quinta-feira, 29 de julho de 2010

Responsabilidade pesa 1,7 kg

Fernando Reinach - O Estado de S.Paulo
"Um político de peso, capaz de opiniões abrasivas, quando questionado sobre seus atos, esquiva-se com argumentos escorregadios. Incapaz de sentir a pressão da culpa sobre a alma, dorme um sono leve."
Você deve estar imaginando a que político estou me referindo, mas talvez não tenha percebido que o parágrafo acima contém cinco exemplos do uso de termos relacionados ao sentido do tato (peso, abrasivo, escorregadio, pressão e leve) para qualificar objetos que jamais percebemos por meio desse sentido (político, opiniões, Paulo, culpa e sono).
A associação de termos relacionados aos sentidos para qualificar objetos não relacionados ao sentido em questão ocorre em todas as línguas. Estudos quantitativos demonstraram que o tato é o sentido em que esse fenômeno de transferência é mais frequente, apesar de muitas vezes o sentido da visão ("uma mente brilhante") e o do olfato ("aquele acordo fede") também fornecerem qualificadores para objetos não relacionados.
Muitos linguistas e psicólogos acreditam que esse fenômeno se deve ao fato de o tato ser o primeiro sentido utilizado pela criança para perceber o mundo exterior. Mesmo antes de abrir os olhos, o recém-nascido sente o bico do peito na boca, prova o gosto do leite e se conforta com o cheiro e o abraço da mãe. Esses cientistas acreditam que mais tarde, durante o desenvolvimento da linguagem, a mente humana transfere para objetos abstratos muitas das qualificações derivadas dos sentidos. E ao longo da história da humanidade, em todas as culturas, essas associações se perpetuam em expressões verbais.
Agora, um grupo de cientistas deu um passo além e investigou se essa associação entre percepções táteis e objetos não relacionados influencia o comportamento e a capacidade de julgamento de pessoas adultas. O que eles testaram é se a presença de um estímulo tátil afeta nossa capacidade de decisão.
No primeiro estudo, pediram para 50 voluntários avaliarem o currículo de um candidato a um emprego hipotético. Todos os voluntários receberam o mesmo currículo, com o mesmo texto, impresso em folhas de papel idênticas, e tiveram o mesmo tempo para fazer sua avaliação. A diferença é que metade recebeu o currículo em uma prancheta leve, que pesava aproximadamente 300 gramas, e a outra metade, em uma prancheta pesada, de mais de 2 quilos. Uma diferença de 1 quilo e 700 gramas. Os voluntários deveriam avaliar, em uma escala de 0 a 10, se o candidato era adequado à vaga, se possuía os requisitos necessários e assim por diante.
Peso da linguagem. O resultado é impressionante. Os avaliadores que receberam a prancheta pesada deram notas maiores para as qualidades do candidato que, na língua inglesa, possuem expressões verbais associadas ao peso (capacidade intelectual e responsabilidade). Por outro lado, na parte da avaliação que perguntava sobre a capacidade de socialização do candidato, que na língua inglesa não possui expressões relacionadas ao peso, a avaliação pelo grupo de pessoas com as pranchetas pesadas ou leves foi idêntica.
Além disso, os cientistas pediram para que os voluntários avaliassem como se sentiam em relação à responsabilidade de avaliar um candidato a partir de apenas um currículo. Os que haviam recebido o currículo em pranchetas pesadas avaliaram sua própria responsabilidade como muito maior quando comparada à percepção dos que receberam as pranchetas leves. Ou seja, "sentiram o peso da responsabilidade".
Outros cinco experimentos, que testaram se a manipulação de objetos rugosos ou lisos e duros ou moles afeta o julgamento de pessoas adultas, confirmou que nossa capacidade de julgamento e decisão é realmente afetada pelo estímulo tátil ao qual estamos submetidos. Esse experimento demonstra claramente que nossa capacidade de tomar decisões racionais é aparente e limitada.
Nosso cérebro, o aparato que processa informações e decide, está longe de ser isento de influências que datam de nossa infância. Tudo indica que nossa história tem um peso muito real sobre nossa capacidade de julgamento. Freud deve estar sorrindo no túmulo.
BIÓLOGO
MAIS INFORMAÇÕES: INCIDENTAL HAPTIC SENSATIONS INFLUENCE SOCIAL JUDGMENTS AND DECISIONS. SCIENCE, VOL. 328, PÁG. 1.712, 2010 


