segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lula prevê que Brasil exportará fertilizantes em 5 anos



CÉLIA FROUFE  Agencia Estado

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o Brasil deve passar de importador para exportador de fertilizantes em cinco anos. "Sempre disse que a Petrobras tinha que entrar na área de fertilizante. Se o Brasil importa hoje 80% de fertilizantes, em cinco anos vamos importar muito pouco ou já estar exportando um pouco", previu. Ele fez a afirmação durante cerimônia de comemoração dos 150 anos dos ministérios da Agricultura e dos Transportes.
Lula afirmou que isso será possível porque nesse período já haverá retorno das empresas brasileiras que estão produzindo em países vizinhos, como Argentina e Peru. "Essa era uma coisa que todo mundo sabia que era preciso. Não fui eu que inventei", disse.
Para o presidente, as coisas "estão acontecendo" no setor da agricultura e pecuária. Em grande parte, de acordo com ele, o resultado das vendas brasileiras ao exterior deve-se ao resultado comercial de suas viagens internacionais. "Sou o único presidente do mundo que não tem vergonha de vender biodiesel, cana, avião da Embraer, aquilo que o Brasil tem", citou.
Lula disse ainda que o Brasil é um país de destaque hoje no cenário internacional. "É só olhar o mapa do mundo que percebemos que o Brasil não tem nenhuma preocupação em competir com quer que seja", disse. "Estamos encontrando ponto de equilíbrio neste país. Vamos seguir em frente, pois não tem mais como a gente retornar", acrescentou.

Vai Pegar?

domingo, 1 de agosto de 2010 20:40


Cleide Silva, de O Estado de S. Paulo 
 Criada em 2001 por um advogado, a Obvio!, agora nas mãos de um fundo europeu, renasce como o primeiro projeto de carro elétrico no País 
SÃO PAULO - Inviável após perder seu fornecedor exclusivo de motores, que encerrou as atividades há três anos, a Obvio!, criada em 2001 no Rio de Janeiro para produzir minicarros, quase engrossou a lista de 112 montadoras de veículos que já fecharam as portas no Brasil, algumas antes mesmo de partir para a produção em série.
A empresa renasceu há duas semanas ao ser adquirida pelo grupo europeu de investimentos Cappadocia, que quer fazer da Obvio! sua base de produção de peças e de veículos elétricos para o Brasil e a América do Sul.
Ricardo Machado, fundador da Obvio! (foto: Paulo Vitor/AE)
O Cappadocia Investments, com sede na Inglaterra, foi fundado há sete anos e atua em mercados emergentes, com ênfase em projetos de fundo ambiental. O grupo tem R$ 300 milhões para a primeira etapa de um projeto que inclui, além da Obvio! - pela qual desembolsou R$ 14 milhões -, a compra total ou parcial de ações de outras empresas de transporte elétrico ou híbrido, como a gaúcha Tutto Trasporti.
A decisão do grupo inglês de criar a Cappadocia Funds Brazil é fruto da obstinação do advogado Ricardo Machado, hoje com 50 anos. Ele é o idealizador da Obvio!, que tem dois modelos de carros compactos desenvolvidos no Brasil, o 828 e o 012, que serão reeditados em versões elétrica e híbrida, tendo o etanol como gerador de energia.
O projeto surge num momento em que montadoras do mundo todo buscam uma tecnologia viável para iniciar as vendas em grande escala de veículos movidos a eletricidade, com emissão zero de poluentes. Uma das parceiras da Obvio! é a Tesla, empresa americana que desenvolve veículos elétricos e que teve grande sucesso ao lançar ações no mercado.
Parte interna do protótipo do carro elétrico (foto: Paulo Vitor/AE)
Périplo. Antes de vender a Obvio!, Machado enfrentou um périplo para tornar o negócio viável, além de acumular prejuízos de cerca de R$ 10 milhões. A empresa foi fundada depois que o empresário adquiriu, em 2001, um carrinho feito pelo premiado designer Anísio Campos, criador do DKW Puma. O modelo era o 828 Dacon, desenhado por Campos nos anos 80 por encomenda do grupo Dacon, dono de concessionárias Volkswagen e Porsche. Foram produzidas apenas 47 unidades, de forma artesanal, antes de o negócio fracassar.
"Quando saio com o carro, todo mundo olha e quer saber de onde veio, pois muitos acham que é japonês", conta Machado. Capitalizado por ter fechado um grande negócio na área imobiliária, procurou Campos para reproduzir o minicarro. Paralelamente, saiu em busca de fornecedores e de investidores no País.
Machado falou com 40 investidores. Nenhum confiou no projeto. "Percebi que havia no País uma síndrome de Gurgel, uma ideia fixa de que brasileiro não sabe fazer automóveis", diz. "Entendi que, para fazer um projeto de automóvel no Brasil tem de ter entusiasmo, otimismo, perseverança, persistência, paciência e obstinação implacáveis".
Com um protótipo montado no ABC paulista, Machado participou nos EUA de sete salões de automóveis voltados às tecnologias limpas. Em um deles, conheceu executivos da ZAP (Zero Air Pollution), que adquiriu 20% das ações da Obvio!, um investimento de US$ 2 milhões (o equivalente a R$ 3,6 milhões). A ZAP encomendou 50 mil unidades, algumas delas com sistema elétrico, que nunca foram entregues.
A fornecedora exclusiva dos motores, a Tritec, joint venture da Chrysler e da BMW no Paraná, fechou as portas em 2007, deixando Machado na mão. Ainda corre na Justiça uma ação de indenização contra a empresa por quebra de contrato. A Tritec forneceria motores 1.6 para o 828 e o 012, similar ao que vendia para o Mini Cooper, da BMW.
Com dívidas para sanar junto à ZAP e a fornecedores, Machado vendeu a Obvio! no ano passado para a Vrooom, formada por executivos do setor elétrico. No dia 21, a empresa mudou de dono novamente ao ser incorporada pelo Cappadocia, que contratou Machado para presidir a subsidiária do fundo no País.

