Mantovani substitui Gerd Sparovek, que presidiu a Fundação Florestal por cinco anos
A Fundação Florestal anuncia a chegada de Mario Mantovani para assumir o cargo de presidente da Instituição. Mantovani é geógrafo, especialista em recursos hídricos e ambientalista e um amante da natureza que trabalha em prol do meio ambiente há mais de 40 anos.
Fundador e diretor de Relações Institucionais da Associação Nacional Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA), trabalhou na Fundação SOS Mata Atlântica por mais de 30 anos, onde coordenou a maior campanha de mobilização em prol da despoluição do Rio Tietê e, posteriormente, atuou no Núcleo União Pró Tietê, como diretor, fomentando Planos Municipais da Mata Atlântica e a área de políticas públicas. Mantovani já teve passagem, também, pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, quando promoveu atividades com prefeituras e auxiliou na criação de novas ONGs ambientalistas, entre 1983 a 1987.
Na carreira, desenvolveu metodologia e implementação de Consórcios Intermunicipais de Meio Ambiente e Associações de Reposição Florestal. Implementou, ainda, diversos projetos e campanhas na área de políticas públicas e vem atuando em prol do fortalecimento da Frente Parlamentar Ambientalista no Congresso Nacional e das Frentes Parlamentares Ambientalistas Estaduais e de Vereadores.
Para a Fundação, o novo presidente tem como objetivos estreitar ainda mais o laço entre instituição e sociedade civil, incluindo movimentos sociais e conselhos gestores. “Quero fazer um diálogo e aproximar a FF daqueles que estão na ponta. Quando trabalhamos a governança local, fomentamos planos de meio ambiente e clima e fortalecemos os gestores e os conselhos dos municípios, conseguimos construir políticas públicas que trarão mais desenvolvimento para o local. Para mim, o indicador de sucesso não são números, mas a forma como a população interage e vê o trabalho da FF e das Unidades de Conservação”, completa.
A nomeação para o cargo, que tem caráter voluntário, ocorreu a partir de decreto do governador João Doria, publicado no Diário Oficial de 25 de março deste ano.
"Hýbris", o termo grego para "soberba", é um troço complicado. Há pouco, petistas mais entusiasmados falavam numa vitória de Lula já no primeiro turno. A pesquisaDatafolhadivulgada esta semana, que mostra uma redução da vantagem do petista sobre Bolsonaro, serve para injetar um pouco de realidade nas mentes mais exaltadas.
Derrotar um político que concorre à reeleição nunca é fácil. A taxa de sucesso na recondução de governantes ao cargo é da ordem de 80%, considerada uma base de quase 3.000 pleitos realizados em diversas partes do mundo ao longo dos últimos dois séculos e meio. Se quisermos ser mais específicos, o quadro fica ainda mais desafiador. Desde a redemocratização, 100% dos presidentes brasileiros que tentaram a reeleição a obtiveram. Verdade que o N é pequeno, apenas três: FHC, Lula, Dilma.
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Jair Bolsonaro tem três forças a favor de sua candidatura e duas contra. A pandemia, embora não tenha acabado, está ficando menos mortífera e menos disruptiva. E, quanto mais nos afastamos dos momentos críticos, menos peso o eleitor deverá dar ao desempenho criminoso do presidente na gestão dessa crise. Outro fator benéfico para Bolsonaro é o Auxílio Brasil de R$ 400. Programas como esse rendem votos no Brasil. Aconteceu com o PT, deve acontecer com Bolsonaro.
Há, por fim, o antipetismo. O fenômeno ainda apareceu com força nas eleições municipais de 2020. Seria ingenuidade imaginar que simplesmente foi embora. Bolsonaro vai tentar atiçá-lo e deve colher frutos.
Contra Bolsonaro temos a inflação, que tende a ser tóxica para candidaturas situacionistas. Nada indica que ela cairá rápida e substancialmente. Temos também o que eu chamaria de análise objetiva. Quem se dispuser a avaliar desapaixonadamente as realizações de seu governo concluirá que ele é o pior presidente da história do país. Mas a objetividade não tem muito peso eleitoral. Melhor apostar na inflação.
Os seguidores deste site já sabem de nossa preocupação com a descaracterização, e perda de habitats, que a ocupação desordenada do litoral tem provocado. Ocupar não significa maltratar, banalizar uma paisagem esplêndida que demorou eras para se formar, e destruir os ecossistemas. Ao contrário. Com bom senso, é possível ocupar o litoral fazendo com que a economia dos municípios costeiros cresça, gerando emprego e renda aos centenários ocupantes destafaixa sensível, de transição entre mar e terra, onde começa a cadeia de vida marinha para cerca de 90% das espécies.Prefeito de Ilhabela quer calar o Mar Sem Fim.