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Falta cabeça à conservação

Marcos Sá Corrêa - O Estado de S.Paulo  
23 de julho de 2010 | 0h 00
Parem a motosserras. Vem aí o mapa-múndi das florestas, lembrando que as árvores mais altas da Terra estão espetadas na Costa Oeste dos EUA e no Sudeste Asiático. As da Amazônia mal batem no peito dessas gigantes.
Não é bem esse o planeta que o governo brasileiro desenha quando descreve para a opinião pública o estado da Terra. Nos outros países nem existem mais árvores, não é mesmo? Pena que o mapa seja o tipo da informação que passa de fininho pelo noticiário, enterra-se nos anais acadêmicos e lá desaparece. Aí, ligam-se as motosserras.
O que mais poderia fazer com essa informação quem vive num tempo em que a ciência empurra sem parar a natureza para além do senso comum? Onde havia monstros, prodígios e portentos demarcando os limites do mundo conhecido na cartografia medieval, agora há biomas, efeitos antrópicos e aquecimento global disputando espaço com velhas lendas.
E não será só com notícia ligeira que se pisa em terra incógnita. Falta munição em português para desbravá-la, porque os livros nos quais os naturalistas aprenderam a traduzir para leigos os segredos da realidade saem, geralmente, em inglês. E em inglês permanecem. Só em inglês dá para ler de enfiada e com prazer a história da complicação em que se meteu o biólogo Bernd Heinrich, comprando no Estado do Maine, em 1977, para cultivar uma floresta, terras que fazendas antigas e madeireiras recentes haviam deixado no osso.
Restaurá-la só com salário de professor era, de cara, um projeto falido. Heinrich decidiu reflorestar a propriedade com o dinheiro e a técnica da exploração comercial de madeira. Tiradas num intervalo de três décadas, fotos aéreas do terreno comprovam que ele acertou a mão. Porque essa mão teve cabeça para fazer em cada metro quadrado de suas colinas um considerável investimento de curiosidade e pesquisa. O trabalho lhe rendeu, fora o prazer de morar numa clareira onde hoje alces e ursos vêm comer maçãs, dúzias de livros cotados pela crítica como obras-primas da divulgação científica. E alguns sucessos de livraria.
Como autor, Heinrich pode ser tudo, menos sedentário. Costuma zanzar por suas matas a qualquer hora do dia e da noite, como se estivesse em casa. Controla a cada estação a chegada e a partida dos pássaros, anfíbios e insetos. Sobe em pinheiros com lápis e papel na mão, para rascunhar, lá do último galho, vistas panorâmicas que acompanham a evolução da paisagem. Aponta, pessoalmente, as árvores condenadas às serrarias, para que outras retomem o território que originalmente lhes cabia.
Sua floresta se tornou um modelo vivo de ciência aplicada à conservação. Ele costuma usá-la em aulas de campo. E suas aulas soam convincentes, porque anos atrás um ex-aluno desenganado lhe pediu para deixar seu corpo apodrecer ao relento na mata (o que Heinrich recusou), acreditando que assim chegaria diretamente à única vida após a morte que se pode conferir molécula por molécula.
Não há assunto obscuro e abstrato que Heinrich não torne claro e concreto em duas ou três páginas. A conversa fiada sobre sequestro de carbono, por exemplo. Ela paira no ar há tanto tempo que parece incapaz de pegar na terra. Heinrich a materializa num galho que cresce diante de sua janela, absorvendo por segundo em cada célula 4,6 milhões de moléculas de dióxido de carbono, possivelmente expelidos por "um tronco em decomposição na Amazônia, um carro nas avenidas de Los Angeles, uma usina a carvão no Utah, um pássaro na Indonésia e um babuíno na Tanzânia".
Portanto, "cada célula de madeira em cada árvore" de sua propriedade é um permanente "dá-e-toma com o resto do mundo". Dito assim, parece simples, não? Pois é o mesmo cálculo que o tal mapa-múndi da massa florestal pretende converter à escala planetária. Para que ninguém mais possa dizer que não tem nada a ver com isso. 


Deus é brasileiro (e nasceu em Pernambuco)

2/07/2010 - 01h58

Por Sérgio Malbergier, Folha de S. Paulo


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Deus criou o mundo em seis dias, segundo a Bíblia. Lula criou o Brasil em oito anos, segundo ele mesmo.
O que acontecerá ao país agora que seu autoungido criador deixa a cena não parece incomodar muito o ainda mais sensível dos termômetros: o mercado financeiro.
Ninguém parece estar dando muita bola ao que os candidatos à Presidência vêm dizendo ou disseram sobre a economia. Nem mesmo a possibilidade cada vez mais real de o Partido dos Trabalhadores se tornar uma força muito maior no Congresso parece incomodar.
E por que incomodaria? Quem vai tirar o país do seu rumo agora que o encontramos, ufa!, depois de termos tentado todas as outras (im)possibilidades?
O Brasil está em lua de mel com o capitalismo, e se lambuza mesmo quem xinga o mercado.
Por isso esse casamento veio para durar. Não será o próximo nem o outro governo que mudará o tripé de câmbio flutuante, limites fiscais e inflação baixa/BC independente.
As dezenas de milhões de emergentes brasileiros, que só agora ascendem à cidadania do consumo, não vão querer ouvir de socialismo, economia dirigida, mudança do jogo.
O jogo tem que continuar até porque falta muito a jogar, principalmente melhorar o ambiente de negócios, com menos impostos, menos burocracia, menos protecionismo: para que o espírito animal do trabalhador brasileiro realize todo o seu potencial.
Desfrutamos de um bônus demográfico sem precedentes, com taxas de natalidade declinantes, mais adultos em idade produtiva e menos pessoas por lar. Esse conjunto eleva a renda doméstica e a capacidade produtiva do país.
Num mundo que passará dos atuais 6,5 bilhões de habitantes para 9,2 bilhões em 40 anos, nossa enorme e singular capacidade de produzir energia , minérios e alimentos nos torna um gigante pela própria natureza. Nosso mercado interno que desabrocha é outro vetor de prosperidade.
Seria preciso muita cegueira para tirar o Brasil do seu rumo.
A aprovação terrena do Criador, quer dizer, do Lula é mais do que a aprovação à sua figura, apesar da insistência do cada vez mais desinibido culto à sua personalidade.
A aprovação recorde é antes de tudo a aprovação da estabilidade econômica do modelo capitalista, em torno do qual Lula fechou o consenso nacional.
Este é o maior seguro do país contra os aventureiros. Por isso os mercados acordam tranqüilos.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Falta de instrução do eleitorado interfere no aperfeiçoamento da classe política



