção de parte da população que hoje mora em cima do antigo lixão, uma área de risco de explosão e deslizamentos.
A usina terá capacidade para receber 1 mil toneladas de resíduos domésticos por dia. A energia gerada - 30 megawatts/hora - será suficiente para abastecer diariamente uma cidade de 300 mil habitantes. A obra inclui um setor de separação dos resíduos orgânicos e para reciclagem e está orçada em R$ 220 milhões.
Hoje na cidade de São Paulo há duas usinas de geração de energia por meio do lixo, nos aterros Bandeirantes (zona norte) e São João (zona leste). No entanto, esses funcionam com aproveitamento de gás metano gerado pelos resíduos. A novidade é o incinerador de lixo doméstico. Existem apenas usinas para incinerar lixo hospitalar e industrial no País.
"O sistema, além de fazer a queima da parte do lixo que não pode ser aproveitada, tem também o reaproveitamento de todo resíduo possível, até da fração orgânica", explica o professor Elcires Pimenta Freire, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e coordenador do plano de resíduos sólidos da cidade. O modelo escolhido mescla tecnologias da Alemanha, Holanda e Espanha.
O secretário de Planejamento Urbano de São Bernardo, Alfredo Buso, diz que o edital deve ser lançado em breve. A expectativa do prefeito Luiz Marinho (PT) é que o início da operação seja em 2012. A cidade gasta R$ 14 milhões por ano para descartar 650 toneladas de lixo por dia num aterro sanitário no município de Mauá. Para Buso, os gastos não serão superiores aos de hoje.
Remediação. A área do bairro Alvarenga no limite com Diadema abrigou um lixão de 1971 a 2001. No dia 13 de abril, o Estado lembrou que o bairro tem condições similares às do Morro do Bumba, em Niterói, que deslizou por causa da chuva e do acúmulo do lixo. Em Niterói, 51 pessoas morreram. Em São Bernardo do Campo, centenas de famílias temem o mesmo destino.
A área de 700 mil metros quadrados nunca teve um sistema de condução dos efeitos colaterais do acúmulo de lixo sob a superfície: gases e chorume. O metano também fica preso no solo, aumentando a cada dia o risco de explosões. Já o líquido que resulta da decomposição dos resíduos vai direto para a Represa Billings, a 200 metros do local.
O projeto de construção da usina e do parque atende a medida judicial que condenou as prefeituras de São Bernardo e Diadema e os donos do terreno a remediar o problema ambiental. Parte das 200 famílias que moram no terreno será removida.
A prefeitura estima que sejam necessários R$ 20 milhões para fazer a canalização de drenagem dos gases e captação do chorume. Os trabalhos devem começar em setembro, com conclusão prevista para o fim de 2011.
O ambientalista Virgílio Alcides Farias, que defende a desativação do Lixão do Alvarenga, acredita que a criação da usina é uma boa notícia. "Está dentro do que se chama de ação sustentável. Mas é preciso manter um monitoramento contínuo e seguir as normas existentes de controle, principalmente na emissão de gases." A prefeitura afirma que o modelo de usina de São Bernardo segue as diretrizes estaduais para o tratamento térmico de resíduos sólidos.

LÁ TEM...
Áustria
A usina de Viena é uma das mais modernas da Europa. Tem capacidade para queimar 720 toneladas/dia.
Alemanha
Há duas unidades em Ingolstadt, que processam 600 toneladas/dia cada.
Inglaterra
Em Marchwood, a usina local incinera 560 toneladas/dia.
França
Uma das maiores da Europa fica em Paris, com capacidade para 1,6 mil toneladas/dia.
Estados Unidos
A maior do país está em Miami e chega a 4,2 mil toneladas/dia.

