segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Cotidiano Digital, Meio

 Com mais de 2 bilhões de usuários, o WhatsApp é um dos aplicativos de mensagens mais populares do mundo. Por aqui, é também o mais usado entre os brasileiros. Mas nos Estados Unidos, menos de 20% dos usuários de smartphones utilizam o app. Uma das razões é que o SMS ainda é uma das principais ferramentas para troca de mensagens entre os norte-americanos. Outro fator é que, como 50% dos consumidores de telefonia móvel do país têm iPhone, o aplicativo iMessage, sistema da Apple, é o aplicativo mais usado. Por isso, a Meta iniciou uma campanha massiva de marketing para conquistar os EUA pela privacidade. Além de propagandas televisivas, anúncios divulgando a criptografia do WhatsApp em breve começarão a aparecer em outdoors em todo o país e online. O objetivo é fazer com que mais pessoas mudem para o WhatsApp, destacando a segurança do aplicativo em relação a outros métodos de mensagens de texto. (The Verge)

‘Munique’ tenta revisão histórica de Chamberlain, OESP

 Luiz Zanin Oricchio

30 de janeiro de 2022 | 13h13

Munique no Limite da Guerra, de Christian Schwochow, disponível na Netflix, é um competente thriller histórico-político baseado em fatos reais. O enredo é tirado do livro do britânico Robert Harris, o mesmo de O Oficial e o Espião, origem do extraordinário filme de Roman Polanski sobre o caso Dreyfus. 

São romances sobre encruzilhadas históricas. Num caso, o affaire Dreyfus, falsa acusação de espionagem motivada pelo antissemismo, e que dividiu a França. No segundo, um episódio crucial na tensa prévia da 2ª Guerra Mundial, quando a Europa, e a Inglaterra em particular, precisavam decidir se freavam os avanços de Hitler ou deixavam-no prosseguir em sua sede expansionista, torcendo para que ficasse satisfeito com o butim conquistado e deixando o resto do continente em paz. 

Protagonista dessa história, o então Primeiro-Ministro britânico, Neville Chamberlain (Jeremy Irons), tenta a todo custo manter a paz. Em setembro de 1938, reúne-se na cidade de Munique, com Hitler e Mussolini, e mais o primeiro-ministro francês Edouard Daladier, para assinar um tratado entre as nações. O acordo entregava a Hitler a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, primeiro alvo da política expansionista nazista. 

Na mesma ocasião, Chamberlain ainda assinaria, em separado, um documento de não-agressão com Hitler. Papelucho bilateral, sem valor algum que, no entanto, o Primeiro-Ministro acenaria em triunfo para a multidão que o esperava na volta a Londres. Ato que passaria para o anedotário histórico, pois a paz não duraria sequer um ano. As ambições de Hitler eram irrefreáveis e talvez tivesse sido melhor detê-lo o quanto antes, como insistia um político tido como chato e belicoso, um certo Winston Churchill. 

Chamberlain é o centro da trama, mas a armação sustenta-se em personagens ficcionais,  dois jovens amigos, que depois se desentendem e situam-se em campos opostos. Hugh Legat (George MacKay) e Paul von Hartman (Jannis Niewohner) são estudantes em Oxford, e ligados a uma mesma garota, Leda (Liv Lisa Fries, da ótima série alemã Berlin Babylon). O rompimento da amizade se dá quando o rapaz alemão adere ao nazismo em 1932, um ano antes de Hitler chegar ao poder. Um se torna secretário do governo britânico e outro membro do ministério de assuntos estrangeiros alemão. 

A reconstituição de época é bem boa, e o mérito do filme é sustentar a tensão por mais de 2 horas, sem jamais afrouxar. Alguns detalhes poderiam contribuir para a qualidade  da obra – por exemplo, teria sido útil encontrar um ator mais parecido com Hitler para interpretá-lo. 

O grande trunfo é o sempre elegante Jeremy Irons, que vive Chamberlain sem qualquer traço caricatural. O velho político é retratado de forma nobre, como alguém com autêntica convicção pacifista. Posição coerente do líder de um país esgotado pela Grande Guerra (1914-1918), de consequências ainda presentes na memória de todos. 

O debate sobre até onde pode ir o pacifismo diante de uma ameaça extrema é bastante complicado. A posição de Chamberlain pode ser compreendida à luz de uma Europa cansada de guerra e que parecia disposta a evitar um novo conflito a todo custo. Hitler entendeu esse temor e o usou em seu proveito. Enquanto os outros países ficavam paralisados, ele avançava. 

Desse modo, o filme não precisaria tentar de maneira tão ostensiva limpar a barra de Chamberlain. No final, um letreiro “explica” que o Acordo de Munique, se não foi respeitado, pelo menos adiou a guerra por um ano, o que permitiu a Londres preparar-se melhor para o conflito. Interpretação problemática, porque a Alemanha também usou esse mesmo tempo para ultimar os preparativos para a conquista da Europa. E o fez de maneira exemplar, como demonstra o princípio da guerra. 

De antemão, é muito difícil, senão impossível, saber qual a melhor atitude a tomar em momentos como este. Todas as alternativas têm seus prós e contras. Mas quando os fatos passaram, e se tornaram páginas da História, é forçoso concluir que Chamberlain estava errado e Churchill tinha razão. 

Na ocasião, Churchill disse a Chamberlain sobre o Acordo de Munique: “Entre a desonra e a guerra, escolheu a desonra…e terá a guerra”. Não deu outra. 

Suspensão do Carnaval leva catador de lata a pedir apoio financeiro a cervejaria, FSP

 SÃO PAULO

Catadores de material reciclável vão procurar os fabricantes de bebidas nesta semana para tentar negociar um apoio financeiro durante o Carnaval.


suspensão das festas pela segunda vez na pandemia vem em um momento pior neste ano, segundo Roberto Rocha, presidente da Ancat (associação nacional de catadores), porque muitos trabalhadores de Minas Gerais e da Bahia acabam de sofrer prejuízos graves nas enchentes.

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O novo avanço da Covid impulsionada pela variante ômicron também os atingiu. "Uma cooperativa me ligou nesta semana contando que quase todos os cooperados pegaram Covid ao mesmo tempo. Tiveram que parar e ficaram sem renda, sem trabalho. A situação está bem crítica", afirma Rocha.


A ideia, segundo Rocha, é pedir um suporte nos moldes do que a Ambev ofereceu no ano passado, quando a cervejaria doou R$ 100 para quase 3.000 profissionais. A data é importante porque eles costumam triplicar o faturamento com a coleta de latinhas de cerveja no Carnaval.