LEONARDO BARRETO
ESPECIAL PARA A FOLHA 

O Brasil possui 27 milhões de eleitores analfabetos ou que sabem ler e escrever, mas nunca frequentaram uma escola. O dado assusta e lança dúvidas a respeito da qualidade do voto que escolhe parlamentares e governantes. Afinal, como esse eleitor toma sua decisão? Quais são suas características e preferências?
Para responder essas questões, é importante analisar a falta de instrução dentro de um quadro mais amplo. Normalmente, ela está associada a outros problemas como pobreza e falta de oportunidades. A literatura especializada costuma tratar esse tipo de eleitor como sendo mais vulnerável a propostas clientelistas de compra e venda de votos. Faz sentido.
Não é o caso de dizer que essas pessoas são "eticamente inferiores". O problema tem outra natureza. Normalmente, as perspectivas de melhoria de vida delas estão ligadas a algum tipo de ajuda governamental. Políticos se oferecem como intermediários dessas pessoas junto ao poder. Caso ela precise de uma ambulância no meio da noite, por exemplo, saberá para quem ligar. Claro, o elemento de troca do eleitor seria o voto.
Se isolarmos a variável educacional, o analfabetismo incidiria diretamente sobre a (in)capacidade do eleitor de acessar meios de informação ou de construir vários pontos de vista sobre uma questão. Esse eleitorado tende a replicar hábitos que lhes foram passados por costume, como voto por indicação.
A tendência desse grupo é replicar aquilo que o pai ou o avô faziam, sem muita capacidade crítica. Por esse motivo, é muito comum escutar, mesmo nos grandes centros, pessoas dizendo que irão votar "naquele candidato que der uma ajudinha para a família", assim como se fazia no tempo dos coronéis.
Outra consequência é a falta de condições de enxergar diferença entre as alternativas políticas disponíveis. Esse é um problema fatal para a democracia, pois ela é um sistema interminável que funciona na base de "tentativa e erro": punindo os políticos ruins e premiando os bons. Se a capacidade de distinguir quem é quem é comprometida, a democracia perde atratividade.
O dado sobre a falta de instrução do eleitorado mostra que o aperfeiçoamento da classe política passa pela qualificação dos eleitores. Ainda há muito por fazer.

LEONARDO BARRETO é cientista político e pesquisador da UnB

Vendas de imóveis na cidade de SP caem 40% em maio ante abril



  REUTERS
SÃO PAULO - As vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo recuaram em maio 40 por cento em comparação a abril e 51,4 por cento ante o mesmo mês de 2009, somando 1.949 unidades, informou nesta quinta-feira o sindicato que representa o setor imobiliário na capital paulista, Secovi-SP.
A velocidade de vendas, medida pela relação de vendas sobre oferta, ficou em 16,7 por cento em maio, ante 25,3 por cento em abril.
Para o Secovi-SP, os próximos meses indicarão se a queda percebida em maio refletiu um fato pontual ou se houve uma modificação na tendência de crescimento. A entidade mantém a perspectiva de comercialização de 37 mil a 38 mil imóveis novos na capital paulista em 2010.
No acumulado do ano, entretanto, foram vendidos 13.646 imóveis na cidade de São Paulo, alta de 26,4 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. O Valor Geral de Vendas (VGV) acumulado em 2010 é de 5,17 bilhões de reais, frente aos 3,25 bilhões de reais apurados de janeiro a maio do ano passado.
O segmento de três dormitórios lidera em participação acumulada no ano, com 4.894 habitações, ou 35,9 por cento, enquanto unidades de dois quartos tiveram 34 por cento do total, com 4.635 moradias.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Fúria, produto do livre mercado

