quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Água de tratamento de esgoto é adubo


Na Austrália e em Israel água de reúso já é amplamente aplicada em lavouras. Sabesp pode fornecer insumo

Clique para AmpliarESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE LINS - Água rica em notrogênio e fósforo

Divulgação

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE LINS - Água rica em notrogênio e fósforo

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Tramita no Ministério do Meio Ambiente um projeto que pretende liberar, para irrigação de lavouras, o uso de água resultante do tratamento de esgoto. Esta água, repleta de material orgânico, é considerada um bom adubo. Ainda não há previsão de quando a tecnologia poderá ser empregada na agricultura, mas na Austrália e Israel, por exemplo, já é amplamente utilizada.

Desenvolvida pela Sabesp, em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), a técnica começou a ser estudada em 2001 e já foi aplicada experimentalmente num campo de 7 hectares em Lins (SP). "A água proveniente do esgoto tratado tem altos níveis de nitrogênio e fósforo", diz a coordenadora do projeto, professora Célia Regina Montes. Nitrogênio e fósforo, juntamente com o potássio, são os três principais componentes de fórmulas de adubos.

Conforme a Sabesp, cem estações de tratamento em todo o Estado estão aptas a fornecer a água de reúso resultante do tratamento de esgoto. Até 2012, a expectativa da companhia é a de que 400 estações desenvolvam a prática. Para o superintendente do órgão, Luiz Paulo de Almeida Neto, a técnica também colabora com o meio ambiente.

"Um dos pontos mais vantajosos do reúso da água proveniente do tratamento de esgoto é o aspecto ambiental. Quando o resíduo não é reutilizado, ele volta para os cursos d"água com altos níveis de substâncias que colaboram para a poluição", ressalta.

"Esta água é indicada para a produção de café torrado, cana-de-açúcar, álcool, açúcar, milho e feno", afirma Célia. Inicialmente, a técnica deverá atender às produções mais próximas às estações. É fundamental que o produtor tenha, porém, um sistema de irrigação instalado. A Sabesp defende que a prática de reúso da água seja regulamentada para que a aplicação obedeça a um limite máximo de litros por metro quadrado. O uso excessivo do esgoto tratado pode poluir o lençol freático ou, até mesmo, voltar para o leito do rio.

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