- 22 de setembro de 2010 |
- 10h35 | do JT
Categoria: Crédito
Gisele Tamamar
Os bancos emprestaram R$ 701,1 bilhões para os brasileiros até julho. Um valor 19,2% maior do que registrado no mesmo período do ano passado – quando o saldo foi de R$ 587,9 bilhões – e equivale a uma média de R$ 3,3 bilhões em crédito por dia. Na avaliação dos especialistas, a alta é impulsionada, principalmente, pelos financiamentos imobiliários, pela compra de automóveis e também pelo crédito consignado.
De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional dos executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, o aumento do crédito reflete o bom momento da economia e deve continuar em expansão nos próximos meses. “Do ponto de vista do consumidor, esse cenário é bom porque aumenta o poder de compra e possibilita o financiamento da casa própria e a compra do carro, por exemplo”, destaca.
Oliveira também lembra que enquanto os prazos para pagamentos estão maiores, as taxas de juros estão em queda, resultado de uma maior concorrência no sistema financeiro, redução da inadimplência, normalização do mercado externo e o bom cenário econômico nacional. Em agosto, a taxa média para pessoa física atingiu o menor índice desde 1995: 6,75% ao mês, conforme a Anefac.
O professor da FGV-Eaesp, José Pereira da Silva, destaca que o aumento do crédito possibilita a melhora do padrão de vida das pessoas, mas é importante se preocupar com as taxas de inadimplência. “As estatísticas do Banco Central mostram que a inadimplência está em queda, mas não me sinto seguro para afirmar que essa tendência vai continuar”, afirma.
Segundo o professor, a população de baixa renda tem carências de consumo e é constantemente bombardeada com anúncios para estimular a compra.
Uma família com renda mensal de R$ 1,5 mil compromete 70% do valor com três necessidades básicas: transporte, alimentação e moradia. “O que sobra é muito pouco. Por isso, é importante ter um bom controle para não se endividar com facilidade”, orienta.
A analista financeira, Andreza da Silva, 29 anos, precisou recorrer ao crédito para tornar viável a compra de um apartamento de R$ 110 mil. O financiamento corresponde a 80% do preço do imóvel, que será quitado em 16 anos com uma taxa de 10% ao ano.
Enquanto ela era inquilina, gastava R$ 650 por mês com aluguel. Com a compra do imóvel, a despesa saltou para R$ 1.350. O que possibilitou a “troca” foi o aumento salarial de 20% conquistado em 2009. “O aumento de salário foi primordial para que eu pudesse assumir um valor maior que o aluguel que eu pagava”, diz.
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