Carlos Alberto Sandenberg - O Estado de S.Paulo
Eduardo Nicolau/AE
12 de julho de 2010 | 0h 00
O sucesso da seleção espanhola, a Fúria (*), demonstra como é correta a tese favorável aos mercados abertos. Na verdade, o que acontece no futebol espanhol é a realização completa dessa ideia, tão cara a muitos economistas.
Há muito tempo os clubes espanhóis contratam jogadores estrangeiros. Como em qualquer outro setor, importa-se o que de melhor têm os países exportadores. E estes só conseguem colocar lá fora os seus produtos mais competitivos, isso definido por uma combinação de qualidade e preço.
No caso do futebol, isso fica muito claro. Só faz sentido - no início do processo, ao menos - contratar jogadores melhores do que os disponíveis internamente, pagando salários mais elevados. Ainda hoje os estrangeiros Cristiano Ronaldo e Kaká são os mais caros na Espanha. Também faz sentido importar jogadores de qualidade apenas um pouco superior à média local, mas cuja contratação seja mais econômica.
Em qualquer caso, a consequência é a elevação do nível do futebol importador. Os jogadores locais, para conseguirem vaga nos times, precisam evoluir até o ponto em que estão os estrangeiros, com os quais passam a competir.
Muita gente diz que a importação livre acaba com a produção local, seja de geladeiras ou de jogadores. O caso da Espanha prova o contrário. Nunca o time espanhol teve tantos craques, nunca jogou tão bonito. Tal foi a mudança que os jogadores espanhóis - antes colocados em segundo nível no mundo - passaram também a ser exportados para outros centros de excelência.
Isso fecha o processo, o mercado tornando-se ao mesmo tempo importador e exportador. Nos clubes, a combinação do local e do importado, num nível superior.
Consideremos o Barcelona, campeão espanhol, vice da Europa. Entre os seus 20 principais jogadores, nove são estrangeiros. E nada menos do que sete espanhóis foram titulares da Fúria na Copa do Mundo da África do Sul.
Perguntará o leitor: e a Itália e a Inglaterra, também fortemente importadoras, mas que deixaram a Copa logo no começo?
Foi circunstancial. Não se deve esquecer que a Itália foi a campeã de 2006, com uma seleção de craques (quando já era importadora), e chegou à África do Sul com um time envelhecido e cansado. Problema de gestão.
A Inglaterra, onde está a maior legião estrangeira, formou agora, com um técnico importado, a melhor seleção dos últimos tempos. Nunca teve tantos craques no mesmo time. Acontece, apenas, que eles não estiveram bem na Copa, estavam ou cansados ou machucados. Lembrando: a seleção foi muito bem na fase de classificação, que é sempre muito difícil na Europa.
Vira e mexe, sai essa discussão na Europa. Na própria Espanha, o fracasso na Copa passada foi atribuído por muitos analistas locais à "invasão estrangeira". Aliás, os cartolas italianos acabam de limitar o número de estrangeiros em seus times.
É a mesma coisa que pedem produtores locais de qualquer país e qualquer setor quando submetidos à competição com os importados. Claro que é preciso cuidado com dumping, preço vil, concorrência desleal. Mas isso é simples de administrar.
É muito diferente de instalar um sistema protecionista, que bloqueia de algum modo a entrada dos importados. Isso sempre levou à estagnação econômica e a prejuízos para o consumidor, que só tem acesso a produtos piores e mais caros.
Se a Espanha tivesse proibido a importação de jogadores, teria times piores, que ofereceriam espetáculos piores e, portanto, com faturamento muito menor. A importação elevou o nível do futebol local e, na verdade, com a constituição dos grandes clubes, cada vez mais atuantes nos campeonatos europeus, abriu espaço para a formação dos craques locais.
Exportador. Nesse mercado, o Brasil está no papel de exportador, grande exportador, como a Argentina e, de resto, toda a América do Sul.
Isso tem enfraquecido o futebol local, sem craques e, pois, com menos faturamento.
Vai daí que muita gente acha que proibir a exportação, em especial dos jovens, é uma saída.
Um baita equívoco.
Primeiro, porque seria uma violação da liberdade de ir e vir e de trabalhar. Então, um clube europeu oferece uma nota ao jovem pobre e ele é obrigado a jogar no Brasil por salários muito menores?
Não é justo, não é legal.
Nem eficiente.
Os jogadores vão embora porque os clubes não têm dinheiro para lhes pagar em níveis internacionais. E por que não têm dinheiro? Porque dirigentes amadores e incompetentes, para dizer o mínimo, não conseguem tornar mais rentável um negócio que empolga milhões de pessoas que poderiam perfeitamente pagar mais caro por espetáculos mais bem organizados.
O atraso mede-se pela preparação da Copa de 2014. No país campeão do mundo cinco vezes não há um único estádio de padrão Fifa. E esse padrão não é nenhum excesso dos cartolas. O que se exige são estádios que ofereçam conforto ao público consumidor e boas condições de trabalho para os jornalistas, especialmente para a televisão, de onde vem a maior parte do faturamento desse negócio.
É tão ruim a gestão do futebol no Brasil que cria até uma esperança. Alguma profissionalização já produziria resultados.

