segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Energia solar fotovoltaica atinge marca histórica de 100 MW de microgeração e minigeração distribuída no Brasil

Energia solar fotovoltaica atinge marca histórica de 100 MW de microgeração e minigeração distribuída no Brasil
 
 
Segundo a ABSOLAR, País possui atualmente 12.520 sistemas fotovoltaicos conectados à rede, que representam mais de R$ 850 milhões em investimentos acumulados

São Paulo, 4 de agosto de 2017 – O Brasil acaba de atingir a marca histórica de 100 MW de potência acumulada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica instalados em residências, comércios, indústrias, edifícios públicos e na zona rural. Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com 99% das instalações do País.
De acordo com a entidade, o Brasil possui atualmente 12.520 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e engajamento ambiental a 13.897 unidades consumidoras, somando mais de R$ 850 milhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do Brasil.
Figura 1 - Participação de Diferentes Classes de Consumidores na Potência Instalada e Número de Sistemas Solares Fotovoltaicos

 
Atualmente, consumidores residenciais lideram o uso da energia solar fotovoltaica, somando 42% da potência instalada no País, seguidos por empresas dos setores de comércio e serviços (38%), indústrias (11%), poder público (5%) e sistemas localizados na zona rural (3%).
Quando avaliamos o número de sistemas instalados, a liderança dos consumidores residenciais fica ainda mais visível, com 80% dos sistemas instalados em residências, seguido por empresas dos setores de comércio e serviços (15%), indústrias (2%), consumidores rurais (2%) e outros tipos, como consumidores do poder público (1%), serviços públicos (0,2%) e iluminação pública (0,1%).
O presidente executivo da ABSOLAR, Dr. Rodrigo Sauaia, ressalta que o crescimento da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica é impulsionado por três fatores principais: a redução de mais de 75% no preço da energia solar fotovoltaica nos últimos 10 anos, o aumento de mais de 50% nas tarifas de energia elétrica nos últimos dois anos e um aumento no protagonismo e na consciência e responsabilidade socioambiental dos consumidores, cada vez mais interessados em economizar dinheiro ajudando simultaneamente a preservação do meio ambiente.
“Celebramos com otimismo este passo histórico para a fonte solar fotovoltaica no Brasil, com a certeza de que teremos um forte crescimento do setor nos próximos anos e décadas. O Brasil possui mais de 81 milhões de unidades consumidoras e um interesse cada vez maior da população, das empresas e também de gestores públicos em aproveitar seus telhados, fachadas e estacionamentos para gerar energia renovável localmente, economizando dinheiro e contribuindo na prática para a construção de um país mais sustentável e com mais empregos renováveis locais e de qualidade”, comemora Sauaia.

*Este conteúdo foi divulgado em primeira mão no Clube de Imprensa.

Sobre a ABSOLAR
Fundada em 2013, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) congrega empresas e profissionais de toda a cadeia produtiva do setor solar fotovoltaico com atuação no Brasil, tanto nas áreas de geração distribuída quanto de geração centralizada. A ABSOLAR coordena, representa e defende o desenvolvimento do setor e do mercado de energia solar fotovoltaica no Brasil, promovendo e divulgando a utilização desta energia limpa, renovável e sustentável no País e representando o setor fotovoltaico brasileiro internacionalmente.
Para mais informações, contatar:
Thiago Nassa (MTb. 30.914)
Retoque Comunicação
(11) 3088 0990 ou (11) 99544 4954

sábado, 5 de agosto de 2017

Usinas propõem inundar 1.085 km2 da Amazônia, OESP




Três projetos de hidrelétricas querem inundar mais do que o dobro da área de Belo Monte para produzir menos de um décimo da energia






André Borges, de Brasília, O Estado de São Paulo
05 Agosto 2017 | 21h00
Um trio de novas hidrelétricas que poderão ser erguidas na Amazônia prevê a inundação de uma área equivalente à da cidade do Rio de Janeiro, em uma das áreas ambientais mais sensíveis de toda a região, entre a fronteira dos Estados do Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
Na última semana, conforme apurou o Estado, a empresa paranaense de engenharia Intertechne Consultores, que assina projetos de grandes hidrelétricas erguidas na Amazônia – como Belo Monte, Santo Antônio e Teles Pires –, registrou pedido de autorização na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para estudar a viabilidade de três usinas. As hidrelétricas seriam erguidas em meio a uma série de unidades de conservação ambiental e terras indígenas, nos rios Aripuanã e Roosevelt.
O que chama a atenção nos três projetos são as imensas áreas de vegetação que teriam de ficar debaixo d’água por conta da construção das barragens, tudo para gerar um volume relativamente baixo de energia.