Energia
5 horas
é o período em que um computador poderia funcionar com a queima de um quilo de lixo
24 minutos
duraria um secador de cabelo ligado, segundo Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe)

Discussões Urbanas.nome 


quinta-feira, 26 de maio de 2011

SP debaterá 'soluções verdes' com prefeitos mundiais

26 de maio de 2011 | 8h 00
CIRCE BONATELLI - Agência Estado
A cidade de São Paulo receberá na próxima semana prefeitos e representantes de 47 cidades de todo o mundo para discutir projetos relacionados ao meio ambiente e às mudanças climáticas. A chamada C40, evento composto por plenárias e sessões de debate, permitirá às administrações das cidades discutir soluções para problemas ambientais e ver como outras prefeituras do mundo estão lidando com os mesmos assuntos.
Segundo dados da organização da C40, as cidades ocupam apenas 2% das terras do planeta, mas concentram a maioria da população mundial e respondem por mais de 70% das emissões de gases causadores do efeito estufa. "As cidades sofrem com os efeitos das mudanças climáticas, como a alteração no volume de chuvas, que podem causar enchentes e secas", explica Miguel Bucalem, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo. "Por isso é importante aprender a se adaptar a essas mudanças."
De 31 de maio a 3 de junho, estarão na capital paulista os prefeitos de Nova York, Michael Bloomberg, e Buenos Aires, Maurício Macri, além de prefeitos e representantes de várias outras cidades. O Brasil será representado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Curitiba, Luciano Ducci. Outras personalidades mundiais, como o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, e líderes ambientalistas também participarão da C40.
Vitrine
A Prefeitura de São Paulo usará o evento como uma vitrine internacional para seus projetos ligados à preservação do meio ambiente, como a inspeção veicular obrigatória, a construção de parques lineares e o programa de plantio de árvores. O destaque dessa vitrine são as usinas termelétricas instaladas nos aterros sanitários Bandeirantes e São João, desativados em 2005 e 2007, respectivamente, após chegar aos seus limites de estocagem de lixo. Hoje, o gás metano expelido nesses locais serve para a geração da energia que abastece 700 mil pessoas, o equivalente a 7% do consumo do município, segundo dados da prefeitura paulistana.
As prefeituras convidadas também vão mostrar na C40 como têm lidado com seus dilemas ambientais. Tóquio, por exemplo, está incentivando as empresas locais de energia a fornecerem 20% de energia renovável até 2020. Já Paris popularizou as estações de bicicleta, com aluguel a baixo custo e funcionamento 24 horas. A capital francesa também expandiu a rede de ciclovias para cerca de 400 quilômetros em uma década.
Durante a C40, está prevista a assinatura de um acordo entre o prefeito Gilberto Kassab e o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, para o intercâmbio de técnicos das duas cidades e a troca de experiências. Segundo o secretário municipal de Relações Internacionais, Alfredo Cotait, a capital paulista tem interesse no projeto de "edifícios verdes" de Nova York, que estipula padrões de construção para reduzir o consumo de água e energia em novos prédios, segundo lei municipal de 2005. "Acho que é um bom caso para tentar aprender", disse Cotait, lembrando que São Paulo já exige sistemas solares para aquecimento de água em todos os prédios novos construídos desde 2007.
O secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, acrescenta que outros programas poderão ser adotados a partir das discussões nas mesas-redondas já programadas para o evento. "Mas cada experiência (das outras prefeituras) tem de ser avaliada de acordo com a realidade local. Não se trata apenas de importar essas práticas. É preciso estudar."
Após as conferências da C40, a organização do evento vai preparar um documento relacionando as melhores práticas ambientais, que será encaminhado para os governos dos países e para a Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é que as cidades pincem algum dos programas apresentados até a próxima reunião das prefeituras, em 2013.
Quarta edição
A Cúpula C40, presidida atualmente por Bloomberg, ocorre a cada dois anos e está em sua quarta edição. A primeira ocorreu em Londres, em 2005, por iniciativa do então prefeito Ken Livingstone. Em seguida, foram realizadas as edições de Nova York (2007) e Seul (2009). Desde 2006, a C40 conta com apoio financeiro da organização de Bill Clinton para o meio ambiente (CCI, na sigla em inglês).
No mês passado, as duas instituições anunciaram uma aproximação ainda maior, com o objetivo de ampliar o número de cidades membros e também aumentar o orçamento conjunto, que gira em torno de US$ 15 milhões anuais, segundo o jornal The New York Times. A quantia é destinada ao financiamento de projetos de combate às mudanças climáticas.