(*) Escrevo na sexta-feira, mas, independentemente do resultado da final da Copa do Mundo, o time da Espanha mostrou classe e eficiência.
JORNALISTA. E-MAILS: SARDENBERG@CBN.COM.BR E CARLOS.SARDENBERG@TVGLOBO.COM.BR 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

33 bairros de SP ainda despejam esgoto no Tietê

Eduardo Reina - O Estado de S.Paulo

Morumbi, Ipiranga e Vila Mariana são alguns que ainda não têm a rede das casas conectada aos coletores e estações de tratamento

07 de julho de 2010 | 0h 00
Trinta e três bairros de São Paulo, entre eles Morumbi, Vila Mariana, Santo Amaro e Ipiranga, ainda despejam parte de seu esgoto no Rio Tietê. Eles não têm a rede das casas ligada aos coletores-tronco que levam os dejetos para estações de tratamento. Também fazem parte da lista Jabaquara, Aricanduva e Casa Verde. Na Região Metropolitana de São Paulo, 16 cidades apresentam o mesmo problema.
São ao menos 3,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo sem esgoto tratado. O número se refere apenas aos 34 municípios da região atendidos pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). Em outras cinco cidades, o serviço fica a cargo de empresas municipais.
As estações de tratamento já existem. O governo estadual promete construir, nos próximos cinco anos, 768 quilômetros de sistema coletor de esgoto, a tubulação que recebe os dejetos das casas e leva para o tratamento.
Desse total, 105 quilômetros estão em obra na capital e nove cidades da Grande São Paulo. A instalação de outros 662 quilômetros está em licitação, que deve ser concluída em dezembro. Eles atenderão os bairros da capital ainda sem rede coletora e outros 16 municípios da Grande SP. Até hoje, 190 quilômetros já foram executados em parte de 62 bairros da capital e cinco municípios da área metropolitana.
Fase 3. O plano integra a fase 3 do Projeto Tietê, iniciado há 18 anos e que já consumiu mais de R$ 3 bilhões. Os 958 quilômetros de redes coletoras vão se integrar às já existentes, com 18 mil quilômetros de extensão. Parece ser um número grande, mas é insuficiente diante da gravidade do problema de poluição das águas dos rios e mananciais da Grande São Paulo.
Hoje, apenas 85% do esgoto da Região Metropolitana é coletado. Isso equivale a jogar nos rios e represas cerca de 2.550 litros por segundo de dejetos in natura. E dos 14.450 l/s coletados, apenas 10.115 l/s são tratados. O restante é despejado nos rios por falta de coletores-tronco. Em um dia, 596,5 milhões de litros de esgoto são despejados nos córregos e rios da Grande São Paulo, indo parar no Rio Tietê. É o mesmo que esvaziar 238,6 piscinas olímpicas de sujeira pura no principal rio do Estado.
Há quem discorde dos números da Sabesp sobre o esgoto gerado pelos mais de 20 milhões de habitantes da Grande São Paulo. O engenheiro Júlio César Cerqueira Neto, ex-presidente do Comitê da Bacia do Alto Tietê, diz que são produzidos 65 mil l/s de esgotos sanitários. "Então, mais de 50 mil l/s de esgoto contribuem para poluir os rios."
A poluição das águas por esgoto é um problema de saúde pública. Os esgotos domésticos têm bactérias que causam cólera, hepatite infecciosa, disenteria, micoses, conjuntivites, otites e febre tifoide, segundo especialistas em saúde.
Contrato. Até o final do mês, a Sabesp deve assinar contrato de novo financiamento no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor de US$ 600 milhões para a terceira etapa do Projeto Tietê. Outros US$ 200 milhões dos cofres estaduais também serão investidos. As tubulações levarão parte do esgoto para as cinco estações de tratamento: ABC, Barueri, Parque Novo Mundo, São Miguel e Suzano. Juntas, elas têm capacidade de tratar quase 16 mil l/s.
Segundo o governo estadual, no fim da terceira etapa, em 2015, 87% da população da Grande São Paulo terá coleta de esgoto e 84% desse montante será tratado. Os 958 quilômetros de coletores-tronco deverão custar R$ 2,04 bilhões.
Lá tem
Paris, França
O projeto de limpeza do Rio Sena, em Paris, durou mais de 70 anos. Ele recebia parte do esgoto doméstico, como em São Paulo. Mas o rio francês apresenta vazão de 50 mil litros por segundo - aqui, chega-se a 34 mil l/s.
Seul, Coreia do Sul
O Cheonggyecheon dividia a cidade de Seul ao meio e foi canalizado em 1978. A prefeitura construiu um "Minhocão" sobre o rio. Nesta década, as pistas foram demolidas, a região revitalizada, as águas despoluídas e o local hoje é utilizado para lazer.
Projeto tiete
1ª fase (1992 a 1998)
Com verba de US$ 1,1 bilhão, incluiu a construção de três Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs): ABC, São Miguel e Parque Novo Mundo. Além de 1,8 mil km de coletoras-tronco, interceptores e redes coletoras. Ampliou a coleta para 1 milhão de moradores - índices passaram de 63% a 80%. Já os de tratamento subiram de 20% a 62%.
2ª fase (1998 a 2009)
Com verba de US$ 400 milhões, atendeu mais de 1 milhão de pessoas, com 1,6 mil km de tubulações e foco no Rio Pinheiros. Os índices de coleta passaram de 80% para 84% e os de tratamento, de 62% para 70%.
3ª fase (2010 a 2015)
Com verba de US$ 800 milhões, compreende a construção de 958 km de coletores-tronco e interceptores. Ampliará a capacidade de tratamento em 7,4 mil litros por segundo. No final, estima-se que atenderá 87% da população.
4ª fase (2015 a 2018)
Com verba indefinida, pretende universalizar a coleta e o tratamento de esgoto na Grande SP. Além de atender 3 milhões de pessoas que habitam regiões invadidas e áreas irregulares. 


