Russell propôs, em sua autobiografia, um "código de conduta" liberal baseado em dez princípios, à maneira do decálogo cristão. "Não para substituir o antigo", diz Russell, "mas para complementá-lo". Os dez princípios são:
- Não tenhas certeza absoluta de nada.
- Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
- Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
- Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória que dependente da autoridade é irreal e ilusória.
- Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
- Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
- Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
- Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
- Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
- Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
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