domingo, 9 de janeiro de 2011

Usina para tratar lixo produzirá eletricidade


Construção da unidade será na Baixada Santista; estudos sobre o custo da obra devem ficar prontos ainda em 2011

07 de janeiro de 2011 | 0h 00
Renée Pereira - O Estado de S.Paulo
O governo de São Paulo iniciou os estudos para construir uma usina de tratamento de lixo que produzirá energia elétrica na Baixada Santista. O projeto vai beneficiar 13 municípios da região e tratar mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. "Esta é a área mais complicada do Estado, pois não há espaços disponíveis para serem licitados", afirma Ricardo Lima, consultor da Andrade & Canellas, responsável pela estruturação do projeto.
O lixo de muitos municípios da Baixada Santista percorre até 150 km para ser despejado em áreas localizadas no planalto. Os resíduos de São Sebastião são depositados em Jacareí; os de Mongaguá, em Mauá, na Grande São Paulo. Nesta rota, as prefeituras chegam a pagar até R$ 180 por tonelada de lixo.
O projeto do Estado vai tentar eliminar esse problema e ainda gerar eletricidade. A expectativa é produzir 40 megawatts (MW) com a incineração dos resíduos - suficiente para abastecer uma cidade de 250 mil pessoas. Segundo dados da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), os resíduos produzidos por uma família de cinco pessoas durante um ano são suficientes para gerar energia equivalente ao consumo de quase quatro meses.
Além da energia, a usina produziria vapor, que pode ser vendido para indústrias localizadas próximas da unidade. Outra fonte de receita são os créditos de carbono, já que a central de tratamento evitará a decomposição dos resíduos, processo que produz metano (gás de efeito estufa). O empreendimento contará com instalações para transformar o lixo em adubo orgânico e separar materiais recicláveis.
Lima diz que há 700 plantas desse tipo espalhadas pelo mundo. No Brasil, existem iniciativas para tentar resolver o problema do lixo e gerar energia, como a usina termelétrica do aterro sanitário São João, em São Mateus, zona leste da capital. Mas a tecnologia aplicada é diferente da proposta para a Baixada Santista. Nesses casos, usa-se o metano para produzir a energia.
Na nova central, a técnica seria de incineração. O calor resultante da queima é aproveitado para gerar vapor, que aciona turbogeradores e produz energia. Cálculos do governo federal mostram que o lixo das 300 maiores cidades brasileiras poderia gerar 15% da energia elétrica consumida no País, conforme o Plano Decenal 2008/2017. Na Baixada Santista, a ideia é criar uma Parceria Público-Privada (PPP). O valor dos investimentos depende da conclusão dos estudos, em junho de 2011.
Custo
R$ 180 é valor que as prefeituras sem usinas de tratamento chegam a pagar pelo transporte de cada tonelada de lixo
40 megawatts podem abastecer 250 mil pessoas. Toda essa energia pode ser obtida com a incineração dos resíduos 


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Internet ultrapassa TVs como principal fonte de notícias para pessoas entre 18 e 29 anos

QUINTA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2011//// do Poder On line
Sem categoria | 10:57

Internet ultrapassa TVs como principal fonte de notícias para pessoas entre 18 e 29 anos

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Pesquisa sobre fontes de leitura de notícias, divulgada na newsletter eletrônica O Ex-Blog do Cesar Maia de hoje:

PESQUISA ‘PEW RESEARCH’: INTERNET PRIMEIRA FONTE DE NOTÍCIAS – 18-29 ANOS!
A Internet é hoje a principal fonte de notícias nacionais e internacionais e nacionais para as pessoas com idades entre 18 a 29, mostra um estudo do Pew Research Center. Em 2010, 65% das pessoas com menos de 30 já usam a internet como sua primeira fonte para as notícias, quase dobrando dos 34% em 2007. O número dos que consideram a televisão como principal fonte caiu de 68% para 52% durante esse período. Dos 1.500 adultos norte-americanos pesquisados, 41% dizem receber as suas notícias nacionais e internacionais a partir da Internet, eram 17% em 2007. 66% citam televisão – caindo dos 74% – indicando que a tendência está se espalhando entre outros grupos etários.
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AUDIÊNCIA DA TV ABERTA NA DÉCADA!
(Keyla Jimenez-Folha SP, 06) Comparando a audiência nacional das TVs abertas na década, as mudanças foram grandes. O SBT perdeu quase 50% de seu público de 2000 até 2010. Caiu de 10,4 pontos de média no país para 5,9 pontos, média do ano passado. Já a Record cresceu 31% na década. Pulou de 5,5 pontos no PNT para 7,2 pontos, média de 2010. A Globo caiu na década 8,5%: registrou em 2000 média de 19,9 pontos e em 2010, 18,2.
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E AS REDES SOCIAIS CRESCEM DE FORMA EXPLOSIVA!
A contagem de Tweets aumentou de 5.000 por dia em 2007 para 90.000.000 diários em 2010, enquanto Facebook passou de 30 milhões de usuários em 2007 para mais de 500 milhões de usuários hoje. Além disso, a cultura da audiência de televisão tem mudado nos últimos anos. Entre os serviços de streaming de mídia na web e, mais recentemente, TV, dispositivos de conexão de Internet como Roku e Boxee, as pessoas têm mais opções do que nunca. Com a capacidade de personalizar notícias e entretenimento que você consome, estas mudanças na forma de assistir televisão tem se tornado mais desejável para muitos.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A igualdade afeta o espírito humano