domingo, 4 de julho de 2010

Para equilibrar o mix energético mundial

publicado em Ethanol Brasil


O mercado




Estudos recentes indicam que a produção e consumo globais de energia rondam os 116,8 bilhões de Giga Joules, dos quais 115,7 bilhões referentes a fontes fósseis e, dentre estas, a gasolina, com 48,1 bilhões, o gasóleo com 53,8 bilhões, o gás de petróleo liquefeito (GPL) ou gás de cozinha com 11,9 bilhões, o querosene, que comporta o petróleo de iluminação e o combustível de aviação, com 3,9 bilhões e os combustíveis renováveis, incluindo os biocombustíveis, tais como bioetanol e o biodiesel, com apenas 1,1 bilhão de Giga Joules.

Estes dados ilustram que os biocombustíveis representam somente 0,9% do total da energia produzida e consumida anualmente no mundo, sendo 0,8% provenientes do bioetanol e 0,1% proveniente do biodiesel.

No mundo microscópio dos biocombustíveis brasileiro, o Brasil sedimentou liderança global e atraiu novos aliados tradicionais, num esforço macro para para replicar o modelo mundo à fora, tendo como premissa básico, o equilíbrio do mix energético global.

O market share dos biocombustíveis reflete o histórico e recente perfil de investimentos das empresas protagonistas em energia. Tomemos como exemplo a Petrobras e BP. No caso da primeira, seu Plano de Negócios para o quinquênio 2009/13 investe US$ 174,4 bilhões no Brasil e no exterior distribuídos em:

  • US$104,6 bilhões para segmento de Exploração e Produção

  • US$ 43,4 bilhões ao Abastecimento

  • US$ 11,8 bilhões ao de Gás e Energia

  • US$ 5,6 bilhões ao Petroquímico

  • US$ 3,2 bilhões ao Corporativo

  • US$ 4,3 bilhões ao de Distribuição

  • US$ 2,8 ao de Biocombustíveis.

Os investimentos em biocombustíveis de 2,7% do total, montante semelhantes aos 2,8% da BP reflete uma inércia desproporcional aos investimentos maciços em propaganda pró-bioenergia que criou um market mind não refletido nos investimentos diretos na produção de bioenergia.
  

Em um cenário de equilíbrio do mix energético global nos próximos 20 ou 40 anos, há muitas oportunidades para novas usinas sustentáveis ou retrofits de plantas existentes, mas a demanda pode ser afetada diretamente pelas Usinas Sustentáveis Flex operando continuamente com diversidade insumos que "descole" a produção de biocombustiveis da monocultura, resíduo da The First Plantation Colony.

Aliado a este up-grade tecnológico, temos em andamento o embrião de uma revolução no cerne do Departamento de Estado dos EUA, ao perceber que os poucos mais de 1.200 postos oferecendo etanol nos EUA, num total de 180.000, oferecem mais riscos à diplomacia, estabilidade econômica e rentabilidade dos negócios globais nos próximos anos, que o Irã ou "o eixo do mau", resquício da gestão anterior ao Obama.

A estratégia: Triangulação = Investimento : Produção : Distribuição
Para equilibrar o mix energético global, a Triangulação para expandir o fornecimento de biocombustíveis - via América Central e Africa - é fundamental para suprir a demanda ampliada por legislação e marcos regulatórios em vigor no mundo ou em vias de aprovação no Congresso Americano, que busca aprovar ampliação da frota de veículos flex para 50% - 80% entre 2012/15, notadamente depois do revés dos carros híbridos da Toyota, que na segunda geração, apenas por incorporar a tecnologia fuel flex tratá mais credibilidade ao produto usando tecnologia segura, comprovada e aprovada.