Poder de consumo da classe D já supera o da B

AE  Agencia Estado

SÃO PAULO - Pela primeira vez neste ano, a massa de renda das famílias da classe D vai ultrapassar a da classe B, apontam cálculos do instituto de pesquisas Data Popular. Em 2010, as famílias com ganho mensal entre R$ 511 e R$ 1.530 têm para gastar com produtos e serviços R$ 381,2 bilhões ou 28% da massa total de rendimentos de R$ 1,380 trilhão. Enquanto isso, a classe B vai ter R$ 329,5 bilhões (24%). A classe B tem renda entre R$ 5.101 e R$ 10.200. O maior potencial de compras, no entanto, continua no bolso da classe C: R$ 427,6 bilhões.
"Mas é a primeira vez que a classe D passa a ser o segundo maior estrato social em termos de consumo", afirma o sócio diretor do Data Popular e responsável pelos cálculos, Renato Meirelles. Ele considerou nos cálculos a expectativa de 7% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
De oito categorias de produtos avaliados pelo instituto de pesquisas, em quatro delas o potencial de consumo da classe D supera o da B para este ano. São elas: alimentação dentro do lar (R$ 68,2 bilhões), vestuário e acessórios (R$ 12,7 bilhões), móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar (R$ 16,3 bilhões) e remédios (R$ 9,9 bilhões).
Em artigos de higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar, os potenciais de consumo das classes D e B são idênticos (R$ 11 bilhões). Os gastos da classe B são maiores que os da D em itens diferenciados: a alimentação fora do lar, lazer, cultura e viagens e despesas com veículo próprio. A dança das cadeiras das classes sociais no ranking do potencial de consumo reflete, segundo Meirelles, as condições favoráveis da macroeconomia para as camadas de menor renda. Isto é, o aumento do salário mínimo, os benefícios sociais, como o Bolsa Família, e a geração de empregos formais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

comentário; Esse povo quer comer carne. Vide o item alimentação dentro do lar