Custo a pagar pelas diferenças sociais não é apenas econômico, mas também psicológico

04 de janeiro de 2011 | 0h 00
Nicholas D. Kristof, The New York Times - O Estado de S.Paulo
John Steinbeck observou que "uma alma triste pode matá-lo mais rápido, muito mais rápido, do que uma bactéria". Vale a pena levar em conta essa ideia, hoje confirmada por estudos epidemiológicos, em um período de tamanha desigualdade, polarizado a tal ponto que 1% dos americanos mais ricos possuem, ao todo, mais do que a riqueza total de 90% da população do país.
É cada vez mais evidente que o custo a pagar pela colossal desigualdade americana não é apenas econômico, mas é também a melancolia da alma. O resultado disso está nos altos índices de crimes, no grande uso de narcóticos, no número crescente de adolescentes grávidas e até nas altas taxas de doenças cardíacas.
Esse é o tema de um importante livro escrito por dois famosos epidemiologistas britânicos, Richard Wilkinson e Kate Picket. O argumento é que a flagrante desigualdade dilacera a psique humana, criando ansiedades, desconfiança e uma série de enfermidades físicas e mentais - e fornece uma infinidade de dados apoiando sua tese.
"Se você não conseguir evitar a grande desigualdade, precisará de mais prisões e mais policiais", afirmam. "Terá de lidar com um número maior de pessoas com doenças mentais, abuso de drogas e outros tipos de problemas." Eles analisam essas questões no livro The Spirit Level: Why Greater Equality Makes Societies Stronger ("O nível espiritual: porque uma maior igualdade torna as sociedades mais fortes", em tradução livre).
A base do argumento é que os seres humanos são animais sociais e, em sociedades excessivamente desiguais, aqueles que estão na camada inferior sofrem uma série de patologias. Por exemplo, um estudo feito com funcionários públicos britânicos concluiu que os mensageiros, porteiros e outros empregados de nível baixo eram mais propensos a morrer por causa de doenças cardíacas, suicídio e alguns tipos de câncer.
Desigualdade. Existem evidências similares no caso de outros primatas. Por exemplo, os macacos são também animais bastante sociais. Os cientistas os colocaram em jaulas e os ensinaram como puxar uma alavanca para, assim, poder obter cocaína. Os que estavam no degrau mais baixo da hierarquia dos macacos usaram mais cocaína do que aqueles em uma posição superior.
Pesquisadores constataram que, quando as pessoas ficam desempregadas ou sofrem um revés econômico, engordam. Um estudo entre homens americanos, realizado durante 12 anos, concluiu que, quando sua renda diminuía, eles engordavam em média 2,5 quilos.
Os professores Richard Wilkinson e Kate Picket fizeram muitos cálculos e mostraram que a mesma relação vale para uma série de problemas sociais. Entre os países ricos, os mais desiguais registram mais doenças mentais, uma maior mortalidade infantil, obesidade, uma evasão escolar maior, um número crescente de adolescentes grávidas, mais homicídios e assim por diante.
Por que a desigualdade é tão prejudicial? Segundo o livro dos dois epidemiologistas, ela corrói a confiança social e a vida comunitária, debilitando as sociedades como um todo. E os humanos, como seres sociais, ficam estressados quando se encontram no patamar mais baixo dessa hierarquia.
Esse estresse provoca mudanças biológicas, como a liberação do hormônio Cortisol e o acúmulo de gordura abdominal. O resultado são enfermidades físicas, como doenças cardíacas, e sociais, como crimes violentos, desconfiança entre as pessoas, comportamento autodestrutivo e pobreza persistente. Uma outra consequência é a criação de sistemas alternativos em que as pessoas respeitam umas as outras e podem encontrar autoestima, como no caso das gangues.
Certamente, os humanos não são todos iguais em capacidade. Haverá sempre alguns que são mais ricos e outros, mais pobres. No entanto, a desigualdade não deve ser tão gritante, opressiva e polarizada como nos EUA de hoje.
Alemanha e Japão são economias eficientes e modernas com muito menos desigualdade do que os EUA - e com muito menos problemas sociais. Da mesma maneira, o fosso entre ricos e pobres diminuiu durante o governo de Bill Clinton, de acordo com dados citados no livro The Spirit Level, apesar de não ter sido um período de vigor econômico.
"A desigualdade divide as pessoas e mesmo as pequenas diferenças parecem se tornar uma importante diferença", observam os professores. Para eles, não são apenas os pobres que se beneficiam da coesão social que surge com a igualdade, mas toda a sociedade.
Assim, no momento em que se debate a política nacional americana em 2011 - desde o imposto imobiliário até o seguro-desemprego e a educação infantil - é preciso empenho geral para reduzir os níveis chocantes de desigualdade nos EUA. Essas desigualdades são profundamente prejudiciais para os americanos e para a alma do país. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
É COLUNISTA E REPÓRTER ESPECIAL