Carta aberta aos pais de adolescentes
Thais Maluf, PSICÓLOGA DO PROAD (PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO E ATENDIMENTO A DEPENDENTES) DA UNIFESP - O Estado de S.Paulo
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- Um estudo do Ibope Mídia divulgado na terça-feira mostrou que 29% dos jovens com idade entre 10 e 17 anos preferem conversar com amigos e familiares pelo computador do que pessoalmente. O resultado não surpreende, pois essa é uma geração que cresceu na era da informática. É evidente que a internet facilita a comunicação e traz inúmeras possibilidades em termos de pesquisa, trabalho e até de conhecer novas pessoas. Isso atrai os jovens. Ainda mais porque eles estão numa faixa etária de transformações - físicas e comportamentais. O encontro virtual suaviza algumas dificuldades que eles possam encontrar pelo caminho, como problemas de relacionamento, timidez ou medo de se mostrar. Enquanto o uso do computador não prejudicar o lado social da pessoa, isto é, ela continuar se relacionando no mundo real, não há com o que se preocupar. Não acredito que o diálogo entre as pessoas esteja com os dias contados com o advento da internet. Elas vão utilizar mais o serviço de e-mail? Sim. Participarão de diferentes redes sociais? Sim. Mas isso não significa que as relações humanas estejam em xeque. O perigo da dependência surge quando a vida da pessoa se dá no âmbito virtual. Por isso, a orientação dos pais é essencial para impor limites aos mais novos. Utilizar o computador deve ter, sim, hora para começar e acabar. Deixar um filho diante do computador, isolado em casa, não é a melhor forma de protegê-lo do mundo, por exemplo. Quando for conversar com seu filho prefira o telefone, ou melhor, o contato pessoal. Está na hora de estimularmos encontros "ao vivo e em cores". A realidade é muito mais dinâmica do que 140 toques.
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