quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

JERSON KELMAN Farinha pouca, meu pirão primeiro, FSP

 Jerson Kelman

Engenheiro, professor e doutor em hidrologia, dirigiu duas agências reguladoras federais (ANA e Aneel) e três concessionárias de serviço público (Light, Enersul e Sabesp)

Qualquer chefe de família, presidente de empresa ou parlamentar sabe como é difícil decidir onde investir ou gastar quando a quantidade de dinheiro é insuficiente para atender às demandas. Se não houver método, predomina o "farinha pouca, meu pirão primeiro".

Os dirigentes competentes selecionam as atividades ou investimentos que melhor sirvam ao propósito da organização ou do país. Aplicam dinheiro apenas no que for possível ser bem feito. Os dirigentes ruins repartem os recursos disponíveis proporcional e igualitariamente, sem atinar para a relevância de cada proposta. Pulverizam o dinheiro em investimentos que raramente são concluídos ou, se o forem, funcionam por pouco tempo. Os dirigentes péssimos atendem os pleitos dos que lhes são próximos, sem considerar os méritos relativos das propostas. Se os recursos disponíveis forem insuficientes, recorrem a orçamentos secretos, financiados por dívidas imprudentes.

O engenheiro e especialista em hidrologia Jerson Kelman - Eduardo Anizelli - 30.mar.17/Folhapress

Como ex-dirigente de autarquias e companhias, públicas e privadas, passei algumas vezes pela agonia de sofrer múltiplas pressões por ocasião da feitura do orçamento. Acho que me saí melhor como presidente da Sabesp, em plena crise hídrica paulista, quando enfrentei a dificuldade de comparar a urgência e a gravidade dos pleitos apresentados pelos superintendentes regionais, cada um defendendo a população de sua área de jurisdição. Situação análoga à dos deputados federais e senadores no Congresso Nacional.

Propus que antes de discutirmos pleitos específicos —tipicamente novas obras— deveríamos convergir sobre os critérios de prioridade. Por exemplo, um sistema de saneamento para coleta e tratamento de esgoto é sem dúvida meritório porque beneficia a saúde da população e despolui os rios. Porém, se a companhia tivesse que optar entre um sistema de saneamento e um de suprimento de água potável, qual deveria ser a escolha? E se o se o sistema de saneamento servisse para despoluir um manancial a partir do qual se produz água potável?

Seria muito bom se o Congresso Nacional adotasse procedimento semelhante: o que é prioritário, melhorar a educação ou a remuneração dos servidores públicos? Se for a educação, ensino fundamental, técnico ou universitário? Mas, é claro, o atual Legislativo não faz nada disso. Por mais um ano, não há o que fazer: Inês é morta. Porém, desde já é preciso mobilizar para que neste 2022 consigamos eleger um Congresso de melhor qualidade.

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Para isso, é preciso reverter o sentimento dominante após a Operação Lava Jato de que todos os políticos são igualmente ruins. Não são. Cada um de nós tem o dever de separar o joio do trigo. Joio constituído por parlamentares desonestos e/ou fisiológicos e/ou despreparados. Nessa última categoria, os congressistas que trocam o voto em decisões estratégicas por um "prato de lentilhas". Tipicamente, algum pequeno benefício para o município onde receba votos. Já o trigo constituído por parlamentares que comprovadamente atuam na defesa do conjunto da sociedade e não de grupos específicos.

É possível também optar por estreantes na política. Mas é preciso cuidado com os "salvadores da pátria". De bem-intencionados e despreparados, o inferno está cheio. Uma boa dica é escolher alguém formado pelo RenovaBR ou por alguma outra escola séria de formação para o exercício de função pública.

'Bebê do Nirvana' apresenta nova ação judicial por pornografia infantil, FSP

 

Bebê de 'Nevermind' processa Nirvana
Bebê de 'Nevermind' processa Nirvana - Instagram/#spencerelden
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SÃO PAULO
AFP

Spancer Elden, o homem que aparece nu ainda bebê na icônica capa do disco "Nevermind" " do Nirvana, apresentou um novo processo por pornografia infantil em Los Angeles, retomando o caso depois de que um juiz rejeitou a primeira ação por falhas processuais.

No final de agosto de 2021, Elden, que hoje tem 30 anos, apresentou uma denúncia argumentando que nem ele nem seus pais haviam autorizado o uso de sua imagem, "e menos ainda para a exploração comercial de sua pessoa com imagens de pornografia infantil".

Uma disposição federal permite que as vítimas de pornografia infantil reclamem indenização de qualquer pessoa que produza, distribua ou possua suas imagens.

O juiz de Los Angeles desconsiderou o caso, sem avaliar o mérito, em 3 de janeiro, pois Elden não respondeu a tempo os argumentos apresentados pelos advogados do Nirvana. Contudo, o juiz permitiu que ele apresentasse uma nova denúncia no prazo de dez dias, o que ele fez na quarta (12).

A capa do disco "Nevermind" (1991) mostra Spancer Elden aos quatro meses de idade, nadando nu em uma piscina, aparentemente tentando alcançar uma nota de dólar presa em um anzol.

Com temas clássicos como "Smells Like Teen Spirit", o álbum vendeu mais de 30 milhões de cópias e se transformou em uma referência do rock alternativo.

Elden, que diz nunca ter recebido nenhuma compensação econômica pela foto, pede agora 150 mil dólares de indenização. A ação é movida contra 17 pessoas, entre elas os ex-membros da banda e a viúva de Kurt Cobain, Courtney Love.

Em sua resposta à denúncia original, os advogados de defesa argumentaram que, entre outras coisas, "Elden passou três décadas se aproveitando de sua fama como o autoproclamado 'bebê do Nirvana'".

"Ele refez a foto em troca de dinheiro em diversas ocasiões; tem o título do álbum tatuado no peito [...], assinou cópias da capa do disco para vendê-las no [site de leilões] eBay e utilizou o vínculo [com o Nirvana] para tentar sair com mulheres", ressaltaram.