ctv-yon-roosevelt
AGARE VILHENA / RO 14/12/07 NACIONAL ESPECIAL DOMINICAL GARIMPO DE DIAMANTES / RONDONIA. Reserva indigena Roosevelt, dos indios Cinta Larga, na REGIAO Amazonica, em Rondonia. Rio Roosevelt. FOTO EVELSON DE FREITAS / AE
A usina de Sumaúma, segundo os estudos, teria capacidade de gerar 458 megawatts (MW) de energia. Para isso, no entanto, inundaria 420 quilômetros quadrados de mata. A hidrelétrica de Quebra Remo entregaria mais 267 MW, desde que 233 km² de floresta fiquem submersos. A terceira usina, a de Inferninho, prevista para o lendário Rio Roosevelt, onde vivem os índios cinta-larga, poderia produzir 310 MW de energia, mas deixaria 432 km² de vegetação cobertos por um lago artificial.
Passada a régua, as três usinas adicionariam 1.035 MW de energia ao País, com o custo de inundar 1.085 km² da Amazônia, quase a dimensão de toda a capital fluminense, com seus 1.250 km². Para se ter uma ideia do que isso representa, a hidrelétrica de Belo Monte, com capacidade de 11.233 MW previstos para serem retirados do Rio Xingu, possui um reservatório de 478 km². Como previsto no projeto de Sumaúma, a hidrelétrica de Santo Antônio inundou 420 km², na região de Porto Velho (RO), no Rio Madeira, mas para gerar 3.568 MW de energia, ou seja, oito vezes o que se promete conseguir com a nova usina.
Crítica. Criticadas por organizações socioambientais, os projetos hidrelétricos já foram analisados pela empresa espanhola Endesa e a estatal Eletronorte, da Eletrobrás. Chegaram inclusive a serem incluídos como planos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas foram deixados de lado por conta da complexidade em que estão metidos. Já se sabe que há diversas unidades de conservação ambiental que seriam diretamente atingidas pelos lagos. Além de diversas terras indígenas demarcadas no entorno da região.



O presidente da Intertechne, Antonio Fernando Krempel, admite as dificuldades de avançar com os empreendimentos como estão, mas diz que “é possível fazer uma abordagem diferente, reduzindo impactos”. 
Krempel não detalhou quais seriam os novos impactos, mas garantiu que já é possível dizer que os projetos têm condições de saírem do papel. “Nossa intenção é realizar novos estudos e aprofundar. O que pretendemos fazer é uma abordagem diferente em relação ao que havia nos estudos de inventário”, disse. “Fizemos algumas simulações, ainda teremos que fazer alguns levantamentos topográficos, mas sabemos que há alternativas viáveis.”
A empresa está disposta a gastar cerca de R$ 20 milhões em cada estudo técnico. O prazo para que os levantamentos fiquem prontos é de um ano e meio, em média. Apesar de ter atuado até hoje como uma empresa de engenharia contratada por terceiros para realizar projetos de usina, a intenção da companhia paranaense é entrar nas novas usinas como investidora, em sociedade com companhias do setor elétrico.
Mais conteúdo sobre:

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O risco de 2018, por André Gustavo Stumpf

Pra quem acha que entendeu tudo o que aconteceu na votação da Câmara travando a abertura do processo contra o Presidente Temer:
Deixa de ser bobo e leia o artigo do Mestre André Gustavo Stumpf