Há um inimigo à espreita
Mas, há um inimigo à espreita: a especulação imobiliária. Empresários e aventureiros do setor do turismo e da construção civil, aliados a prefeitos inconsequentes, são um dos maiores entraves à uma ocupação sustentável. Por isso fiscalizamos com extremo rigor as ações que muitas vezes certos prefeitos impõem aos seus municípios como é o caso do litoral norte de São Paulo.
Os posts que geraram a ação de Antonio Colucci contra o Mar Sem Fim
Depois de cinco anos ‘estacionado’ em terra, cuidando de um raro tipo de câncer, seguido pela mortal pandemia que nos assola, a Covid-19, finalmente tive alta e voltei ao litoral. Este site está prestes a iniciar a terceira temporada de documentários da série Mar Sem Fim, na TV Cultura, no ar ainda em 2022.
Priorizei o litoral norte visitando Ubatuba, São Sebastião, e Ilhabela. Fiquei perplexo com a diferença na paisagem, o aumento da destruição dos mais importantes ecossistemas como mangues, restingas e a mata atlântica, entre outros. Cinco anos na vida de um planeta que tem 4,5 bilhões de anos é um átimo, um instante, um abrir e fechar de olhos.
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Fiquei de queixo caído ante o que vi
Ainda assim, fiquei de queixo caído ante o que vi. Paisagens desfiguradas, topos de morros ocupados, municípios pequenos insistindo na famigerada ‘verticalização’ com suas muralhas de concreto, um superadensamento que não se sustenta.
Em ambos mostrei, via fotos, as paisagens destruídas, o que resta do manguezal sendo decepado por alguns prefeitos para o crescimento de bairros empurrados para a periferia por falta de planejamento e ajuda da especulação, costões à venda (!), e comunidades tradicionais que ocupam estas áreas há gerações, cada vez mais pobres, sendo expulsas pelos seus maiores algozes: prefeitos imorais, assanhados pela chaga da especulação.
Ilhabela é um destes paradigmas. Tive o privilégio de conhecer a ilha ainda prístina, no final dos anos 60 quando a comecei a navegar pela região. E não me conformei ao ver uma espécie de ‘cortiço’ de ricos, e das classes média e alta, com dezenas de infrações às leis ambientais.
Atual governo de São Paulo deixa a desejar nas questões ambientais
Infelizmente, a instância maior que deveria zelar pelo litoral, o governo do Estado, há muito deixou de fazê-lo. Como há pouca pressão da opinião pública, muitos governadores se decidiram por ‘fechar os olhos’. Fingem que não veem as infrações e, assim, elas prosseguem em ritmo acelerado.
A Fundação Florestal, por exemplo, a quem compete fiscalizar o que ocorre nas unidades de conservação estaduais dorme sono profundo. Já escrevemos neste espaço sobre a especulação em Ilha Comprida, comandada pelo prefeito Geraldino Junior (PSDB), e os riscos que corre o Lagamar, o mais importante berçário de vida marinha do Atlântico Sul, da qual ela também faz parte.
Apesar de ser uma APA, Área de Proteção Ambiental, uma lei feita sob medida para um empresário local previa a ‘verticalização’. O licenciamento dos prédios não teve manifestação da Fundação Florestal nem do conselho da APA Ilha Comprida, da qual a FF também faz parte do Conselho.
Que saudades de um Franco Montoro! De um Mário Covas! Que saudades dos tempos de ‘antão’ quando eram políticos desta estirpe que lideravam a questão ambiental.
Está em gestação no Consema, subordinado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente-SMA, passar o licenciamento ambiental para todos os municípios do Estado, inclusive os municípios costeiros, o que seria um ‘presente de Natal’ para os especuladores de plantão. O caso vem se arrastando desde 2021, mas estaria prestes a ser publicado segundo nossas fontes.
Descaso do governo de São Paulo às questões ambientais
Não somos só nós que percebemos o descaso do governo de São Paulo às questões ambientais. Recentemente Fábio Feldmann e José Pedro de Oliveira Costa estiveram com o secretário Márcio Penido para cobrá-lo sobre as ameaças à biodiversidade paulista.
Não adiantou. Em rede social Feldmann escreveu: Infelizmente a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente vem ignorando a necessidade de políticas públicas para a proteção da biodiversidade’.
Mais adiante, diz Feldmann: ‘Apresentamos dados que revelam que algumas áreas protegidas estão vulneráveis – e parte do governo tem permitido que a criação de novos parques seja obstruída’.
E finaliza o ex-deputado, ex-Secretário do Meio Ambiente, e um ambientalista histórico: ‘Tenho certeza que esta postura vai custar caro aos tucanos nas eleições de outubro’.