Freio analógico ainda é mais confiável.


A demanda

Estudo de viabilidade (BID/FGV) indicaram viabilidade de investir em usinas de etanol e de biodiesel em El Salvador, na República Dominicana, no Haiti e em San Kitts y Nevis, além de países africanos.

O mesmo estudo indica que a República Dominicana é o país de maior viabilidade, por já existir desde março de 2008, um marco regulatório de mistura de biocombustíveis à gasolina e o estudo recomenda implantação de duas usinas de etanol, uma com capacidade de produção de 170 milhões de litros por ano e a outra, de 255 milhões de litros anuais. Juntos, os dois projetos demandam investimentos de US$ 385 milhões.

O estudo também indica ser viável implantar uma usina de biodiesel a partir de girassol e pinhão-manso na República Dominicana. Ainda, um projeto de etanol e outro de biodiesel em El Salvador e um de etanol em San Kitts Y Nevis. Para o Haiti, a recomendação é de uma usina de etanol e duas de biodiesel, mesmo depois do recente transtorno geológico.
Já em Moçambique, a Procana esperava produzir 120 milhões de litros de etanol por ano numa área de 30 mil hectares, em Massingir, província de Gaza, para consumo interno e exportação, sobretudo para a África Austral e em março do ano passado, este projeto, gerou protestos de agricultores do distrito de Chókwé, alegando que poderia provocar uma catástrofe ambiental nos recursos hídricos da região, devido ao consumo excessivo de água que o cultivo da cana-de-açúcar em escala industrial acarreta oque pode ser verdade ou não, dependendo da tecnologia empregada.


Estudos de viabilidade - up-grade
Um estudo de viabilidade custa entre US$ 350 e US$ 400,000.00 e a recente rescisão do governo de Moçambique com a Procana, mostra o quanto tais estudos - primeira etapa do processo - devem ser elaborados considerando a entrada e saída dos investidores, hoje com possibilidades reais de retornos de dois dígitos, no fim, e não no meio do processo como ocorreu em Moçambique, reflexo dos desafios em países sem a tecnologia humana em desenvolvimento, produção, gestão e liderança, presente por enquanto, apenas no Brasil.

Se investidores estrangeiros querem entrar e sair com sucesso no mercado global de bioenergia, num primeiro momento, devem entrar apenas com o capital. Quanto ao resto, o Brasil diz:  "xá comigo"!

Os lucros agradecem.

Estudos de viabilidade devem ser conduzido por pessoas que navegam com sucesso na intersecção entre negócios, finanças, governo, tecnologia e sociedade civil, tendo por premissa básica, a exigência de contra-partida eco-sócio-ambiental por todas as partes envolvidas nos projetos "chave em mãos", sejam eles brown or greenfield.

Investimento

Plantas Brownfield - Nas palavras do especialista Marcelo Acuña Coelhoda E-Machine, para "aparecer de verdade" uma usina para vender é um parto. Usineiro é um empresário difícil e desconfiado. Ou seja, as oportunidades que surgem para E-Machine são fruto de muita prospecção e dinheiro investido.

Há uma mentalidade entre os proprietários/familiares de usinas de ficarem em cima do muro: "Vendo, mas não deixo claro essa disposição de vender". O mesmo é valido para para usinas pertencentes à grupos de capital aberto, que, a lá Google, desenvolveram estratégias para a entrada de capital sem a possibilidade de "controle". Além disso, o mercado é constituído de inúmeros "corretores", que não dão qualquer garantia ou documento. A E-Machine trabalha apenas mediante exclusividade e com contrato; o que limita muito o número de "produtos" passíveis de intermediação para venda.

Diante dessa realidade e a busca por minimizar os riscos, o mercado criou os "modernos usineiros". Fundos de investimentos dedicados criação e gestão de novo modelo produtivo em bioenergia, oferecendo "produtos de prateleira" "customizados", no jargão do setor, para atender os mais diversos investidores e contando com planejamento de responsabilidade corporativa atraleda à retorno/desempenho previamente estabelecidos.

Estes fundos contam com a flexibilidade no "controle", além de contarem com fontes de financiamento de segunda geração - mercado de capitais - sem o risco tradicional dos ativos ficarem reféns de empréstimos bancários que normalmente resultam transferência dos ativos para os bancos, principalmente no Brasil de juros.....Bem, deixa o juros prá lá....

"Um terço, um terço, um terço"

Quer dizer, um terço da energia da cana está no caldo, um terço no bagaço e um terço na palha e todo processo de transformação pode ter ganhos incrementais de 1% a 9%, muito importante, se considerarmos margens de de 4% a 5% lucro sobre o faturamento e, neste caso, a fermentação é onde se obteve os maiores ganhos com as novas tecnologias, e merece destaque por se tratar de uma tecnologias de ruptura que direciona as usinas para um novo patamar em operação, redução de custos e lucratividade.