"O risco de 2018
Trabalhei na Constituinte de 1988 como assessor do falecido e saudoso senador Severo Gomes. Ele foi o relator do capítulo da Ordem Econômica. Posso dizer que alguns textos daquele trecho da Constituição foram por mim redigidos. Em meio a pesadas e longuíssimas reuniões, assisti diálogos incríveis e negociações surpreendentes. E gente da categoria de Marco Maciel, Thales Ramalho, Ulysses Guimarães e outros comandantes da política naquele tempo. Depois de muita troca de ideias alguém sugeria que eu começasse a redigir. Era com máquina de escrever.
Isso é detalhe. Importante era a negociação. Havia na época o centrão, cujo expoente era o também já falecido deputado Ricardo Fiuza. Os adversários se respeitavam. Os acordos, todos de boca, não havia nada escrito, apenas testemunhado, eram rigorosamente cumpridos.  Houve momentos em que um lado dizia que iria votar contra determinado artigo do texto, mas se houvesse segundo turno votaria a favor. Era a maneira de não ficar mal com seu eleitorado. O combinado é justo. Assim foi votado o texto constitucional.
Foi o que aconteceu na última quarta-feira na Câmara dos Deputados. Os partidos de oposição, PT e seus satélites, receberam as vantagens pretendidas. Deram o quórum necessário para que a sessão prosperasse. Mas votaram contra o governo, gritaram fora Temer, na frente das câmaras de televisão. Entregaram a vitória ao Palácio do Planalto. Assim os deputados decidiram por 263 votos contra 229 que o pedido de investigação do presidente da República protocolado pelo Procurador Geral da República fosse para o arquivo. Cada um recebeu o que pediu. Para o público, muita gritaria e pouco resultado. Agora, resta lamber as feridas.
Os políticos estão cada vez mais falando para eles próprios. Cessou o encanto com a população. A percepção de que não há ideologias, existem somente interesses financeiros, comerciais e a preocupação em obter vantagens aqui e ali. O presidente Temer distribuiu dinheiro por intermédio de emendas parlamentares. É importante dizer que é normal, usual e lícito, até compulsório, pagar as emendas parlamentares. Ninguém deve entender a sessão da Câmara como uma disputa entre o bem e o mal. Ali não há ingênuos.
Temer se comporta como quem não tem inimigos, nem adversários. Ele conversa o tempo todo. Na verdade, está dando uma aula prática de política brasileira avançada para alunos pouco aplicados, incluídos nesta lista, boa parte da imprensa brasileira. Dona Dilma deve estar de boca aberta. Era tão fácil permanecer no governo. Bastava dialogar, ouvir, distribuir uma ajuda aqui, outra acolá. Ela, contudo, fechou a cara, vestiu o uniforme da arrogância e saiu corrida do Palácio da Alvorada. Anda por aí fazendo palestras, algumas, surpreendentemente, sobre corrupção na administração pública.
Os deputados tentaram fugir do horário do Jornal Nacional. Mas a TV Globo foi atrás deles. Abriu o sinal e colocou suas excelências no ar, ao vivo, para todo o Brasil, durante a votação. Foi o constrangimento final, depois do bombardeio diário que teve início no dia 17 de maio. Não apareceram novas provas contra Michel Temer. As dúvidas permaneceram. A delação do pessoal da Friboi (aliás, a marca desapareceu dos supermercados) rendeu a eles benefícios extraordinários e lucros exorbitantes. Eles estão vendendo seus ativos para se transferir em definitivo para os Estados Unidos, onde construíram um império com dinheiro do BNDES. É o tipo de empresário que agrada o presidente Trump. Leva capital e empregos para lá.
O povo não foi para as ruas, nem bateu panela. O pessoal desconfiou desta vez de seus representantes. Eleição indireta para Presidente da República, nesta Câmara dos Deputados, seria de uma insensatez sem tamanho. Poderia acontecer qualquer coisa. Bons investidores poderiam comprar votos por preços baixos. Melhor deixar como está. A inflação se reduziu, as taxas de juros estão desabando, os números do comércio exterior são positivos e a economia apresenta sinais de melhora. A impopularidade não muda nada. Poucos brasileiros votariam em Temer, mas muitos preferem que ele fique e conclua seu mandato.
Azar de quem apostou contra. A partir de agora é necessário olhar para o futuro. Se nada mudar, os brasileiros estão se aproximando de um cenário desafiador no segundo turno em 2018. Ter que escolher entre Lula, ou Ciro Gomes, e Jair Bolsonaro. Melhor arrumar a casa agora para evitar o pior no próximo ano."