Com as campanhas nas ruas e a propaganda partidária em cena, as pesquisas revelam novos movimentos nas disputas eleitorais. A mais recente sondagem do Datafolha registrou situações dignas de nota nos maiores colégios eleitorais do país, na região Sudeste.
Em Minas, onde não há candidaturas competitivas de esquerda, o governador Romeu Zema (Novo) tem 52% das intenções de voto, ante 22% de seu rival mais próximo, Alexandre Kalil (PSD).
Zema conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declara simpatias a Kalil.
As intenções de voto no estado, que sugerem possível vitória no primeiro turno, contrastam com os números da corrida presencial —entre os mineiros, Lula lidera por 47% a 30% a disputa com o atual presidente da República.
No Rio, Cláudio Castro (PL), que também é o incumbente, aparece à frente de Marcelo Freixo (PSB), o preferido de Lula. A distância entre os dois —31% a 26%— é numericamente expressiva, mas pode ser considerada como empate técnico, uma vez que a margem de erro é de três pontos percentuais para cima ou para baixo.
Castro, que concentra o voto bolsonarista, era vice na chapa de Wilson Witzel e assumiu o governo em agosto de 2020, após o impeachment do titular. No Rio, Lula tem 42% das intenções, contra 32% de Bolsonaro —Freixo, portanto, está aquém do seu aliado petista.
Em São Paulo, o quadro é mais complexo. O governador Rodrigo Garcia (PSDB), que substitui João Doria desde abril passado, mostrou algum crescimento na última pesquisa (passou de 11% a 15%), mas, diferentemente de Zema e Castro, não lidera na pesquisa.
É sintomático que até aqui o principal embate em São Paulo se dê entre o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), com 35%, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 21%. Tarcísio conta com firme apoio de Bolsonaro, de quem foi ministro. No Datafolha, demonstrou crescimento em relação à pesquisa anterior, quando estava em 16%.
Lula tem a preferência dos paulistas, mas a vantagem sobre Bolsonaro, agora de 40% a 35%, vem se estreitando. Nada, obviamente, permite vaticínios definitivos, mas no Sudeste as disputas estaduais parecem descoladas da nacional.