Quando falamos de margens de lucro de 4% a 5% em plantas Brownfield, e não faz muito tempo o binômio faturamento/endividamento neste setor praticamente patinava no zero-a-zero, ganhos incrementais são importantes, mas, ganhos derivados de tecnologias de ruptura aplicado em plantas em operação, fazem toda a diferença no caixa. Estes levantamentos precisos das oportunidades de investimentos devem levar em consideração, de forma clara para o investidor, a precificação da planta considerando a ausências destas tecnologias e projetos de up-grade/retrofit, de maneira que podem ser atendidos todos os perfis de investidores - do empreendedor "mão na massa" ao "mão no bolso" que nunca vai ter "pé vremêi".
 



Custos ocultos
Histórico trabalho da Abramam - Associação Brasileira de  Manutenção -planilhou os investimentos em manutenção em relação ao faturamento bruto em todos os setores da economia:

  • Mínimo - 2% - Setor Aerospacial

  • Máximo - 12% - Setor de Transportes
Já a manutenção em usinas de etanol e açúcar ocorre paralelamente á operação é intensificada no período de parada de quatro meses, onde são investidos de 4% a 5% do faturamento.

Caso os custos de manutenção durante o período de operação da planta ocorra sem um plano de manutenção de classe internacional foca em parada zero, gerida por ferramentas de software especializadas, gastos em manutenção podem facilmente superar à média do mercado neste setor onde é natural a urgência em manutenção corretiva quando uma plantas parada implica em perdas diárias de milhões.

Plantas greenfield - Tecnologia do tempo

Indiscutivelmente e historicamente, a cadeia de produção sucro-energética operou com ônus sócio ambiental. Não é mais assim.

A Dedini Indústria de Base, inovou em todas etapas do processo produtivo com destaque ao resfriamento de dornas de fermentação e vinhaça com o uso de resfriamento de chiller por absorção, tecnologia viável em projetos green or brownfield, precursora de outra tecnologia de ruptura.

Diferentemente dos sistemas de refrigeração eletromecânicos, os sistemas de resfriamento por absorção empregam uma fonte de calor como propulsor/gerador do frio ao promover contantes mudanças de estado (condensação/evaporação) de substancias químicas dentro do chiller.
O frio gerado é usado para manter a temperatura da fermentação entre 28 e 32ºC, do contrário, os micro organismo responsáveis pela fermentação morreriam.

Chillers de absorção produzem frio com o uso de de um mix de energia - gases de exaustão, gás natural, diesel, vapor, água quente, gases de escape ou energia solar - dando liberdade de escolha da fonte energética com melhor custo benefício econômico/ambiental. Na produção de etanol, foi usado a calor da vinhaça, que de outra maneira, requer substancial gasto energético para resfria-la de 65/90ºC, à valores suficientes para ser manipulada e transportada com segurança.

Chillers por absorção são equipamentos de grande capacidade, baixo consumo e dimensões reduzidas, além de possuírem uma quantidade mínima de partes móveis aumentando significativamente sua vida útil, que, aliado à sistemas de controle e automação com acesso via internet e supervisão de operação gratuita por 20 anos, asseguram regime 24x7x365, atestado pelas principais cerificações do mercado.

Etanol de terceira geração - 24x7x365 é diferente de 24x7x180

Demorou, mas os EUA reconhecem a superioridade do programa de biocombustíveis brasileiro e viabilidade de etanol de cana de açúcar frente ao milho naquele país ou a beterraba na Europa, mas, no país da flexibilidade, a barreira da inovação está em usinas flex que operam com mix de bio-insumos.

Carros são flex fuel.
Chiller à absorção são fuel flex.
Usinas de bio-energia são flex fuel.
Não faz muito tempo a safra tinha 180 dias e fornecedores achavam natural que rolamentos e trocadores de calor tivessem vida útil equivalente. Com a extensão do período de colheitas para dez meses, as usinas focam em fornecedores de peças que suportem as novas exigências operacionais - PMOC - Plano de Manutenção Operação e Controle - de classe internacional de parada zero, portanto, ferramentas de software para gestão de ativos e manutenção, integrados à ERP, é condição Sine qua non.

Atualmente as USD - Usinas Sustentáveis Dedini - são o estado da arte em produção integrada de biocombustíveis, gerando excedentes de bio-água/energia vendidos no mercado, mas, estas usinas reais, são precursora das USFD´s - Usinas Sustentáveis Flex Dedini.
Atenta às demandas por novas fontes energéticas, principalmente na área de biocombustíveis, a Embrapa criou uma nova Unidade de Pesquisa, denominada Embrapa Agroenergia, que está sediada em Brasília, DF, e ainda encontra-se em fase de estruturação, porém já possui uma chefia constituída e trabalhos em andamento. Se você deseja bio-insumos para Usinas Sustentáveis Flex, favor entrar em contato com a Dedini e nova Unidade da Embrapa:
Embrapa Agroenergia
Tel. (61) 3447 4022 / 3448 4246