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A especulação domina o litoral paulista
A especulação domina o litoral paulista, mas não apenas. Assim acontece nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, especialmente. Então comentei a ficha policial de vários destes prefeitos, entre os quais o atual de Ilhabela (pela terceira vez!) Antonio Colucci (PL). E, em ambos os posts, elenquei os variados delitos que cometeram, e os processos que se avolumaram sem entretanto fazê-los recuar.
Prefeito de Ilhabela quer calar o Mar Sem Fim
Toninho Colucci tem dezenas de processos criminais em sua ficha. Com meu papel de jornalista ambiental alertei o público sobre quem é o atual prefeito da estância balneária mais famosa da costa paulista.
Basta, para tanto, uma simples pesquisa ao sistema e-SAJ e nos sites dos Tribunais Superiores (STJ e STF) para localizar dezenas de processos contra o prefeito, muitos deles sobre atos de improbidade administrativa, violação de princípios administrativos, danos ao erário, processos criminais, etc.
Prefeito de Ilhabela, Antonio Colucci, foi condenado
Em alguns, Antonio Colucci foi condenado, restando pendente apenas o trânsito em julgado em decorrência da insistente tentativa de retardar suas condenações, até porque, em muitas delas, foi determinada a perda de eventual cargo público, e a suspensão dos direitos políticos.
E, em todos, inclui a fonte de minha pesquisa. Como resposta, Antonio Colucci, na tentativa de calar jornalistas, entrou com um processo onde pede ‘indenização por danos morais ao publicar que ele, Prefeito do Município de Ilhabela/SP, possui uma “vasta ficha policial” e já foi “condenado por nepotismo”.
Não fiz nada além de minha obrigação. Não ‘inventei’ processos, pesquisei e publiquei em que fase estão, e porque foram abertos.
O Mar Sem Fim constitui advogado para sua defesa
Não tive alternativa a não ser minha defesa. E a advogada Fernanda Carbonelli, amiga a quem admiro por sua luta pela integridade do litoral norte, fundadora de uma emblemática e vitoriosa ONG, o Instituo de Conservação Costeira já elogiado por este site inúmeras vezes por suas batalhas semelhantes em tudo às minhas, apresentou minha defesa.
Nela, Fernanda confirma a grande ficha criminal de Antonio Colucci:
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“Ora Exa., seria cômico, se trágico não fosse, que um jornalista não possa divulgar informações públicas que constam em processos judiciais, e fazer críticas ao Exmo. Prefeito, que consta com ENORME lista de processos de improbidade, demonstrando apenas o “animus narrandi” de tais condutas que em verdade foram praticadas pelo AUTOR.”
“O Requerido apenas exerceu seu papel informativo de narrar os processos e tentativas que o AUTOR adota como “modus operandi” de longa data tentando modificar zoneamentos, perseguir a comunidade caiçara, entre outras indignações dos munícipes.”
Acusação de Colucci
No processo que desencadeou contra meu trabalho, Antonio Colucci ‘sustenta que “Outros fatos indicados pelo réu em seu site como “integrantes da ficha policial” do autor são decisões puramente políticas e não constituem prática de crimes ou algo que o valha a fim de integrar uma “ficha policial” como faz ardilosamente crer o réu.’
Defesa desta acusação
“Ocorre que, além dos feitos criminais relatados supra, conforme possível verificar nas anotações das folhas de antecedentes do Autor, constantes nos autos do processo nº 0000429-12.2017.8.26.0247, por ele próprio mencionado, o Requerente possui indiciamentos em processos CRIMINAIS, os quais constam que houve recebimento das denúncias:
Fernanda elenca vários dos processos criminais contra o atual prefeito, para concluir:
“Por se tratarem de processos com segredo de justiça, não é possível que esta peticionante tenha acesso para verificar o atual andamento dos autos. Entretanto, é evidente que, de forma contrária ao alegado pelo Autor, ele possui sim, processos criminais, e inquéritos policiais, além dos diversos processos por atos de improbidade administrativa.”
“Ressalta-se que, em muitos dos processos encontrados no sistema e-SAJ e nos sites dos Tribunais Superiores (STJ e STF), houve condenação do Autor, restando pendente apenas o trânsito em julgado, em decorrência da insistente tentativa de retardar suas condenações, até porque, em muitas delas, foi determinada a perda de eventual cargo público do Requerente, bem como a suspensão dos direitos políticos.”
Antonio Colucci não se emenda, no máximo, tenta calar adversários
Eu não esperava outra posição de Colucci. Ele não se emenda, continua o mesmo de sempre no máximo tenta calar adversários impondo a censura.
Data vênia, senhor prefeito de Ilhabela, sua ficha criminal segue aumentando.